Sabe aquela galera que diz “jogo brasileiro não é tão bom quanto feito pelos gringos”, “nossa indústria nunca vai ser tão boa quanto a lá de fora” e frases do tipo?
Bom, Override Mech City Brawl é um dos jogos que mostra como as coisas não são bem assim.
Desenvolvido pelo estúdio brasileiro The Balance Inc, Override é um projeto que está nos rincões da internet desde 2014, mas, após uma campanha de financiamento coletivo frustrada, acabou virando realidade graças ao apoio da publisher Modus Games.
Override Mech City Brawl – Análise
Além de ter um conceito inteligente, Override foi feito de um jeito que o torna perfeito para divulgar para as pessoas como a indústria brasileira pode fazer jogos que chamam a atenção internacionalmente.
Nós aqui do Nacionais adoramos jogar games feitos por brasileiros, tanto que temos um quadro só pra isso, e muitos deles merecem mais atenção.
Ainda assim, é interessante ver como Override foi longe. Além de ter virado notícia em muitos sites do exterior, o título foi divulgado nos canais da PlayStation e Xbox, o que é algo grande para um jogo independente. O trabalho da Balance Inc, além do esforço da Modus em divulgar o game, com certeza são notáveis.
História do jogo
Falando sobre o jogo em si, Override é praticamente um daqueles “jogos AA”, com cara de jogo grande, mas feito com recursos limitados, o que pode acabar quebrando as expectativas de algumas pessoas.
Cheia de referências, a campanha principal permite que você escolha um dos pilotos dos mechs do game para salvar o mundo de xenótipos, monstros que estão atacando diversos lugares do mundo.
Toda a história é contada na base de diálogos em texto e o roteiro é praticamente o mesmo para todos os personagens, o que possivelmente foi uma decisão feita para cortar custos.
Ainda assim, na primeira vez que você joga o single-player, a narrativa oferece motivos suficientes para você querer quebrar os alienígenas na porrada, mesmo que para isso você acabe destruindo a cidade ao seu redor (o que é errado, mas divertido).
A pior parte do single-player é o fato de existir apenas um slot para saves.
Ou seja, para começar uma nova história, é necessário apagar a anterior.
Entre os defeitos do game, acho que o mais chamativo, no final das contas, é o fato da cidade ao seu redor não ter peso, os prédios caírem como se fossem de papelão e praticamente não existirem pessoinhas nos cenários.
Isso acaba trazendo um clima de brincadeira para Override, o que combina com o estilo arcade do brawl, mas pode desagradar quem busca uma experiência mais realista.
Se você é esse tipo de pessoa, sugiro conhecer City Shrouded in Shadow, que te coloca no lugar de um civil durante situações como ataques de kaijus e tem uma pegada mais realista.
Gameplay: Diversão sem limites
De longe, o principal diferencial e atrativo e Override é a sua jogabilidade.
Como dito anteriormente, o jogo assume a veia arcade e não decepciona com isso.
É como viver um sonho de infância e assumir o controle de um robô gigantepara descer a lenha nos vilões.
A jogabilidade é simples e adota os gatinhos do controle para controlar cada parte do corpo do robô.
O jogador também tem um set de ataquees especiais para utilizar, além de um golpe especial que só pode ser utilizado como último recurso.
Override traz o feeling de controlar um robô gigante,
como numa brincadeira de criança
A Modus Games dá bastante ênfase para o modo online do game, que permite jogar partidas conectadas com jogadores ao redor do mundo.
Porém, o que realmente me cativou no game foi sentar no sofá e jogar com a galera.
Como um dos desenvolvedores me contou aqui, a ideia inicial de Override era colocar vários jogadores pra controlar o mech, no maior estilo Octodad: Dadliest Catch, mas com um toque de Zone of The Enders e Pacific Rim.
Felizmente a mecânica chegou na versão final do jogo e funciona exatamente como deveria: fazendo uma bagunça na hora do gameplay.
Override permite que você coloque até quatro jogadores para tomar conta das partes do robô, o que garante uma jogabilidade divertida com a galera.
O elenco de 12 personagens também é satisfatório e a Balance Inc já confirmou que teremos mais lutadores chegando futuramente, o que me deixa animado com o futuro do game.
Até quatro jogadores podem controlar o mesmo robô!
Outro ponto que merece destaque no game é a customização dos robôs.
Além de Override ter de excelente qualidade, o que garante uma experiência visual aceitável, você ganha roupas e equipamentos para deixar seu personagem personalizado.
O rolê é bem parecido com Overwatch, de certo modo, e você não paga para ter acesso aos itens. Ou seja, nada de microtransações.
Em relação aos cenários, Override oferece como local para lutas algumas cidades famosas em diversos países do mundo, incluindo no Brasil.
Apesar da área de luta ser limitada, é interessante notar que o pessoal da Balance Inc modificou os lugares para serem mais futuristas.
Como notou nosso parça Odir Filho (ouça ele no Brocast), o mapa do game possui um design que representa um mundo em que as geleiras derreteram e o oceano tomou parte da terra habitável.
Um pequeno detalhe, mas que mostra a dedicação do time com seu trabalho.
Resumindo
Se você está em busca de um game brasileiro que impressiona, Override: Mech City Brawl é uma boa pedida.
Trazendo gráficos bonitos e uma jogabilidade divertida, o game é uma grande opção para um rolê com amigos, além de trazer um single-player aceitável e que cumpre os requisitos de um jogo indie.
Mas não esqueça: é um projeto independente, que possui limitações em sua jogabilidade e campanha single-player, mas entrega uma experiência que diverte.
Além de oferecer o básico de um jogo arcade e com foco na diversão, o game também possui um modo online e já tem suporte garantido por um tempo, com novos personagens chegando futuramente.
Se você não busca por uma experiência realista e quer mesmo descer a pancada com robôs gigantes, o game brasileiro deve ficar no seu radar.
Override pode ser jogado no PC, PS4 e Xbox One. Confira mais informações neste site.