Os raios são fenômenos naturais impressionantes que iluminam o céu durante as tempestades. Mas você sabe como eles acontecem? Neste artigo, vamos explicar o que são os raios, como eles se formam e quais são os seus efeitos.
Os raios são descargas elétricas geradas pelo atrito de massas de ar nas nuvens, que causam a separação de cargas positivas e negativas entre elas ou entre elas e o solo. Quando a diferença de potencial entre essas cargas é muito grande, o ar que as isola se ioniza e se torna um condutor, permitindo que a corrente elétrica flua. Esse fluxo de elétrons aquece o ar e produz uma faísca luminosa chamada relâmpago e uma onda sonora chamada trovão.
Os raios podem ocorrer entre nuvens, do solo para a nuvem ou da nuvem para o solo. Eles duram em média meio segundo e podem ter uma potência de até 1000 gigawatts. Os raios podem causar danos materiais e humanos, por isso é importante se proteger durante as tempestades.
Como raios se formam?
Um raio ganha sua forma no céu a partir de uma descarga elétrica entre duas nuvens ou entre uma nuvem e o solo. Essa descarga ocorre quando há uma grande diferença de cargas elétricas dentro da nuvem, gerada pelo choque de partículas de gelo. O raio se forma como um caminho de plasma que ziguezagueia em direção ao solo, buscando se conectar com as cargas positivas da superfície. Quando o circuito elétrico se fecha, ocorre o clarão e o trovão que vemos e ouvimos. O raio pode ter diferentes formas e cores, dependendo da intensidade, da direção e da composição do ar.
Quando o campo elétrico da nuvem é muito forte, ele ioniza o ar e cria um caminho de plasma que se conecta com as cargas opostas da superfície ou de outra nuvem. Esse caminho é o que vemos como relâmpago, e o som que ouvimos é o trovão, produzido pelo aquecimento e expansão do ar.
Muitos não sabem, mas um raio pode vir também do chão. Esse tipo de raio é chamado de raio ascendente ou raio positivo, e ocorre quando as cargas positivas do solo sobem em direção às cargas negativas da nuvem. Esse fenômeno é mais raro e pode acontecer em locais com estruturas altas, como torres ou montanhas.
Um exemplo de raio ascendente é o que atinge o Cristo Redentor, no Rio de Janeiro, várias vezes por ano. Um raio ascendente pode ser mais intenso e duradouro do que um raio descendente.
Um raio pode matar?
Sim, um raio pode matar uma pessoa se atingi-la diretamente ou se ela estiver em contato com a água ou o solo onde a descarga caiu. A corrente elétrica do raio é muito forte e pode causar queimaduras, parada cardíaca, danos ao sistema nervoso e até morte instantânea. Por isso, é importante se proteger durante uma tempestade e evitar locais abertos, piscinas, praias e objetos metálicos.
Árvores são lugares errados para se proteger de raios. Isso porque as árvores são condutoras de eletricidade e podem atrair as descargas elétricas para si ou para quem estiver próximo. Além disso, as árvores podem ser danificadas ou destruídas pelos raios, oferecendo risco de queda de galhos ou incêndio. Por isso, o mais seguro é procurar abrigo em locais fechados e com estrutura metálica, como prédios ou carros.
Se alguém for atingido por um raio, deve-se chamar ajuda médica imediatamente e verificar se a pessoa está respirando e consciente.
Caçadores de raios
Os Caçadores de Raios são cientistas ou fotógrafos que se interessam pelo fenômeno e buscam registrá-lo ou estudá-lo. Eles usam equipamentos especiais, como câmeras de alta velocidade, sensores e antenas, para capturar imagens e dados dos raios. Eles também seguem normas de segurança para evitar acidentes e danos aos seus aparelhos. Apesar de considerarem o esporte como uma loucura, os caçadores de raios contribuem para o avanço do conhecimento sobre a eletricidade atmosférica e suas implicações para o meio ambiente e a sociedade.
Segundo o Grupo de Eletricidade Atmosférica (ELAT) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), a média de pessoas que morrem por ano no Brasil atingidas por raios é de 110. Esse número coloca o país na sétima posição no ranking mundial de mortes por raios. A maioria das vítimas são homens que trabalham ou praticam atividades ao ar livre. Cerca de 80% das mortes poderiam ser evitadas se as pessoas seguissem medidas de proteção durante as tempestades.
Além das mortes, cerca de 300 pessoas sobrevivem aos raios todo ano, mas podem ficar com sequelas graves, como perda de audição, memória ou movimentos.
Chuva de raios existe?
Não existe chuva de raios, mas sim tempestades com raios. Esse termo é usado popularmente para se referir a situações em que há muitos raios no céu, criando um espetáculo luminoso impressionante. Essas tempestades ocorrem quando há nuvens carregadas de eletricidade, chamadas de cumulonimbus, que se formam a partir da combinação de calor e umidade. Essas nuvens podem gerar raios entre si ou em direção ao solo, causando relâmpagos e trovões. As tempestades com raios são mais comuns no verão e em regiões tropicais, como o Brasil.
Não existe um lugar no mundo onde chuvas de raios aconteçam o tempo todo, mas existem alguns locais onde elas são mais frequentes e intensas. Um deles é o lago Maracaibo, na Venezuela, que recebe cerca de 250 raios por quilômetro quadrado a cada ano, sendo considerado o lugar mais elétrico da Terra pelo Livro Guinness dos Recordes. Outro lugar é a cidade de Kifuka, na República Democrática do Congo, que tem uma média de 158 raios por quilômetro quadrado por ano, sendo a cidade que mais recebe raios no mundo. Esses lugares têm em comum a presença de cadeias de montanhas e costas recortadas, que favorecem a formação de nuvens carregadas de eletricidade.