Que fim levou a Playphone, empresa do Raio X Scanner e outros “games” para celular?

Redator Pixel

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“A primeira fake news a gente nunca esquece”, diz a legenda do tweet de Lorena com L de Lixo, ilustrado com uma imagem do Raio X Scanner, um dos aplicativos mais famosos da Playphone no Brasil.

A tecnologia chegou até a aparecer em programas famosos da época, dentro da grade de canais como SBT, Rede TV e MTV.

Ela prometia surpreender os seus amigos e dominava os comerciais da TV aberta no começo dos anos 2000.

Porém, como as letras miúdas indicavam (e o bom senso também), seu celular não conseguia fazer uma radiografia em tempo real.

Afinal, o que aconteceu com a Playphone?

Se você foi uma das pessoas que enviou “Raio X” ou algo do tipo para 77888 nos velhos tempos e se sentiu enganado pela Playphone, fizemos um levantamento para mostrar como está a empresa hoje e, por mais incrível que pareça, ela continua viva e fazendo sucesso. É sério!

O início do negócio

Apesar de ter o nome odiado por muitos pais e responsáveis no Brasil, a Playphone pode ser considerada um caso de sucesso no empreendedorismo brasileiro.

A companhia foi fundada pelo empresário curitibano Ron Czerny em 2003 e, além de enganar crianças com o Raio X Scanner, oferecia jogos por assinatura numa época pré-smartphone.

Morando nos Estados Unidos, o cara conseguiu contatos dentro da indústria de games e viu a oportunidade de aproveitar esse mercado. 

A empresa é conhecida mundialmente por ser uma das primeiras a trazer o conceito de distribuição de conteúdo direto para o mercado mobile.

A Playphone foi uma das primeiras empresas oferecer conteúdos para smartphones

Para conseguir baixar os conteúdos, que incluíam jogos, apps, toques e wallpapers, o usuário só precisava enviar uma mensagem para se cadastrar.

A assinatura era cobrada automaticamente e retirada dos créditos de recarga da operadora do cliente.

Como a própria página do Reclame Aqui indica, desfazer essa assinatura não era uma tarefa fácil.

Raio X da Playphone

Com o lançamento do iPhone e a chegada dos smartphones Android, todo mundo teve acesso a milhões de aplicativos totalmente de graça, o que tornou o serviço da PlayPhone inútil, mas a empresa conseguiu sobreviver a essa virada.

“Tínhamos uma plataforma de jogo por celular que, assim que surgiu o iPhone, em 2007, ficou absolutamente obsoleta”, disse o criador da polêmica plataforma em entrevista ao Meio e Mensagem.

Onde está a PlayPhone agora?

Na última década, a PlayPhone tentou se enquadrar no mercado de smartphones com uma loja de aplicativos que competia com a Play Store no Android.

Trazendo diversos games e apps junto com recursos de rede social, a PlayPhone Social Gaming chegou em 2011 e tentava seguir uma fórmula parecida com o antigo negócio da companhia: conseguir parcerias com operadoras para expandir o alcance do seu negócio.

A iniciativa teve sucesso e grandes operadoras como Sprint e Verizon, dos Estados Unidos chegaram a adotar a loja criada por um brasileiro. Segundo o VentureBeat, em 2013, a PlayPhone conseguia alcançar 83% dos usuários de smartphones e tablets dos Estados Unidos.

Atualmente, a Playphone faz parte da gigante SoftBank

No Brasil, a empresa ainda mantém um site online trazendo seu catálogo de produtos para desenvolvedores e informações de contato.

Em 2015, a empresa fechou um acordo com a desenvolvedora japonesa GunHo, que levou a companhia a ser adquirida pela SoftBank. Para quem não tá ligado, é o mesmo conglomerado que comprou a Boston Dynamics da Google.

Segundo uma reportagem do Brazil and US Biz em 2016, a compra pela gigante japonesa ajudou na expansão da Playphone para a China, um mercado que não é dominado pela Play Store, ou seja, uma mina de ouro para a companhia.

“Olá Marilene!”: a história por trás do meme (entrevista)

Na época, Ron Czerny também disse que um dos objetivos é expandir o alcance da empresa para a América Latina, mas não tivemos novidades sobre a companhia por aqui.

Para quem se sentiu enganado pelo Raio-X Scanner, fica a dica: sempre leia as letras miúdas antes de assinar qualquer serviço móvel.

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