The Idol chega ao fim; entenda as problemáticas envolvendo a série

Matheus Martins

The Idol é uma série da HBO Max que estreou em junho de 2023 e conta a história de uma cantora pop (Lily-Rose Depp) que se envolve com um líder de uma seita de exploração sexual (The Weeknd). A série é criada por Sam Levinson, o mesmo de Euphoria, e tem gerado muita polêmica por causa do seu conteúdo violento, sexual e problemático.

Agora que o show finalmente acabou depois de 5 episódios, muitos ainda não sabem quais são as controvésias envolvendo a série. Nós do Pixel Nerd já conferimos o show completo e separamos alguns detalhes que podem te ajudar a entender o que deu de tão errado com essa nova produção da HBO.

Perspectiva feminina

A decisão de The Weeknd e Sam Levinson de tirar Amy Seimetz da direção da série The Idol foi o que gerou controvérsia e rumores de um ambiente de trabalho tóxico sobre a série.

Amy, que é conhecida por seu trabalho como atriz em séries como The Killing e The Girlfriend Experience, foi anunciada como a outra diretora e produtora executiva da série, mas saiu em abril de 2022. Segundo o próprio The Weekdn, ele queria a série com uma perspectiva menos feminina para a produção, da qual Amy estava dando.

Então, uma reportagem da Rolling Stone citou 13 fontes próximas ao show que revelaram que The Idol estava repleto de problemas e turbulências no set. A reportagem afirmou que depois que Levinson assumiu, ele “descartou o projeto quase finalizado de US$ 54-75 milhões para reescrever e refilmar tudo”.

As fontes anônimas afirmaram que o show tinha saído “selvagemente, nojentamente dos trilhos”, que o ambiente de trabalho era caótico, cheio de roteiros mal escritos e cenas refilmadas, e que a história era tóxica, abusiva e pornográfica.

A reportagem também disse que Amy deixou o projeto com cerca de 80% dele concluído, e que Sam Levinson assumiu o controle e decidiu reescrever e refilmar tudo, causando um atraso. Levinson teria mudado o foco da série, que originalmente era sobre os efeitos distorcidos da fama e de uma indústria carnívora, para um romance tóxico entre os personagens de The Weeknd e Lily-Rose Depp. 

A HBO negou a reportagem em um comunicado, dizendo que a equipe criativa do show “estava comprometida em criar um ambiente de trabalho seguro, colaborativo e respeitoso mutuamente, e que no ano passado, a equipe fez mudanças criativas que acharam que eram do melhor interesse tanto da produção quanto do elenco e da equipe”.

Treta com a Rolling Stone

Após a nota da Rolling Stone, The Weeknd respondeu ao artigo postando um clipe da série no Twitter e escrevendo: “Rolling Stone, nós te chateamos?”. 

No clipe, seu personagem junto com o de Lily-Rose Depp chamam a revista de “irrelevante”. Em uma nova entrevista à Vanity Fair, ele respondeu mais diretamente às acusações e explicou sua resposta inicial e curta. “Eu achei o artigo ridículo”, ele disse. “Eu queria dar uma resposta ridícula para isso”.

Reação da crítica em Cannes

A reação da crítica em Cannes a The Idol foi mista. Alguns elogiaram o show como uma crítica mordaz à indústria da música e ao culto à celebridade, enquanto outros o criticaram como uma exibição misógina e pornográfica de abuso e exploração. O show recebeu uma ovação de cinco minutos após a exibição dos dois primeiros episódios no festival, mas também gerou muita controvérsia por sua produção caótica e mudanças criativas.

Douglas Greenwood, da Vogue, chamou o show de um “espetáculo de horror lindo” e elogiou as performances de Lily-Rose Depp e Abel Tesfaye, mas questionou se o show seria visto como um “erro de misoginia de alto orçamento ou uma representação reveladora das armadilhas aterrorizantes da fama” .

Leah Asmelash, da CNN, resumiu as polêmicas em torno do show, incluindo a saída da primeira diretora Amy Seimetz, que supostamente tinha uma visão diferente da de Sam Levinson, o criador do show. Ela também citou fontes que falaram de um ambiente de produção caótico e roteiros mal escritos .

Um crítico não identificado do Huffington Post disse que o show era “um drama fascinante e perturbador que explora os extremos sombrios do estrelato pop” e que “não há dúvida de que será um dos programas mais comentados do ano”.

Audiência

The Idol teve uma audiência média de 913 mil espectadores no primeiro episódio, mas sofreu uma queda de 12% no segundo episódio, ficando com cerca de 800 mil espectadores. Assim que novos episódios foram liberados, a série foi muito criticada pela qualidade e pelo conteúdo polêmico, e teve o número de episódios reduzido de seis para cinco.

Em comparação, a audiência de The Idol na América Latina e na Europa foi maior do que a de The White Lotus, outra série da HBO.

Para nós, a série apesar de ser visualmente linda – chegando ao pé de outra produção de Levinson, Euphoria, no quesito fotografia -, pecou muito na narrativa e explorou muito o contexto sexual que tomou parte de tempo importante. Faltou desenvolvimento, arcos importantes e cenas demonstradas em trailers e vazadas que, infelizmente, não chegaram ao ar. Foi uma decepção que romantizou o abuso e que não soube sustentar o lado obscuro do mundo pop, da qual tanto se vendeu.

Os cinco episódio da agora terminada The Idol estão disponíveis na HBO Max.

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