Crítica: “Jogos Mortais X” sabe como aterrorizar

Matheus Martins

O décimo filme da franquia Jogos Mortais finalmente chegou aos cinemas. O longa revisita a a história de Jigsaw (Tobin Bell), o criador dos jogos que ficaram conhecidos após anos, em uma vingança contra um grupo de médicos estelionatários.

Em busca de aceitar que seu tempo está contado devido ao câncer, John Kramer entra em um grupo de apoio para pessoas diagnosticadas com a doença. Um dia, ele encontra um dos ex-pacientes que diz ter encontrado a cura que todos sonham em encontrar. O tratamento, no entanto, não é nada barato, além de ser altamente exclusivo. Para realizá-lo, John precisa ir até o México e passar por uma vistoria complicada.

Na mesma noite em que acorda após a cirurgia – que, ao que tudo indica, deu certo, Saw encontra o lugar onde realizou o procedimento abandonado e um vídeo que atesta que tudo não passou de um grande golpe para conseguir seu dinheiro.

Sedento por vingança, John passa a caçar cada um dos envolvidos no esquema para um dos seus gloriosos jogos mortais.

Para começo de conversa, o filme sabe como chegar aterrorizando, com uma sequência inicial realmente de terror, e não somente um cenário de paz que é perturbado – embora isso aconteça mais para frente em determinado momento do filme.

Saw X traz um olhar para dentro da psique de John Kramer, seu compromisso com a moralidade e bons costumes. Ele não admite que criminosos existam nesse mundo e não gosta de ver o que eles fazem. Embora seja escolha dele presenciar esses atos, ele dá mais uma chance aos indivíduos e está sempre de vigia em uma ou outra atitude. “Você é muito gentil”, diz o personagem em determinado momento na sala de cirurgia.

Mesmo quando coloca suas vítimas em armadilhas cada vez mais dolorosas, ele é misericordioso. Algo que não fica explicíto nos filmes anteriores da franquia que tentam criar essa figura amedrontadora e inescrupulosa; que, de fato, realmente existe.

A modernidade dos efeitos especiais e o empenho em produtoras de filmes de terror (que ganharam uma grande atençãonos últimos anos) em entregar produções graficamente assustadoras faz com que as produtoras tenham empenho em entregar obras horrorosas, e Jogos Mortais X não faz diferente. Homenageando os primeiros da franquia, o filme é bem vivido e bem preciso no terror agoniante quer passar. A câmera ainda tem aquela pegada trêmula que nos faz achar que eles querem pegar leve no quesito gore, mas no fim das contas, quando alguém é morto, o efeito que Kevin Greutert quer passar, aquele silêncio que fica após um personagem morrer depois de ter se esforçado tanto para cortar a própria perna é infálivel na proposta.

Esse poderia facilmente ser um filme tipo terror B, mas que com o texto e o roteiro bem amarrados possui uma história bem fechada que entrega exatamente o que prometeu.

Jogos Mortais X é um filme que funciona e que honra o horror e terror ao qual teve ascenção por todos esses anos.

Filme: Jogos Mortais X

Direção: Kevin Greutert

Elenco: Tobin Bell, Shawnee Smith, Macody Lund, Renata Vaca, Steven Brand.

Nota: 9,00

Jogos Mortais X está em cartaz nos cinemas.

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