Crítica | “60 Minutos”, filme da Netflix, é ação sobre não fugir das suas lutas

Matheus Martins

Na Netflix, 60 Minutos, é o mais novo filme da plataforma que une ação e drama em uma história de tirar o fôlego. Dirigido por Oliver Kienle, a trama apresenta um lutador de MMA buscando ascenção em seu meio de trabalho quando é colocado no meio de uma guerra judicial pela guarda da sua filha justo no dia do aniversário dela.

Colocado contra a parede, ele tem sessenta minutos para chegar e fazer sua primogênita feliz, o que o faz abandonar uma grande luta promissora. Mas nada vai ser muito fácil quando ele descobre que a competição era um pano de fundo para um jogo de apostas envolvendo pessoas perigosas.

Já conferimos a produção no streaming da vermelhinha e temos a nossa crítica à respeito do filme. Confira:

Em 60 Minutos, Octavio (Octa), um jovem promissor do MMA se prepara para uma grande luta que pode lançar sua carreira para frente. O que era para ser mais um dia enfrentando um adversário osso duro de roer se torna um pesadelo quando ele se dá conta que a luta acontecerá no mesmo dia do aniversário de Leonie, sua filha. Em meio a promessas, conversas de um fone de ouvido com tecnologia a la Alexia, ele tenta consertar a bagunça enquanto ainda dá tempo.

Tudo muda quando sua ex-mulher o avisa, aos quarenta cinco segundos do primeiro tempo, que está decidida a tirar a guarda de Octa e lança um desafio: serão sessenta minutos para o jovem lutador cruzar a cidade e cumprir uma promessa para a filha. Correndo contra o tempo, nosso protagonista deixa a luta para trás e decide ir até o aniversário de Leonie.

No entanto, a tarefa está longe de ser tão simples, conforme é revelado que a grande luta não é exatamente apenas uma oportunidade; ela é comprada, com pessoas perigosas apostando e contando com a vitória de Octavio. Se sentindo traídos, os gangsters irrompem a caminhada do personagem, forçando que ele use os punhos de qualquer maneira para conseguir deixar todos felizes nessa ação turbulenta.

A produção é uma ação compacta da Netflix, com ares de clichê modelado, mas que, de uma maneira um tanto surpreendente, lembra um pouco a outro projeto mais ambicioso da vermelha: Resgate, com Chris Hemsworht, mas com uma releitura mais galhofa e um pouco repetitiva, porém ainda se mantendo no mesmo patamar. É um filme de conveniência, pronto para ser alugado na loja da galeria de seções “fast-food” que a plataforma promove entra ano, sai ano.

Enquanto de um lado também é um drama com premissa certeira – o drama de um pai jovem com arrependimentos no passado que o perseguem no tempo presente -, do outro o filme também possui uma ação alucinante que não para, multiplica, se divide e brinca com seus elementos. As ligações, as voltas que Octa dá (inclusive, que nome mais pertinente, não é?) que o deixam tão perto do que ele quer, mas tão longe quando ele mais precisa. Para quem é um fã de videogames, pode fechar os olhos e tentar imaginar uma experiência sensorial: isso parece mais um filme ou um jogo de videogame?

No fim das contas, é uma produção decente que não tenta trazer reviravoltas mirabolantes ao estilo “ó, você nunca imaginou isso vindo, não é?”, muito menos se entrega ao drama melodramático. É um genérico que de forma muito tímida ou fortuita, rouba nosso tempo para passar uma mensagem brusca e direta (algo que até combina com a temática, por sinal): você não pode fugir das suas lutas.

Filme: 60 Minutos

Direção:  Oliver Kienle

Elenco: Emilio Sakraya, Dennis Mojen, Marie Mouroum, Paul Wollin, Florian Schmidtke.

Nota: 8,00

60 Minutos está disponível na Netflix.

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