Recentemente, surgiu na internet o termo ‘Pick Me’. Essas duas palavras em inglês estão sendo usadas para colocar garotas em uma categoria onde elas tentam uma espécie de aprovação de outras pessoas, mais comumente do sexo oposto. Se você quiser entender melhor o conceito da frase Pick Me, continue lendo esse artigo.

Pick Me é uma expressão em inglês que significa “Escolha-me”. É usada para descrever uma pessoa, geralmente uma mulher, que é desesperada por atenção ou aprovação de outra pessoa, geralmente um homem. Algumas pessoas usam essa expressão para criticar como algumas mulheres promovem o machismo para parecer mais atraentes para os homens do que outras mulheres.

A origem do termo ‘Pick Me’ não é clara, mas provavelmente vem de uma frase da série Grey’s Anatomy que apareceu em um episódio de 2005. Na segunda temporada, episódio 5, Meredith Grey implora a Derek Shepherd: “Escolha-me, prefira-me, ame-me”. 

A frase se tornou icônica parcialmente porque feministas criticaram sua personagem por implorar desesperadamente que um homem a amasse. O termo também foi popularizado no Twitter em 2016 com a hashtag #TweetLikeAPickMe, que envolvia usuários zombando de um tipo específico de ‘pick me’ que se gabava de ser “material para esposa”.

Nessa lógica, ser Pick Me seria implorar (ou até mesmo forçar) uma autenticidade que não existe em busca de uma preferência por uma mulher que se considera diferente do que está categorizado entre os padrões de ser uma mulher ‘ideal’. Esse pedido vai contra a liberdade de escolha de homens ou pessoas, forçando ambos a considerarem mais as garotas Pick Me no lugar de outras mulheres.

O que faz uma garota ser ‘Pick Me’?

Uma garota ‘Pick Me’ é uma mulher que busca a aprovação masculina através de comportamentos considerados subservientes ou submissos, como se ela fosse diferente das outras mulheres. Por exemplo, ela pode dizer coisas como: “Enquanto as outras meninas vão às compras, eu prefiro jogar videogame” ou “É difícil ter amigas mulheres. Elas são muito falsas! Eu prefiro andar com homens”. Essa atitude pode ser vista como uma forma de reforçar as expectativas sociais e estereótipos de gênero.

O problema de ser uma garota pick me é que esse comportamento pode ser prejudicial às mulheres, tanto para quem o pratica quanto para quem o critica. Ser uma garota pick me pode significar se submeter a padrões preestabelecidos de gênero e buscar a aprovação masculina às custas da própria autenticidade ou felicidade.

Além disso, ser uma garota pick me pode implicar em desvalorizar outras mulheres ou reproduzir estereótipos de gênero, sugerindo que as mulheres são inferiores ou incapazes de se relacionar entre si.

Por outro lado, criticar uma garota pick me pode ser uma forma de envergonhar as mulheres por seus interesses ou opiniões, sem levar em conta as complexidades do feminismo e as dificuldades de lidar com as expectativas sociais de gênero.

Por isso, é importante que se criem espaços seguros e inclusivos para que as mulheres possam ser autênticas e livres para serem quem são, sem se preocupar com a aprovação dos outros.

Garotas pick tendem a se apoiar em personagens de filmes e isso acontece por vários motivos. Um deles pode ser a identificação com personagens que se consideram diferentes das outras garotas e que tentam se destacar dos estereótipos femininos para chamar a atenção masculina. Por exemplo, Jo de Mean Girls 2 ou Viola de She’s the Man.

Essa admiração por personagens nasce exatamente de personagens que demonstram força, coragem e independência; características que são culturalmente associadas ao masculino. Por exemplo, Katniss de Jogos Vorazes ou Andy de The Old Guard.

Nesse segmento, a hiperfeminilidade é rejeitada e a rivalidade feminina, algo já presente no machismo, é aprovada com aspectos que são vistos como negativos ou fúteis pela sociedade. Por exemplo, Sharpay de High School Musical ou Darcy de Something Borrowed.

No TikTok, é muito fácil encontrar os tipos de garotas Pick Me. Alguns exemplos:

• Vídeos que mostram mulheres dizendo coisas como “Enquanto as outras preferem rosa, eu prefiro preto” ou “Não sou como as outras garotas que gostam de pop ou Taylor Swift, prefiro Rap” para se mostrarem superiores ou especiais.
• Vídeos que mostram mulheres fingindo ser pick me girls na frente de seus namorados, amigos ou parentes para gravar as reações deles, geralmente de surpresa, confusão ou desaprovação.
• Vídeos que mostram mulheres criticando ou ironizando as pick me girls, apontando os problemas desse comportamento e incentivando as mulheres a serem autênticas e livres para serem quem são, sem se preocupar com a aprovação dos outros.