Greve dos atores termina com acordo e proteção contra ameaças de IA

Handley Venicius

O sindicato SAG-AFTRA (Screen Actors Guild-American Federation of Television and Radio Artists), encerrou oficialmente sua greve de quatro meses ao chegar a um acordo provisório com os estúdios de Hollywood.

Anunciou a conquista de um contrato avaliado em mais de 1 bilhão de dólares, incluindo aumentos salariais acima do padrão e disposições inéditas para consentimento e compensação, visando proteger os membros contra ameaças da IA.

Detalhes adicionais sobre o acordo serão divulgados após revisão pelo conselho nacional na sexta-feira. A negociação enfrentou desafios relacionados à inteligência artificial generativa.

Segundo o The Hollywood Reporter, a AMPTP (Association of Motion Picture Producers), buscava varreduras de IA de artistas de Hollywood ganhando acima de US$ 32.000 por episódio de TV ou US$ 60.000 por filme. O impasse foi superado após ajustes na linguagem proposta pela AMPTP, resultando no acordo provisório.

Em setembro, o Writers Guild of America encerrou sua greve com termos que proíbem o uso de IA generativa na criação ou reescrita de material literário.

O contrato estabelece que os estúdios não podem impor o uso de IA aos escritores, exigindo a divulgação de qualquer contribuição gerada pela IA. Além disso, a exploração do material dos escritores para treinar IA foi explicitamente proibida.

Veja também:

Conflito de Imagens: SAG-AFTRA Rejeita Proposta dos Estúdios sobre Uso de IA em Artistas Falecidos

A SAG-AFTRA, sindicato representante dos artistas de Hollywood, teria rejeitado a proposta “última, melhor e final” dos estúdios para encerrar a greve.

A recusa baseou-se na objeção a cláusulas que permitiriam aos estúdios reutilizar imagens geradas por IA de artistas falecidos e de alta demanda sem obter consentimento de seus bens ou famílias. Uma fonte sindical afirmou ao The Hollywood Reporter: “Não podemos permitir que essa linguagem permaneça, não queremos dar aos estúdios a brecha para explorar os artistas”.

O sindicato, ao tomar essa posição, destaca a necessidade premente de estabelecer limites éticos na interseção entre arte e inteligência artificial.

Em um cenário em que a tecnologia redefine constantemente as fronteiras da arte e entretenimento, a SAG-AFTRA permanece firme na defesa dos valores que sustentam a indústria cinematográfica.

Essa postura não apenas influencia o presente, mas molda o futuro, indicando um caminho onde o respeito pelos artistas e sua herança artística permanece inabalável, independentemente das transformações tecnológicas.