Análise | Alan Wake 2 é um exemplo irreverente de narrativa

Redator Pixel

Alan Wake 2 é um jogo que foca na narrativa, mas vou falar para vocês o que eu senti do jogo como um todo nesta análise. Ele foi tratado com muito carinho pelo pessoal da Remedy, nas formas como ele aparece e nas diferentes formas de narrativa.

Aqui dentro, você tem algumas imersões de filme, sabe? Eles já fizeram isso em Quantum Break, e aqui eles também colocam alguns trechos com atores de verdade, live action. E essa é só uma das coisas que eles fazem.

Este jogo é muito, mas muito doido na forma como ele conta a história. Além da parte visual, que é bastante limpa e moderna, ele lembra muito The Last of Us 2 em vários aspectos. Tenho certeza de que o pessoal da Remedy assistiu e jogou bastante The Last of Us para pegar referência, no sentido de pegar referência e de ficar revisando para pegar e copiar algumas coisas.

Alan Wake 2 traz elementos de gameplay excelente de outros jogos, como inventário de Resident Evil 4, sistema de cura e HUD de The Last of Us 2, entre outros

E está tudo bem, Resident Evil também fez isso; o inventário tem a cara de Resident Evil, e a parte de equipar a arma e salvar o atalho lembra muito The Last of Us 2. Então, eu tenho certeza de que eles copiaram algumas coisas, o que é ótimo. São duas franquias incríveis do mundo dos jogos, e é excelente que estejam aqui.

Da parte da narrativa, a narrativa é realmente a grande experiência deste jogo. Ele conseguiu trazer elementos visuais que combinam bem com isso, e eles experimentam muita coisa. Eu não posso contar, mas tem uma cena neste jogo que é fantástica. É sensacional a forma como… é louca, sinceramente é louca. E aqui casa muito bem com o jogo, porque ele é um jogo que… A história, quem jogou Alan Wake 1 sabe, a história é simplesmente doida.

O Alan Wake, o escritor, vive um terror que mistura a realidade com o sobrenatural. E às vezes, você não sabe o que está acontecendo.

Nesta sequência você chega em uma cidade do interior jogando com a personagem Saga, que é uma agente do FBI, e você tem que investigar o que está acontecendo.

Em um momento no começo do game você à uma chega cafeteria vai conversar com uma garçonete que diz ter te reconhecido e fala: Ah, Saga, tudo bem? Ah, poxa, que loucura ver você de novo aqui.

O mais doido? Você não faz ideia de quem a garçonete é, mas ela dá detalhes sobre você e diz que você tem até uma filha. Loucura, não?

Esse tipo de situação, a estranheza que passa lembra muito Stephen King.

Quem está acostumado a ler ou assistir filmes e roteiros e coisas produzidas por Stephen King, a participação dele em histórias, vai conseguir identificar muita coisa, sabe? Aquela sensação bizarra de você conseguir se conectar com o personagem e de repente estar numa situação meio diabólica, meio sinistra. Simplesmente está acontecendo algo surpreendente e você não sabe dizer se é real e só você tá vendo.

Aqui a Remedy conseguiu utilizar os recursos de desenvolvimento de jogos para criar algo diferente, cara. Então, é sensacional. O jogo peca em algumas coisas, tá? Eu achei confusa algumas mecânicas. Como você está trabalhando como agente do FBI, você tem que encaixar ali algumas provas para conseguir concluir casos e avançar na história. Isso é muito interessante, mas no começo é horrível.

No começo você não entende direito porque você acha meio inútil, mas conforme o tempo vai passando, você vai conseguindo trabalhar melhor essa mecânica e aí vai fazendo sentido para você. E é até bom para revisar, mas no começo é meio confuso. É meio assim… Ah, para que isso aqui, sabe? Mas, de fato, o jogo acaba sendo bem liso. Não tem muita coisa que me deixou incomodado. E também não tive grandes bugs. O jogo passou liso também. Isso é muito importante.

Outro problema que eu tive foi uma coisa que The Last of Us faz muito bem. Você está andando… E Uncharted e outros grandes jogos. Você está andando pelo lugar e aí você tem um objetivo, mas você não sabe direito o que é esse objetivo, e o jogo calcula quanto tempo você está ali perdido. E aí, depois de um tempo, ele fala assim… Putz, se eu puxasse essa corda… E se eu fizesse tal coisa… Cara, depois que você joga um jogo que lida com isso dessa forma para ti, você se alivia. Porque, às vezes, você fica andando com o personagem, fica só o som do personagem correndo pelo mapa, tentando saber o que fazer, e não acha o que é para fazer e o jogo também não te dá essa dica.

Então, faltou isso. Não tem isso em Alan Wake. E, às vezes, é um jogo que você vai ficar um pouco perdido para saber o que fazer. Inclusive, eles colocaram o mapa para te dar essa sensação de você explorar. Então, ele te apresenta um ambiente que é a base do roteiro do cinema e da dramaturgia. Ele te apresenta um cenário, você explora aquele cenário e depois você vai para outro cenário, ele te apresenta o cenário, você explora. Isso é legal, mas aqui ficou uma sensação de… Não é tão profundo, sabe? Você… Ah, tá. É aberto, mas não é aberto. Eles te dão um mapa para isso. Não fica tão legal. Eu preferiria que fosse linear mesmo, de uma vez, já que a narrativa é o grande foco. Não é exploração. Preferiria que fosse linear e não assim. Mas, de qualquer forma, isso não estraga a experiência do jogo.

Sam Lake, diretor criativo da Remedy, dublador e cara do primeiríssimo Max Payne

O jogo é realmente incrível. Até onde eu joguei, e eu estou muito perto do final, é sensacional. Tanto em qualidade visual quanto de roteiro. E aqui, eu digo que esse jogo tem muito coração da Remedy, porque ele traz, como muitos personagens que te acompanham, o diretor criativo da Remedy, que é o Sam Lake. É, basicamente, o Max Payne.

E é muito estranho, porque ele tem o papel de detetive e policial aqui na trama, e você escuta a voz dele, você pensa… Alan Wake! Toda hora. Ele fez o Alan Wake 1, ele… É a cara do Alan Wake 1, e depois eles mudaram isso, mas a voz, cara, é muito marcante. E aí, se você for jogar, você vai escutar e vai ver. Mas aqui, fica com essa ideia. Alan Wake, o Max Payne, está em Alan Wake 2, e incomoda um pouco, mas é isso.

O diretor criativo está ali, e dá para ver que o jogo tem várias piadinhas em vários momentos. E isso me lembra muito Max Payne 1 e Max Payne 2. Tem muita piadinha, tem muita essa liberdade criativa, sabe? Eu vi isso, e com certeza tem o dedo aí do diretor criativo, o Sam Lake.

Da jogabilidade, outro ponto legal é ali do gatilho, do DualSense. Eu joguei com o DualSense no PC, então tem essa compatibilidade. Para você que vai jogar no computador, você pode utilizar um controle de PS5, o que é sensacional, dá aquela travada, sabe? É bem firme, bem forte. Se você nunca jogou com o DualSense, recomendo você ter essa experiência uma vez na sua vida. Aqui não é o grande exemplo da melhor utilização desse controle, mas Alan Wake tem a utilização principalmente na parte das armas. Quando você vai atirar, ele dá aquela travada, dá uma resistência maior, e é como se fosse um gatilho de arma mesmo. É um detalhe pequeno, mas está aí essa utilização e funciona.

E o desempenho do jogo? O jogo rodou suave no meu PC. Falaram nas recomendações que ele rodaria no médio, mas ele rodou no alto, 2K, com DLSS, mas assim, rodou acima das especificações que a Remedy tinha colocado lá, e rodou de uma forma estável, eu não precisei ficar alterando os gráficos toda hora, então perfeito.

No console ele vai tentar, quando ele estiver em uma resolução mais alta, buscar os 60 fps, mas vai rodar em cerca de 40 fps, e quando ele estiver em 4K, vai rodar a 30 fps no modo qualidade. Mas eu não tenho que mostrar para vocês aqui o benchmark, nem nada desse tipo, eu poderia comentar 20 minutos sobre essa questão de otimização, de recomendações de gráficos, mas eu vou deixar isso para um outro vídeo em outro momento aqui no canal, que é um canal de criação de jogos.

Alan Wake 2, então, é para você que adora gráficos bonitos, você que tem um PC high-end, vai conseguir tirar o melhor disso, porque você vai precisar de uma 4080 para rodar ele no máximo, mas não que ele seja mal otimizado, mas sim que ele tem recursos para te oferecer. Se você gosta de narrativas diferentes, Alan Wake é excelente para você, até mesmo essa mecânica que eu não fui muito fã, vai ser interessante para você descobrir.

E para você que gosta de criar jogos, também é legal para que você veja coisas diferentes que pintam, possibilidades diferentes que pintam em jogos, do ponto de vista de narrativa. Alan Wake 2 surpreende em narrativa. É sensacional, eu estou louco para saber o final e quem sabe eu trago um vídeo aqui com um spoiler para você.

Então, ao meu ver, é um jogo muito bacana para você entrar nele e ficar intrigado, e mesmo ser carregado mesmo por essa loucura. Em vários momentos você vai ficar, que coisa bizarra, o que está acontecendo aqui, por que isso está acontecendo, isso é real? E aí vai chegar um momento que o jogo vai falar, não, espera aí, vem aqui que eu te explico.

E aí ele explica, isso também é muito importante. Então, acho que eles tiveram muito cuidado, cuidado, carinho, dá para perceber isso. Alan Wake 2 é um título que a Remedy teve mais carinho do que Control, do que Quantum Break. Justamente, eu acho que eles tiveram um apego maior com Alan Wake 1 e agora essa conexão com Alan Wake 2.

A Remedy não é uma empresa de ficar lançando muito jogo, enfim, eles pensam bastante no que eles fazem. É incrível o trabalho deles. E o motor gráfico North Lights, que é um motor gráfico deles mesmo, que eles trabalham internamente, é surpreendente. Muito massa ver o que eles fizeram já lá atrás com o Max Payne 2, com a física, o Ragdoll.

Depois eles, com Alan Wake 1, trouxeram bastante qualidade de luz e sombra em Control. Eles trouxeram um sistema de destruição do cenário, surpreendente. E aqui é o Full Ray Tracing e outras técnicas surpreendentes de qualidade de luz.

Muito bacana. É muito interessante o que a Remedy entregou aqui. Não é um jogo qualquer, não é um jogo que já está no seu 11º jogo da franquia. É o 2º jogo da franquia e ele foi muito bem pensado. Tenho certeza de que muita gente vai adorar esse game.

A gente se vê em um próximo vídeo. Eu sou o Nery Neto, caso você não me conheça, eu sou jornalista de tecnologia e programador de jogos. Nas horas vagas. Muito obrigado por ter assistido até o final. E assiste esse outro vídeo aqui sobre o Max Payne, sobre a criatividade dos jogos, sobre jogos divertidos, jogos que são mais sérios.

Porque também é uma franquia muito interessante e que também vale a pena, levando em consideração os comentários que eu fiz sobre Alan Wake. A gente se vê muito em breve. Grande abraço e tchau. Fui!

Alan Wake 2

Investigue assassinatos como agente do FBI em uma pequena cidade chamada Bright Falls e lute para sobreviver enquanto tenta escrever sua própria realidade para escapar do caos.