Invasão Secreta continua elevando a qualidade da sua história e dos seus episódios, deixando para trás de uma vez por todas o mal introduzido primeiro episódio. A série, que nos leva diretamente a uma história pessoal de Nick Fury tem alcançado um patamar que não é visto em quesito de qualidade desde Falcão e o Soldado Invernal.
Quer seja os temas que são levados a sério – mesmo que embasados em elementos fantasiosos – quer seja pela ação que é dinâmica, desenfreada, um fruto de um projeto com criadores que não estão com a menor preocupação em se conter e que se preparam para contar uma história que certamente será lembrada como uma das produções mais fantásticas do catálogo do MCU (e do Disney Plus também).
Após os eventos bombásticos do episódio 3, seguimos para o reinado de terror de Gravik, o líder dos Skrulls rebeldes que deseja dominar a terra. Depois de confrontar G’iah sobre a sua traição, descobrimos que a filha de Talos não está morta e que está oficialmente do lado dos mocinhos. Agora ela não é mais apenas uma skrull, mas uma super-skrull, e sobreviveu ao ferimento de bala dado pelo vilão. A forma como a série escolhe contar esse acontecimento em particular, com um flashback tenso e uma sequência bem organizada encanta aos olhos de quem assiste; é como se a série estivesse mostrando cada vez mais camadas do que pode ser.
Passamos pela conversa entre G’iah e Talos – que precisa acontecer para que a revelação não fique bagunçado (e para pincelar e rimar com momentos que virão a ser relevantes no final do episódio) -, e, logo em seguida, temos outra conversa entre Rhodes e Fury, mas com outro contexto. A série derrapa um pouco em colocar Fury como uma pessoa sempre um passo à frente das coisas que ele pode ou não pode saber, mas isso não incomoda tanto já que os trinta minutos dados para contar a história nesse episódio não deixam que essa característica um pouco forçada tomem proporções absurdas.
Lá para o meio do episódio, quando vemos Varra pela segunda vez, é em uma cena com Fury que já pode ser elencada como uma das melhores da série. Nos poucos minutos em que o texto é dado, ele consegue centralizar a temática de Invasão Secreta e, ao mesmo tempo, surpreender e emocionar. Para quem reclama dos episódios paradões demais e que detestam fillers, o episódio quatro certamente é um prato cheio que busca aliviar essa ânsia.
Isso é demonstrado ainda mais para o final, onde vemos que o ataque de um comboio cheio de líderes importantes do país é a oportunidade para Gravik e seus skrulls mostrarem que a raça de alíenigenas não está aqui para brincar de dominar o mundo; algo que a Karli em Falcão e o Soldado Invernal poderia apenas sonhar em fazer, mesmo tendo fornecido tantas sequências de luta da sua parte.
A sincronia Ben-Adir e Killian Scott, dois atores primorosos que interpretam Gravik e Pagon é assustadora de boa, e nos faz pensar o que seria de todo esse potencial se ele acabasse sendo levado até os cinemas. É algo que faz sentido, dado ao histórico e trabalho que ambos performaram antes da Marvel.
O episódio quatro é mais um que encerra de maneira plenamente satisfatória, dando mais vida ainda a uma franquia de filmes e séries que pode ser enxuta e bagunçada às vezes, mas que não cansa de nos surpreender com verdadeiras jóias-raras que aparecem de vez em quando.
Série: Invasão Secreta
Direção: Ali Selim
Elenco: Samuel L. Jackson, Emilia Clarke, Colbie Smulders, Kingsley Ben-Adir, Ben Mendelsohn, Olivia Colman, Martin Freeman, Dermot Mulroney e Killian Scott
Nota: 9,00
Invasão Secreta estreia episódios novos todas às quarta-feiras no Disney Plus.