As onda de demissões está impactando com força os profissionais da área da tecnologia e ainda não tem data para acabar.
No começo desse ano, cerca de 55.970 funcionários foram afetados pela crise no setor apenas em janeiro de 2023, assim como o Brasil que contabiliza o número de 720 demissões de profissionais da tecnologia, segundo informações do site Layoffs.fyi que monitora os desligamentos da área.
A onda demissões atingiu, inclusive, gigantes do setor como a Google, Amazon, Microsoft, Meta e a Salesforce. O número de demissões no mundo todo corre bem atrás da marca de 155.126, contagem do ano passado ainda segundo o site. Contudo, a incerteza do quanto esse número pode avançar (já que não tem previsão de interrupção) pode trazer uma alta significativa ao longo do ano.
Apesar de tudo, o ajuste não é nenhuma novidade e já vinha sendo alertado há meses por sites como a Forbes que ligavam o desligamento iniciado desde o ano passado a crise econômica causada pela pandemia do Covid-19. Hoje, as consequências como a alta inflação, elevação dos juros e o temor à recessão global tem pressionado empresas a começarem um reajuste que visa priorizar o “crescimento lucrativo” de tais empresas.
Amazon foi a primeira a começar os cortes
Com o anúncio bombástico de que 18 mil pessoas serão cortadas do quadro de funcionários até o final do ano, a Amazon inaugurou a temporada de demissões de 2023 quando o que foi chamado de “ajuste” de seu pessoal começaram na companhia. Em uma nota direcionada aos funcionários no blog da Amazon, o CEO da companhia, Andy Jassy, apontou que o motivo dos cortes se dá pela “economia incerta” e pelo “excesso” de contratação nos últimos anos.
Já na quarta semana de layoffs, a decisão promete afetar a divisão de varejo de de recursos humanos. Vale lembrar que o ajuste começou no setor de dispositivos, com profissionais do grupo de dispositivos e serviços da Amazon focados na criação da Alexa e os alto-falantes inteligentes Echo-Alexa.
Embora a recisão desse grupo em especifico represente apenas 1% da força de trabalho total da gigante de compras online, ela também corresponde a cerca de 6% dos 350 mil funcionários corporativos da Amazon em todo o mundo. Junto da varejista, as outras gigantes da tecnologia como a Spotify, Microsoft e Google também se juntaram a “iniciativa”. Confira:
Spotify
Desde outubro do ano passado, o Spotify demitiu 38 funcionários de seus estúdios de podcast, Gimlet Media e Parcast. Com cerca de 9.800 empregados, a empresa anunciou recentemente que fará um recorte de 6% da staff da gigante de streaming da música.
Apesar da decisão, o número de cargos exatos a serem eliminados ainda não foi anunciado. A decisão do corte envolve um compromisso de € 35 a € 45 milhões relacionados a indenizações, segundo informações publicadas pela Bloomberg News.
O diretor de negócios de conteúdo e publicidade, Dawn Ostroff, sairá da empresa como parte de uma reorganização mais ampla. A empresa assumiu um grande compromisso com o podcasting a partir de 2019; desde então, a promessa de uma geração de lucros imensa nos próximos dois anos afetou a credibilidade da empresa com investidores.
Demissões na Microsoft
A Microsoft anunciou um plano de corte de 10 mil funcionários até o final de março, o que representa 5% da sua mão de obra tecnológica na empresa. Os desligamentos tiveram início na quarta-feira (18), visando, principalmente, setores como o marketing e varejo.
Porém, o ajuste nesse caso já era de praxe visto que estava acontecendo há, pelos menos, nove meses atrás com um corte do quadro pessoal da empresa.
Em julho de 2022, a gigante de Bill Gates anunciou a previsão do fim de vários tipos de cargos e o desligamento de 2 mil funcionários – cerca de 1% da sua força de trabalho total. Em tempos, a empresa justificou que as demissões faziam parte de um ajuste regular no seu início do ano fiscal. Por essa razão, em outubro, cerca de mil pessoas foram demitidas da empresa em todo o mundo.
Já a gigante da tecnologia planeja demitir 12 mil funcionários da sua folha de pagamento, número que corresponde a 6% do quadro global do seu pessoal. Segundo a companhia, todas as áreas e escritórios serão afetados pelo ajuste, incluindo o Brasil.
O presidente executivo da Alphabet (dona do Google), Sundar Pichai, afirmou que o corte é um ajuste da sua força de trabalho que cresceu de forma rápida nos últimos dois anos. Ainda segundo Sundar, os investimentos da empresa irão se concentrar em projetos IA (Inteligência Artificial) daqui para frente.
O número deixa a Google atrás da Amazon em razão de números de layoffs, mas um pouco mais a frente da Microsoft.
Demissões no Brasil
A onda de demissões afetou também brasileiros. Mais precisamente 700 profissionais da área de tecnologia. A iniciativa de segurança veio das companhias de maquininhas PagBank e PagSeguro que decidiu desligar 7% da sua staff, o equivalente a 481 funcionários. As áreas mais afetadas, segundo relatos das redes sociais, foram as tecnologia e metodologia, a Agile.
O unicórnio (empresa avaliada em mais de US$ 1 bilhão) liberou mais de 100 pessoas em seu contrato. Os cortes na IDtech representam cerca de 10,5% do total de funcionários da startup. A empresa já havia integrado demissões em outubro do ano passado, afetando área de vendas e cliente.
Contemplando a lista, a startup de seguros Pier entrou para a onda de “reajustes” desligando 100 funcionários, ou seja, 39% do quadro de pessoal. As áreas mais afetadas pela decisão foram tecnologia, atendimento ao cliente, marketing e recrutamento e seleção.