Análise de Resident Evil 4 Remake: Separate Ways DLC

Redator Pixel

Jogamos a DLC Separate Ways de Resident Evil 4 Remake e, neste artigo, compartilhamos com você nossa experiência no game, incluindo pontos positivos e negativos e se vale ou não a pena jogar a expansão do aclamado game da Capcom.

Contexto da análise

Quando a Capcom me enviou a DLC, peguei o jogo principal e me aventurei nele. Joguei tudo de uma vez.

Esse contexto é importante para vocês entenderem minha perspectiva sobre o jogo. Joguei no PC, logo após ter terminado Resident Evil 4 Remake, o que, sem dúvida, influenciou minha experiência.

Esta análise não contém grandes spoilers.

Sobre RE4 Remake: Separate Ways

Este jogo foi lançado em setembro de 2023 e está custando cerca de R$ 50 atualmente e o jogador controla Ada Wong, a estilosa agente que também aparece no game principal de forma muito misteriosa.

Enredo e Narrativa

Ela está na vila por interesses pessoais, trabalhando para Wesker e em busca de um item específico, ao mesmo tempo em que ajuda Leon. Aqueles que jogaram Resident Evil 4 Remake sabem bem da participação dela por conta do final do jogo.

A história é muito bem construída mas tem algo que me incomoda um pouco, a noção de que, em muitos momentos, parece que você precisa jogar a DLC para compreender totalmente o que está acontecendo naquele universo.

A ideia de uma DLC para trabalhar uma história paralela ou para mergulhar em um universo é interessante, mas aqui você acaba só compreendendo totalmente tudo que acontece em RE4 Remake ao jogar Separate Ways. Não é como se o jogo principal estivesse incompleto ou como se arruinasse a experiência, mas é uma estratégia comercial que incomoda um pouco.

Existem detalhes e vilões da campanha principal que só são plenamente entendidos com a DLC. A parte boa é que a DLC não é cara, mas ainda assim, é um conteúdo adicional pago.

Pode-se argumentar que isso é um ponto negativo, mas a experiência oferecida é de alta qualidade em todos os aspectos.

Como comentei, joguei a expansão logo após a campanha principal, o que influenciou muito na minha experiência, tive tive a sensação de que tudo foi um pouco acelerado, especialmente porque já vinha de horas jogando a campanha principal. A DLC tem cerca de 4 horas e o game tenta te fornecer várias joias para que você venda e consiga dar upgrade nas armas para avançar.

Também passa pelos mesmos cenários que Leon só que de forma muito mais rápida, o que colabora com essa impressão.

Reutilização de itens 3D

E um ponto que quero ressaltar: desenvolver um jogo envolve criar mecânicas do zero. Sei que pode ser confuso para alguns, mas fico pensando: por que algumas pessoas acreditam que desenvolver jogos é fácil? Por que consideram errado desenvolver jogos usando mecânicas e itens 3D já existentes?

Resident Evil 4, tanto o jogo principal quanto a DLC, reutiliza muitos itens 3D de outros jogos da Capcom. E isso não é novidade, a empresa frequentemente reutiliza ou até compra itens de outras empresas para incluir em seus jogos. Se a Capcom, uma gigante do setor, faz isso, por que um desenvolvedor independente não faria?

Outro ponto interessante é que a Capcom usa Megascans da Quixel. Isso é muito perceptível em vários elementos no jogo extremamente realistas, como terrenos e texturas, além de assets 3D nitidamente de fotogrametria. Esses detalhes têm relação direta com a Quixel, uma empresa da Epic Games que oferece seus itens a grandes empresas como Capcom e outras gigantes. Ela fornece elementos escaneados na vida real e texturas para serem usados em jogos.

E aqui acho engraçado como existe uma percepção comum de que desenvolvedores indies não devem utilizar itens de terceiros ou comprados, e de que devem listar os itens que usam em seus jogos. Isso é ridículo. Imagine a Capcom prestando contas disso.

Só para explicar melhor, a mecânica do jogo pode não ser completamente original, mas a Capcom tem o mérito de usar muitas coisas que desenvolveu ao longo dos anos.

Gráficos

A DLC “Separate Ways” para “Resident Evil 4 Remake” é visualmente impressionante e não deixa nada a desejar quando comparada à qualidade gráfica do jogo principal. Joguei a expansão em um PC bem equipado, e foi notável como os detalhes gráficos foram meticulosamente elaborados. A Capcom, mantendo seu padrão de excelência, proporcionou uma experiência imersiva, com texturas, iluminação e modelagens de personagens de alta qualidade.

Um ponto a se destacar é a utilização de Mega Scans da Quixel pela Capcom. Esta ferramenta permitiu que vários elementos no jogo, especialmente terrenos e texturas, apresentassem um grau extremamente realista. A parceria com a Quixel, uma empresa da Epic Games, certamente enriqueceu a apresentação visual da DLC, trazendo elementos da vida real para a ambientação do jogo.

Em suma, a DLC não só expande a narrativa do “Resident Evil 4”, mas também entrega um banquete visual que complementa a experiência de jogo, mantendo a qualidade da recriação gráfica que os fãs esperam de um remake de “Resident Evil”.

Trilha Sonora

A trilha sonora do DLC “Separate Ways” para “Resident Evil 4 Remake” é uma atração à parte. Continuando a tradição da série, esta expansão oferece uma combinação sonora que intensifica a atmosfera de suspense e horror, contribuindo de forma significativa para a imersão do jogador.

Dentro das músicas, há uma mistura de faixas orquestradas com elementos eletrônicos, o que proporciona uma sensação simultânea de grandiosidade e tensão. Certos momentos do jogo, quando a música sobe em intensidade ou muda de tom, são projetados para que o jogador sinta o perigo iminente ou uma mudança na narrativa.

Além disso, a DLC faz uso inteligente do silêncio e de sons ambientais. Há momentos em que a ausência de música, substituída apenas por ruídos do ambiente, como o vento assobiando ou o chão rangendo, eleva a sensação de isolamento e vulnerabilidade.

Em algumas seções, a trilha sonora traz reminiscências dos temas originais do “Resident Evil 4”, proporcionando uma dose de nostalgia para os fãs de longa data, enquanto também introduz novas composições que se encaixam perfeitamente no novo conteúdo apresentado.

Em resumo, a trilha sonora do “Separate Ways” é magistralmente concebida, trabalhando em harmonia com a narrativa e o design do jogo para criar uma experiência sonora completa e envolvente, que capta o espírito e a tensão do universo “Resident Evil”.

New Game+

A rejogabilidade é um fator que muitos jogadores valorizam, pois oferece a possibilidade de revisitar um jogo com novos desafios ou com uma nova perspectiva. “Resident Evil 4 Remake: Separate Ways” DLC não é exceção a esta tradição, introduzindo elementos que incentivam os jogadores a enfrentar a aventura mais de uma vez.

O modo “New Game+” é um dos principais atrativos quando se fala de rejogabilidade neste DLC. Depois de completar a história principal, este modo é desbloqueado, permitindo aos jogadores recomeçar a campanha, mas mantendo muitos dos upgrades, itens e armas adquiridas na jogada anterior. Além disso, os inimigos muitas vezes são mais resistentes ou numerosos, apresentando um nível de dificuldade adicional.

Outro fator que amplia a rejogabilidade são os desafios ou conquistas secundárias que os jogadores podem tentar alcançar. Seja para coletar todos os itens escondidos, completar o jogo dentro de um certo tempo, ou enfrentar e derrotar inimigos de maneira específica, esses desafios adicionam profundidade e incentivam os jogadores a abordar o jogo de maneiras diferentes.

Por fim, a narrativa rica e os diversos pontos de decisão que o jogador pode encontrar ao longo da campanha também incentivam múltiplas jogadas. Algumas decisões podem levar a diferentes resultados ou cenas, fazendo com que o jogador queira revisitar certos momentos para ver todas as possibilidades.

Em suma, “Resident Evil 4 Remake: Separate Ways” DLC oferece uma robusta rejogabilidade, assegurando que os jogadores tenham motivos de sobra para voltar a este mundo assustador e desafiador várias vezes.

Vale a pena?

Então, vale a pena jogar? Sim, especialmente se você é fã da franquia Resident Evil. A DLC permite que você retorne à vila do jogo, aumenta a sua experiência de um game de sucesso da Capcom.

Basicamente, é mais de um jogo de sucesso, em vez de apenas 12 horas de gameplay da campanha principal você pode atingir as 16 horas com a DLC.

Se você é um fã, provavelmente vai curtir jogar. E é bacana pensar que leva uma tarde de jogatina para terminar, fica fácil de encaixar num fim de semana.

O jogo é lindo, muito bem polido e parte de um planejamento incrível de muitos anos da Capcom, lançado na hora certa e com tecnologias surpreendentes, incluindo itens da Quixel, surpreendentes pelo realismo da fotogrametria.