O fenômeno do cancelamento tem se tornado cada vez mais presente desde o surgimento da internet e tem ditado regras para a comunicação e interação social nas redes sociais. Essa prática consiste em boicotar uma pessoa, marca ou empresa que tenha se envolvido em alguma atitude considerada ofensiva ou inapropriada pela comunidade virtual. Se você quiser entender melhor o conceito de cancelamento, continue lendo este artigo!
Cancelar alguém é uma forma de boicotar e/ou se posicionar contra a postura de algo ou alguém que tenha feito ou dito algo considerado errado ou reprovável. É uma prática comum nas redes sociais, onde as pessoas que são canceladas sofrem críticas, perdem seguidores, patrocínios ou até mesmo sofrem ameaças. Cancelar alguém pode ser temporário ou definitivo, dependendo da gravidade do erro cometido e da capacidade de mudança da pessoa cancelada.
Ser cancelado é o resultado de ser alvo de um cancelamento. É quando uma pessoa perde a credibilidade, a reputação ou o apoio de um grupo social por causa de algo que fez ou disse que foi considerado errado ou reprovável. Ser cancelado pode ter consequências negativas para a vida pessoal e profissional da pessoa.
A origem da “Cultura do Cancelamento”
A cultura do cancelamento é um fenômeno que consiste em boicotar ou excluir pessoas ou empresas que tenham cometido algum ato considerado errado ou ofensivo por um grupo de usuários das redes sociais. Segundo a BBC, o movimento começou há alguns anos como uma forma de chamar a atenção para causas como justiça social e preservação ambiental, mas hoje abrange diversos temas e situações. Algumas pessoas defendem que o cancelamento é uma forma de responsabilizar e cobrar mudanças de comportamento dos cancelados, enquanto outras criticam que o cancelamento é injusto e intolerante com a diversidade de opiniões e contextos.
A origem do termo cancelamento pode ser relacionada ao conceito de ostracismo, que surgiu na Grécia Antiga e consistia em expulsar alguém da sociedade por dez anos. No entanto, a cultura do cancelamento como conhecemos hoje ganhou força com o movimento #MeToo, que denunciava casos de assédio e abuso sexual em Hollywood. Desde então, muitas personalidades e anônimos foram alvo de cancelamento por diferentes motivos, gerando debates sobre os limites e as consequências dessa prática.
Mais recentemente, alguns casos de cancelamento envolveram celebridades e influenciadores digitais que participaram de reality shows ou tiveram atitudes consideradas ofensivas ou inadequadas nas redes sociais. Um exemplo foi o da cantora Karol Conká, que foi eliminada do Big Brother Brasil 21 com 99,17% dos votos, a maior rejeição da história do programa, após ter comportamentos criticados pelo público. Outro exemplo foi o da youtuber Viih Tube, que viralizou ao cuspir na boca do seu gato e foi alvo de cancelamento nas redes sociais.
Em alguns casos, o cancelamento pode ser visto como uma forma de responsabilizar alguém por seus erros e cobrar uma mudança de comportamento. Em outros casos, o cancelamento pode ser visto como uma forma de violência e intolerância, que não dá espaço para o diálogo e o aprendizado. Em geral, eu acho que o cancelamento pode ter consequências negativas para a saúde mental das pessoas envolvidas, tanto para quem cancela quanto para quem é cancelado.
Por isso, eu prefiro evitar julgar as pessoas com base em um único ato ou opinião, e tentar entender o contexto e as motivações por trás de cada situação.
Um dos casos mais emblemáticos de cancelamento foi o de George Floyd, um homem negro que foi assassinado por um policial branco em Minneapolis, nos Estados Unidos, em maio de 2020. Floyd foi sufocado pelo policial Derek Chauvin, que ajoelhou em seu pescoço por mais de nove minutos, enquanto Floyd dizia repetidamente “não consigo respirar”. A cena foi filmada por uma testemunha e viralizou nas redes sociais, gerando uma onda de protestos contra a violência policial e o racismo em todo o mundo.
O cancelamento de Chauvin e dos outros policiais envolvidos na morte de Floyd foi uma forma de pressionar as autoridades a fazerem justiça e a reconhecerem o problema estrutural do racismo na sociedade americana. Em abril de 2021, Chauvin foi condenado por homicídio culposo, homicídio doloso em terceiro grau e homicídio doloso em segundo grau. Os outros três policiais ainda serão julgados em agosto de 2021.
Portanto, pode-se dizer que a cultura do cancelamento ajudou George Floyd ao expor a brutalidade de sua morte e ao mobilizar milhões de pessoas para exigirem mudanças no sistema policial e na sociedade.
No entanto, também é importante reconhecer que o cancelamento não é suficiente para resolver os problemas estruturais que levaram à morte de Floyd e de tantas outras vítimas da violência racista. É preciso também promover o diálogo, a educação e a conscientização sobre os direitos humanos e a diversidade.