Guardiões da Galáxia Vol. 3 chegou aos cinemas neste mês e foi bastante elogiado pela crítica e pelo público, que finalmente teve a oportunidade de ver o último filme do grupo de heróis. Sob o comando de James Gunn, que deixa a Marvel para reestruturar o universo dos filmes da DC, a despedida não poderia ser mais emocionante para esse grupo de heróis intergalácticos.
Mas onde se deixa o legado, fica o estudo de personagens que Gunn deixou para trás. E que baita estudo. Histórias conectadas, crescimento, espaço para coadjuvantes e principais. Sem avisar ninguém, o diretor deixou uma jóia rara e concreta dentro da Marvel que ensina exatamente como fazer desenvolvimento de personagens.
Um dos crescimentos desse grupo é o de Nebulosa. A irmã de Gamora, e filha de Thanos, ganhou uma evolução ao decorrer dos anos, não somente passando para o lado dos Guardiões, mas se tornando uma das partes fundamentais que mantém a cola do grupo unida. Mas ela nem sempre foi assim.
Nebulosa foi apresentada no universo dos filmes da Marvel em 2014, no filme Guardiões da Galáxia. Na época, ela era a filha adotiva de Thanos e a irmã adotiva de Gamora, e servia como a mão direita de Ronan, o Acusador, na busca pelo Orbe.
Desde o começo, a persoangem demonstra uma rivalidade e um ressentimento com Gamora, que sempre foi favorecida por Thanos nos treinamentos. Nebulosa também nutria um ódio por Thanos, que a torturou e modificou seu corpo com partes cibernéticas. A partir daí, vemos que a personagem não oscila em momento algum, bastante ciente dos seus objetivos. Se livrar do pai e da irmã que a fizeram tão mal ao longo dos anos, o que torna sua vilania bastante interessante; se é que dá para chamar isso de ser vilã.
Durante a Batalha de Xandar, Nebulosa enfrenta Gamora e perde um braço no combate. Ela consegue escapar da nave de Ronan antes dela explodir e rouba uma nave dos Saqueadores para fugir. Veremos ela novamente, mas por enquanto a personagem não passa de alguém com motivos para buscar vingança contra Gamora no futuro.
Em Guardiões da Galáxia Vol. 2, Nebulosa é capturada pelos Soberanos e entregue aos Guardiões da Galáxia como pagamento por um serviço. O jeito como Gunn conduz a história, evitando esteriótipos e se concentrando na história e narrativa, nos mostra no segundo filme que ela não é exatamente uma vilã; é apenas uma vítima da competição criada por Gamora e incentivada por Thanos. Conhecemos também o fato de que Thanos nunca fui para nenhuma das duas – Gamora o odeia por tê-la arrancado de seu planeta natal e Nebulosa quer vingança pela tortura feita por anos.
É também revelado que durante o período de criação conturbada ela sempre buscou uma irmã em Gamora, mas nunca conseguiu isso já que as duas estavam sempre competindo.
Depois de revelar seu objetivo, ela consegue se libertar e ajuda Taserface a liderar um motim contra Yondu Udonta, que estava preso com os Guardiões. Ela tortura Rocket Raccoon e Groot para saber onde está Gamora e parte em sua perseguição. Ela encontra Gamora em Ego, o Planeta Vivo, e as duas lutam até que uma explosão as obriga a se unir para sobreviver. Nebulosa salva Gamora de ser esmagada por uma nave e as duas se reconciliam. Nebulosa decide se juntar aos Guardiões para impedir Ego de destruir a galáxia. Depois da batalha, ela recusa o convite de Gamora para ficar com os Guardiões e parte em uma nave para continuar sua missão de vingança contra Thanos.
Em Vingadores: Guerra Infinita (2018), vemos Nebulosa mais uma vez, onde ela foi capturada por Thanos em sua nave, o Santuário II, e torturada para revelar a localização da Joia da Alma. Ela consegue enviar uma mensagem para Mantis avisando que Thanos está indo para Titã, onde irá ter êxito em completar todas as jóias na Manopla do Infinito.
Nesse filme, apenas vemos a personagem brevemente, conforme ela se alia aos Guardiões da Galáxia e também aos Vingadores para impedir que Thanos conclua seu plano de exterminar metade do universo. Embora muitos vejam a aliança dela com outros personagem apenas como um interesse em comum em salvar suas vidas, é a partir dos eventos do filme que vemos que a transição da personagem de uma vilã vingativa para uma heroína se completou.
Agora, como uma Vingadora, Nebulosa é uma aliada que entende a importância da união e possui laços com Quill, Rocket e os outros membros dos Guardiões já que todos agoram tem algo em comum: o luto pela perda de sua irmã.
Depois de mais de cinco anos desse evento, em Guardiões da Galáxia vol. 3, Gamora é mais do que uma aliada: é família. Um paralelo impressionante quando comparamos a frase de Drax a personagem no segundo filme da franquia que excluía do grupo. Agora ela, junto de Rocket e outros remanescentes dos Guardiões, estão encabidos da missão pessoal de consolar Quill pela perda de Gamora. Ela também é apontada como uma líder, alguém encarregada de ter a tomada de decisão no lugar qualquer um do grupo.
Ao longo das missões importantes que contemplam o novo filme, vemos que o tempo passado com os Vingadores ensinou Nebulosa várias coisas, uma delas principalmente a habilidade de trabalhar bem em equipe e ver os integrantes mais do que apenas pessoas com o mesmo objetivo, mas indivíduos que ela não deseja ver machucados ou mortos, assim como sua irmã.
É muito emocionante ver que mesmo com a criação de Thanos e as intrigas com Gamora, nada a impediu de se tornar uma pessoa boa e alguém que a audiência aprendeu a amar, assim como os Guardiões. Nebulosa certamente se tornou uma das personagens preferidas na Marvel, e está bem acima da favoritismo dos fãs da Marvel no momento em comparação a Capitã Marvel, Ms. Marvel, She Hulk e outros personagens que a Marvel vem forçando uma espécie de carisma.
Ela também se encaixa em uma categoria que muitos fãs gostam de rotular como o “Vilão que teve um passado triste”, uma trope usada em vários outros tipos de mídia. Em Naruto, temos Itachi. Em The Vampire Diaries, as pessoas tem Klaus. E aqui, em Guardiões e na Marvel como um todo, temos Nebulosa e tantos outros personagens que são retratados como vilões, mas que acabam por nos conquistar com carisma e bom desenvolvimento.