Se você mora bastante tempo à internet, já deve ter ouvido falar no termo “incel” em algum lugar. A palavra é geralmente usada para descrever homens, um tipo específico de homens que possuem um comportamento específico tanto nas redes quanto no mundo fora delas. Caso ainda não saiba o seu real significado, e que a palavra na verdade é a abreviação de outra, continue lendo esse artigo para entender melhor.
Incel é um termo derivado de “involuntary celibate“, que significa “celibatário involuntário” em português. Refere-se a um indivíduo, geralmente do sexo masculino, que se identifica como incapaz de encontrar um parceiro sexual ou romântico, apesar de desejar ter um relacionamento. Os incels frequentemente atribuem sua falta de sucesso nas relações interpessoais a fatores externos, como aparência física, status social ou outras características pessoais.
No entanto, o termo “incel” também se tornou associado a uma subcultura online que ganhou notoriedade negativa devido a certas crenças e atitudes extremas expressas por alguns de seus membros. Alguns incels adotaram uma visão misógina e culpam as mulheres por sua falta de sucesso com relacionamentos, expressando ressentimento e raiva em relação ao sexo oposto. Essas visões podem levar a discursos de ódio, misoginia e, em casos extremos, até mesmo à incitação à violência contra mulheres e todos os tipos de minorias.
Por que os incels não gostam de minorias?
Nem todos os incels compartilham da mesma visão ou têm as mesmas atitudes em relação a minorias. No entanto, existem certos subgrupos dentro da comunidade incel que podem ter tendências discriminatórias em relação a minorias étnicas, religiosas ou de qualquer outra natureza.
Essas atitudes podem ser alimentadas por uma combinação de fatores, como falta de educação, influências culturais negativas, isolamento social, ressentimento e frustração.
Alguns incels podem encontrar uma maneira equivocada de lidar com seus próprios problemas emocionais e frustrações, buscando bodes expiatórios em grupos minoritários. Essas atitudes discriminatórias são inaceitáveis e não são justificadas de forma alguma.
É fundamental compreender que o comportamento preconceituoso e discriminatório não é uma característica intrínseca dos incels em geral, mas sim de certos indivíduos dentro dessa comunidade.
Discriminação e ódio são problemas sociais mais amplos, e é importante desafiar e combater essas atitudes em todas as esferas da sociedade, promover a tolerância, a diversidade, o respeito mútuo e a igualdade são princípios essenciais para a construção de uma sociedade inclusiva e harmoniosa.
Os incels estão ligados a massacres nas escolas?
No Brasil, não há evidências de que os incels estejam ligados a massacres nas escolas. O caso mais conhecido de um ataque desse tipo foi o Massacre de Realengo, em 2011, quando um ex-aluno invadiu uma escola no Rio de Janeiro e matou 12 crianças. O autor do crime disse ter sido vítima de bullying na escola, mas não há indícios de que ele fizesse parte de grupos extremistas ou incels.
No entanto, isso não significa que os incels não existam ou não representem uma ameaça no Brasil. Segundo uma reportagem da VICE, há vários jovens brasileiros que se identificam com essa ideologia e que sofrem de depressão, solidão e frustração. Alguns deles chegam a defender a violência contra as mulheres ou a pedir conselhos para comprar armas nos fóruns.
Estereotipar alguém como Incel é perigoso?
Estereotipar alguém como incel pode ser perigoso por vários motivos. Primeiro, porque nem todos os incels são violentos ou extremistas, e alguns podem estar apenas buscando apoio ou ajuda para lidar com suas dificuldades afetivas e emocionais. Segundo, porque rotular alguém como incel pode reforçar o sentimento de exclusão, ressentimento e raiva que muitos deles já têm, e que pode levá-los a se radicalizar ainda mais.
Estereotipar os incels como um grupo homogêneo pode ignorar as diferenças individuais, sociais e culturais que influenciam suas experiências e visões de mundo.
Quais são os esteriótipos de incels?
Os estereótipos de incels são as imagens simplificadas e preconceituosas que se tem sobre esses homens, baseadas em suas características físicas, comportamentais ou ideológicas. Alguns exemplos de estereótipos de incels são:
- Homens feios, gordos, baixos, carecas ou com alguma deformidade que os torna indesejáveis para as mulheres.
- Amargos, depressivos, solitários e suicidas, que não têm amigos, hobbies ou perspectivas de vida.
- Violentos, misóginos, racistas, homofóbicos e extremistas, que odeiam as mulheres e os homens que têm sucesso sexual, e que defendem ou praticam atos de terrorismo ou assassinato em massa.
- Eles são homens que usam gírias próprias para se comunicar em fóruns online, onde classificam as mulheres e os homens em categorias pejorativas, como “stacys”, “chads”, “femoids” ou “normies”.