CEO da Uber vira motorista por um dia para fazer melhorias no aplicativo

Matheus Martins

O CEO da Uber, Dara Khosrowshahi, conduziu um Tesla Model Y sob o pseudônimo “Dave K” como motorista do aplicativo em São Francisco durante vários meses. Khosrowshahi assumiu o volante como parte de uma estratégia de um ano para reinventar a condução na Uber, em que ele e seus assessores procuraram entender e melhorar a experiência do motorista.

A campanha, conhecida como Projeto Boomerang, foi bem-sucedida em moldar uma das maiores reformas dos negócios da Uber desde sua criação em 2009.

Khosrowshahi teve uma experiência reveladora como motorista do aplicativo, lutando para se inscrever e sendo punido por rejeitar viagens. Ele também testemunhou de perto a grosseria de alguns usuários e viu pela primeira vez a gorjeta. A escassez de mão de obra após as menores restrições causadas pela pandemia de Covid-19 levou a empresa a reexaminar cada suposição que havia feito e a mudar sua atitude em relação aos motoristas.

A Uber agora está se concentrando em valorizar mais os motoristas e melhorar a experiência do usuário.

CEO da UBER experimentou virar motorista do aplicativo por meses

Segundo o WSJ, as mudanças implementadas na empresa a partir das conclusões tiradas do dia a dia como motorista, por ele e outros executivos do alto escalão, ajudaram a companhia a ganhar espaço diante da concorrência acirrada no pós-pandemia.

A empresa investiu cerca de US$ 250 milhões em benefícios aos motoristas em abril de 2021 e, para conquistar a simpatia deles, a COO do Uber ressaltou aos executivos a necessidade de realizarem entregas ou de pegarem passageiros.

A partir das viagens realizadas pelo CEO, a empresa introduziu novas ferramentas de segurança nos mapas e começou a testar gravações de vídeo a partir do próprio app para garantir a segurança dos motoristas.

Em abril de 2022, a atualização do aplicativo chegou ao Brasil, aumentando a remuneração para corridas menos prováveis de gerar novas viagens e introduzindo novas ferramentas de segurança. A empresa encerrou seu serviço de entregas de comida no Brasil há pouco mais de um ano, citando uma mudança de estratégia para focar em supermercados e outras lojas, além de pacotes.