Os dispositivos Android da Samsung representaram “metade ou mais” da receita gerada no Google Play, conforme revelado durante o depoimento do vice-presidente de parcerias do Google, James Kolotouros, no contexto do processo Epic x Google.
Em 2019, os dispositivos Samsung já eram responsáveis por metade da receita do Google Play, um fato evidenciado durante as audiências. No ano seguinte, como parte de três acordos, o Google concordou em pagar à Samsung um total de US$ 8 bilhões ao longo de quatro anos. Esses acordos visavam estabelecer a Pesquisa, o Assistente e a Play Store como os serviços padrão nos dispositivos Samsung.
Anteriormente, o Google propôs um plano que visava impedir a Samsung de colocar a Galaxy Store nas telas iniciais. Um dos argumentos apresentados pelo Google é que essa medida visava aprimorar a experiência do Android para competir com a Apple e atrair potenciais usuários do iPhone.
Para parceiros que não são da Samsung, incluindo OEMs e operadoras sem fio não vinculadas ao Android, o Google propôs um investimento de US$ 2,9 bilhões em 2020, com a expectativa de aumentar para US$ 4,5 bilhões até 2023.
Esse financiamento visa garantir a disponibilidade da Pesquisa, da Play Store e de outros “aplicativos críticos” em dispositivos desses parceiros. O OnePlus, por exemplo, obteve uma parcela específica na receita líquida, abrangendo diversas categorias, como receita básica e otimizada de anúncios, transações otimizadas no Google Play, anúncios premier e transações no Play.
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Para dispositivos “RSA 3.0 Premier“, onde os fabricantes, em troca de participação total na receita, concordam em pré-instalar aplicativos do Google e excluem aplicativos concorrentes. No entanto, fora desse nível, é permitido o pré-carregamento de lojas de aplicativos concorrentes.
O Google defende que esses acordos também possibilitam a imposição da exigência de pelo menos 6 atualizações de segurança por ano.
A imposição dessa diretriz visa fortalecer a postura de segurança do ecossistema Android, uma consideração crítica em um cenário digital cada vez mais propenso a ameaças cibernéticas. Ao garantir atualizações regulares, o Google visa mitigar vulnerabilidades potenciais e proteger os usuários contra possíveis explorações de segurança.
Essa interseção entre acordos financeiros, segurança cibernética e a dinâmica complexa do ecossistema Android continua a moldar o cenário digital, influenciando não apenas a experiência do usuário, mas também a postura geral de segurança no vasto universo dos dispositivos móveis.