Totally Accurate Battlegrounds é uma piada cheia de graça, mas com vários problemas – Análise

Redator Pixel

Após a Origin e a resolução de Unravel 2 encherem a nossa paciência durante mais de duas horas, nós desistimos: infelizmente fomos obrigados a não jogar um dos principais lançamento da EA Games da E3 deste ano, mas aproveitamos o tempo para dar mais uma chance a algo ainda melhor: o indie de PC Totally Accurate Battlegrounds.

Desenvolvido pela Landfall, o jogo pega as mecânicas clássicas de Battle Royale, como atirar o máximo de jogadores possível em uma ilha deserta com armas e veículos pelo mapa. A diferença são os gráficos zoados e a física “mais que perfeita”, que dão um ar divertido para o game, afinal, jogar sério é praticamente impossível.

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Uma piada cheia de graça

A Landfall é conhecida na cena de jogos independentes pelo seu trabalho com o jogo de caminhões Cluestertruck, que até teve parte de suas artes reaproveitadas no novo game é conhecido por misturar zoeira com o cerne de Eurotruck Simulator.

Toda essa malemolência do estúdio é transportada do jeito que esperamos para Totally Accurate Battlegrounds. O jogo nasceu como uma piada de primeiro de abril fazendo graça com os jogos de Battle Royale, mas foi tão bem aceito na internet que acabou se tornando realidade.

E mesmo sendo uma completa brincadeira, o jogo mostra o talento do estúdio Landfall em brincar com gêneros e consegue ser um bom Battle Royale.

Logo de início, você já cai no mapa de um trem voador que te arremessa como uma bala de canhão, causando um impacto nada amigável com o chão. No solo, seu desafio é se manter concentrado, já que até mesmo o caminhar dos personagens é extremamente engraçado.

O desafio é manter-se concentrado

Um ponto positivo do game em comparação aos principais jogos do gênero é a personalização do personagem. O boneco vermelho que é dado a todos os jogadores pode ser equipado com diversas roupas e acessórios, tudo totalmente de graça (pelo menos por enquanto).

Outro destaque de Totally Accurate Battlegrounds é o seu sistema de comunicação: você fala numa língua similar ao do icônico Octodad, mas é possível fazer beatbox apertando e enviar mensagem simplesmente apertando Enter. Acredite, isso deixa o jogo ainda mais divertido do que já é.

Combate: Tão zoado quanto o resto

Quando o assunto é combate, o que encontramos na paródia de PUBG é algo tão zoado e divertido quando o resto do jogo. O usuário pode encontrar uma grande diversidade de armas durante o gameplay, incluindo objetos como espadas e machados.

A dica para sobreviver, pelo menos na versão atual do game, é aproveitar as armas de ataque corpo a corpo, que dão bastante dano e são mais fáceis de utilizar que rifles metralhadoras, pistolas e granadas.

Para quem está começando, o principal desafio é acertar um tiro

Primeiramente, o jogo não permite que você mire livremente como os principais jogos em primeira pessoa do mercado de games. Com isso, você é presenteado com uma experiência mais “realista” e sempre tem que segurar o botão direito do mouse para meter o olho na arma e conseguir ver para onde atirar.

O que diabos é Battle Royale? Ouça no nosso podcast

Como se não bastasse isso, os braços do jogador também seguem as estranhas leis da física do game, o que torna extremamente difícil mirar mesmo quando você é bom em FPS. Quando você está em um carro, por exemplo, existe mais chance de você atirar em um parceiro de time do que em um inimigo.

Com um certo tempo de prática (e servidores decentes), ainda é possível mandar bem no jogo, como nossos adversários mostraram durante o nosso último gameplay com o game.

Chá de cadeira

Apesar da diversão que o game traz, principalmente quando você joga em grupo, é importante ressaltar que a experiência com Totally Accurate Battlegrounds ainda está longe de ser perfeita.

O jogo ainda precisa de muita otimização e de um servidor mais próximo do Brasil para funcionar em seu máximo potencial por aqui. A primeira parte já está sendo consertada, aos poucos, com os patches liberados pela Landfall quase que diariamente. O servidor, porém, ainda deve demorar para acontecer, já que estamos falando de um jogo independente.

Você vai passar muito tempo encarando um menu assim

Atualmente, Totally Accurate Battlegrounds está jogável, mas a experiência é cheia de bugs (mais do que o gameplay oferece), com partidas caindo abruptamente, demora para encontrar um jogo e a famosa frase de servidor fora do ar. Existe uma razão para o game ter ganhado o carinhoso apelido de “Menu Simulator”.

As contantes quedas de performance também prejudicam a experiência com o jogo, que desde o lançamento precisa de especificações relativamente altas para rodar. Para se ter uma ideia, o game pede a mesma quantidade mínima de memória RAM na Steam que o próprio Playerunknown’s Battlegrounds.

Apesar dos problemas, é muito divertido jogar em grupo

Eu rodei o game com uma GeForce GTX 1050 Ti e o dobro de memória necessária, e mesmo assim sofri com constantes quedas de frames e engasgos em todas as vezes que joguei. Com o passar do tempo isso acostuma e é possível jogar sem se importar com as falhas, mas não dá pra deixar esse problema passar em branco, principalmente se você for pagar pelo título.

Totally Accurate Battlegrounds chegou na Steam no começo de junho com um período gratuito para ganhar público. A estratégia deu tão certo que o jogo se tornou o Battle Royale mais bem sucedido da Steam após PUBG. Agora, o jogo está custando R$ 10 na plataforma da Valve, valor simbólico colocado pelos desenvolvedores para manter os servidores funcionando, segundo uma declaração deles.

Assim como seu maior inspirador, o game da Landfall ainda tem muito o que melhorar quando o assunto é performance, mas compensa em diversão quando jogado em grupo. Inclusive, ele também traz um campo de treinamento offline para passar o tempo. Fica a dica aí, PUBG.

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