Crítica: “Ahsoka” traz sua primeira lição Jedi

Matheus Martins

A aguardada série Ahsoka estreou no Disney Plus na semana passada e já está movimentando bastante os fãs de Star Wars com seu desenvolvimento.

Passada não muito tempo depois de Rebel Wars, a produção chegou com dois episódios exclusivos que introduziram uma nova história para Ahsoka Tano, a ex-Jedi discípula de Anakin Skywalker.

Com mais um novo episódio inédito nessa semana, a história avança para pontos cada vez mais interessantes.

Depois de um confronto contra os Siths aliados a Morgan, Ahsoka se movimenta para terminar o treinamento de Sabine antes que elas se arrisquem em mais uma missão para conter as forças capazes de trazerem de volta à vida o Grande Almirante Thrawn. Tarefa que não começa nada fácil, visto que a natureza dos poderes de Sabine é mandalorian, e não Jedi.

Ahsoka é paciente e faz de tudo para fazer com sua discípula entenda a intensidade de suas habilidades antes de domina-lás, e dá uma aula sobre paciência e controle.

Aqui, o episódio aproveita para mostrar com maestria o conflito entre essas duas personagens de uma forma intensa, mas sem apelar para a carga dramática. Ao invés de falar sobre o estrecimento da relação de ambas, nos é mostrado que ainda falta muito para que Sabine e Ahsoka entrem em sincronia durante uma missão arriscada.

Boa parte que o roteiro aproveita para pontuar isso vem de Huyang (David Tennat), que tem várias sacadas proporcionadas pelo texto da série e que já haviam dado indícios desde o primeiro episódio. O dróide promete então ser um grande contraponto para o que a minissérie precisa dizer em seu curto período de exibição.

Apesar de ser um episódio curto, os temas que debate e que já eram tão presentes em outras obras de Star Wars continuam gigantescos aqui, com Hera confrontando A República sobre a sua inércia em momentos de crises de grandes proporções. A aparição de Hamato Xiono como um empecilho aos planos do trio faz um paralelo com os futuros acontecimentos da saga, assim como também encaixa a narrativa da história na saga alinhada junto com a história desse arco.

De uma maneira geral, o episódio é muito bem construído por um texto que pode passar despercebido para quem não entende as sutilezas que ele tem. Cada fala que sai da boca da dicussão entre Ahsoka, Sabine e Huyang faz paralelo a situação atual em que o trio é colocado, e não enche de perfeições o quanto essas personagens podem estar se enganando.

Principalmente Ahsoka, que nutre uma certa esperança em Sabine, ao passo que também é colocada em dúvida. A previsão é que a série dê espaço para que seus sentimentos sobre a amiga sejam confirmados, negados ou confrontados de alguma forma, provavelmente até a aparição de Thrawn.

É quase impossível não sorrir com as cenas de luta no espaço. Elas empolgam e se equilibram bem, sem correr riscos onde alguém acaba sagrando ou morrendo apenas para choque visual (cof, cof, Invasão Secreta, estou falando com você). Também é um bom equilíbrio ver Ahsoka ganhando mais esta rodada depois da decaída dos dois últimos episódios.

A jovem Shin se mostra uma inimiga formidável, e dessa vez com mais camadas do que os dois primeiros e rápidos episódios puderam mostrar. Sua determinação em se provar para o seu mestre, Baylan, vem de forma precisa, afoita, do jeito que só um Sith poderia ter, e temos que bater palmas para a interpreção de Ivanna Sakhno que consegue trespassar essa emoção em apenas alguns minutos.

Ainda é cedo para dizer se a série irá empolgar na sua próxima leva de episódios ou manterá o ritmo num nível seguro para não tentar se perder. Caso a segunda opção se mostre mais provável, esperamos que não interfira na maestria e cuidado que mais esse spin-off esteja proporcionando aos fãs e a história.

Série: Ahsoka

Direção: Steph Green

Elenco: Rosario Dawnson, Natasha Liu Bordizzo, Mary Elizabeth, Ivanna Sakhno.

Nota: 10,00

Novos episódios de Ahsoka chegam ao Disney Plus todas às terças-feiras.

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