5 jogos Souls-like que você precisa experimentar

Matheus Martins

Desde que a FromSoftware lançou dois dos seus títulos pioneiros há mais de uma década, Demon Souls e Dark Souls, um sub-gênero nasceu dando aos gamers uma linha de segmento de jogos desafiadores, intimidadores e – para quem já é fã do estilo diferenciado – bastante divertido até. Estas são palavras que definem “jogos souls“, característica crucial em games que se baseiam na jogabilidade que envolve a perda de souls que precisam ser recuperados no mesmo local que o jogador perdeu a vida.

Traduzido para o português, Souls significa Almas, mas o termo na linguagem de videogame é usado para definir moedas que compram itens e nivelam a qualidade da jogabilidade do gamer diante das fases que decorrem o gameplay. Existem diversos jogos nesse naipe por aí pensados para que os jogadores utilizem do raciocínio rápido e da técnica aperfeiçoada para alcançarem êxito em missões e desafios proporcionados. Alguns deles ganham destaque por se diferenciarem no quesito gráfico, história ou pelas longas horas de jogabilidade, que para alguns se faz primordial na qualidade do game.

E muito embora Elden Ring, um dos lançamentos mais aguardados do ano, esteja tão próximo, aqui vamos tentar separar os mais tipos de variados jogos de estilo souls-like para não te deixar de mão vazia!

1. Necropolis (PS4, Xbox One, PC e PC Mac)

Ser desafiado pode ser bom, mas ser desafiado por um chefão Deus com cabeça de bronze enquanto ele ri das suas derrotas e não facilita em momento algum pode ser um incentivo maior ainda para quem curte o estilo de jogo. Essa é a premissa que Necropolis, game de combate da Harebrained Schemes, apresenta para os usuários de PS4, Xbox One, Microsoft Windows e Mac.

Embora sem uma história de grande porte, Necropolis apresenta um lutador que precisa varrer os diferentes níveis de inimigos dentro de uma masmorra controlada pelo boss Brazen Head. Ao perder, o jogador perde todas as conquistas adquiridas no game precisando começar do zero para recuperá-las e ainda tem que contar com a mudança súbita de locais e elementos que vão ficando cada vez mais difíceis de lidar a cada nova morte.

Para os módulos de estilos na jogabilidade, no solo o player pode aprender magias, ganhar novas roupas e roubar itens e até partes de corpos de oponentes que vão sendo deixadas pelo chão a cada combate terminado. Já na característica multiplayer, você deve tomar cuidado para não ferir seus aliados e todos os seus prêmios serão compartilhados com outros jogadores ou amigos.

Apesar de parecer um jogo normal pelo seu gráfico até que perfeito, é quase certo que o jogo irá te matar diversas vezes e aumentar a intensidade dos desafios a cada derrota, portanto para quem pensa em largar de mão do controle rápido assim que a irritação der lugar ao esforço, deve repensar se vale a pena a tentativa. Já na direção artística, o jogo está de parabéns apresentando traços bastante coloridos e a movimentação da câmera que permite que o player saiba exatamente onde acertar o escopo dos adversários.

2. Bloodborne (PS4, PS5)

Um produto da própria FromSoftware, Bloodborne é um jogo eletrônico de ação e terror gótico e cósmico exclusivo para Playstation. Ganhando bastante destaque por seu conteúdo recheado de horror alienígena (e, por inegavelmente, ser bastante comparado ao gênero souls-like), o game ganha espaço em títulos que aproveitam a atmosfera de terror em seus ambientes. Seja em campos externos ou fechados, lutando contra monstros ou pessoas, o perigo mora em todas as ruas e toda parte, a morte é sua maior espada na cabeça.

Nele, o jogador entra na pele de um caçador explorando os territórios da sombria Yharnam, cidade conhecida por seus remédios e um imã para peregrinos. No entanto, o local está subjugado por uma grave doença que transofrma humanos em monstros, enganando assim o protagonista que precisa encarar o medo e a constante possibilidade de ser eliminado que não apenas promete não ser fácil, como também vem em peso a toda hora.

Na jogabilidade, você terá ao seu dispor armas de curto e longa alcance, embora as de curso alcance sejam as melhores para enfrentar as horrorosas criaturas e inimigos. Se deixe morrer. Quando isso acontecer, você será teletransportado para uma àrea mística chamada Hunter’s Dream onde poderá aprimorar armas e comprar itens que servirão de grande auxílio para sua jornada, além de poder te transportar para as lanternas espalhadas pela cidade, dando grande oportunidade de escolher em qual local mais adequado você pode cair.

Na parte do desafio, aqui o leque se enquadra exatamente ao de Dark Soul’s, dando apenas duas chances para que você seja esperto o suficiente para sobreviver aos desafios. Na primeira morte, você pode voltar ao local onde foi morto para recuperar os itens que adquiriu no jogo, mas será roubado e precisará ser bastante atento aos sinais que o jogo dá para encontrar o patife ladrão que os roubos de você. Já na segunda e fatal morte, você perderá tudo e não haverá outra possibilidade de retorno a não ser ficar esperto.

Investindo pesado no elemento terror (presente não apenas no jogo, mas na jogabilidade em si), o game não oferece qualquer tipo de clemência aos desbravadores que buscam triunfar diante de obstáculos e desafios, o que pode proporcionar uma experiência bastante gostosa por ter imagens primorosas e realísticas que demonstram os dois maiores traços desse jogo: misticidade e sangue.

3. Lords of the Fallen (PS4, PS5, Xbox One, PC)

Lords of the Fallen é um jogo de ação desenvolvido pela Deck 13 e aqui se assemelha muito ao jogo que inspirou um carretel de gêneros de estilo souls. Em sua obra derivativa, o jogo apresenta a história de um guerreiro liberado de uma prisão com o único intuito de um exército de criaturas conhecidas como Rhogar e seus Barões. Embora com ideias originais, o jogo foi rechaçado pela crítica por não apresentar uma história original bastante infundada, ter vários elementos que lembrem Dark Souls e apresentar uma cadeia de bugs que irritou bastante avaliadores.

Apesar das críticas, Lords of the Fallen tem suas características distintas com a fonte-máter. Mapas que decorrem a história do game, uma jogabilidade em combate equilibrada e a escolha entre três classes diferentes de guerreiros: Guerreiro, Clérigo ou Ladino. As mesmas se perdem ao ficarem de lado com a história do jogo, que além de não trabalhada, se apresenta escassa.

Aqui, quando se morre pela segunda vez, toda a experiência adquirida é evaporada, com o único diferencial que se tem um tempo limite para recupera-lá. Para os fãs de análise de movimentos durante os combates, pode ser interessante ficar de olho a barra de energia, adquirida conforme as ações do personagem, e de magia, utilizada para atividades especiais.

4. Nioh 2 (PS4, PS5 e PC)

Ao melhor estilo hack ‘n slash, Nioh 2 é um jogo de ação de alta qualidade desenvolvido pela Team Ninja com grande percentual de cultura japonesa em sua temática. Explorando elementos do tempo feudal do país, o título demonstra um game de proporção gigante, rendendo horas para o seu salvamento e levando a palavra “desafio” a outro patamar.

Para começo de conversa, Nioh 2 reconta a história abordada em Nioh em um período anterior, onde diversas guerras marcaram a história do Japão. Dessa vez, com um novo protagonista criado pelo próprio jogador, você deve enfrentar criaturas e diversos demônios-inimigos sob controle de um personagem meio humano, meio yokai bastante poderoso. Para vencer os oponentes, você deve usar as diferentes habilidades capazes de imobilizar e atacar rapidamente, sem dar tempo para que eles consigam reagir.

Ainda falando sobre a jogabilidade, o game não se cansa em mostrar o quanto é difícil. Mesmo com o player nivelado a um nível de experiência que corresponda ao desafio, o jogo trabalha em dificultar para que você aprenda suas lições na marra. Com uma barra de stamina chamada de ki, as ações se tornam rápidas, portanto acabam rápidas, obrigando uma postura diplomática no jogador que precisa ser inteligente e muitas vezes eficiente.

Em uma inovação que o difere do primeiro game, o título apresenta um leque de novidades que funcionam melhor do que meras adições. A maior delas é a habilidade de transformação, onde o personagem se transforma em um yokai por tempo limitado, podendo usar técnicas que deixam o inimigo mais lento ou até mesmo incapaz de reagir aos seus golpes. Além disso, se enfrentar outros yokais e derrotá-los, o protagonista recebe como prêmios as habilidades do inimigo podendo armazena-las ao seu grande arsenal de equipamentos.

Uma grande ressalva para a direção de arte rica em imagens que conseguem soar bastante realistas e que seguem fiéis a cultura em que se baseia. Esses dois pontos, mesclados as outras qualidades já mencionadas no texto, conseguem entregar uma verdadeira obra primorosa.

5. Ashen (PS4, Xbox One, PC e Switch)

Com uma abordagem amplamente interessante, Ashen é um jogo desenvolvido pelo estúdio neozelandês A44 de ação e aventura com disponibilidade multiplayer. O design do game segue uma rota completamente diferente em quesito visual, servindo personagens sem rosto e uma jogabilidade que o destaca da grande maioria dos itens nessa lista.

Nele, o mundo é imerso nas trevas após a derrota de um ser alado de nome homônimo ao jogo que proporcionava luz a todo o mundo. Seu desaparecimento resultou na escuridão eterna, perído onde diversas criaturas se criaram e dominaram a humanidade. Quando Ashen renasce novamente, é de grande interesse das forças imergidas no escuro manterem o provedor de luz morto, bem como extinguir qualquer resquício do elemento por toda a parte da terra.

Entrando na jogabilidade, Ashen é um tipo de souls onde você encara inimigos escondidos nas sombras que podem facilmente te matar, te atacar por trás em um combate contra dois ou roubar sua luz – inclusive há um chefão no jogo que tem uma habilidade específica para isso. Se faz visceral a companha de um segundo jogador para enfrentar os adversários, mas os desafios não vão parar por aí uma vez que nenhum de vocês dois poderão se comunicar ou conversar, resultando na dificuldade de uma conversação. Outra coisa é que apesar de terem quests, nenhum de vocês são obrigados a se ajudarem, o que pode gerar uma dinâmica bem desmotivadora (ou, para quem curte, interessante) durante o gameplay.

Apesar das dificuldades, como qualquer soulslike você pode equipar suas armas, explorar mapas que ajudam no desenvolvimento, evoluir armas e aumentar sua vida e estamina. Também é possível construir sua própria vila onde NPC’s poderão interagir com você de forma indireta e direta, apresentando missões principais e secundárias. Com o decorrer delas, o jogo e a vila evoluem dando construções e novas formas de interação como báus para guardar seus itens.

A principal característica que chama mais atenção para o game é a já mencionada aqui: a arte. O design é admirável, todo bem trabalhado em gráficos primorosos rendendo cenários que tiram o fôlego do jogador – coisa que aumenta a experiência de uma forma deliciosa. Essa direção e caminho escolhido pelos desenvolvedores – não meramente uma decisão aleatória – representa um papel importante para a forma como jogos são feitos, não reduzindo eles a simples produtos com mecânicas incríveis, mas também nos apresentar verdadeiras obras conceituais que ficarão em nossas memórias.

E aí, você conhece mais algum jogo de estilo Souls? Ficou faltando mais algum nessa lista? Deixa aí nos comentários pra gente saber!