Crítica: “Jury Duty”

Matheus Martins

Se você estiver procurando por uma comédia leve, que vá na contramão do exagero, mas que te faça rir assim mesmo, a Prime Video colocou em seu catálogo a renomada série Jury Duty.

A série foi indicada a quatro Emmy’s e estrela na direção dois nomes conhecidos de The Office, Lee Eisenberg e Gene Stupnitsky.

Focada no humor mockumentary (onde tudo é falso), conhecemos Ronald Glenn, um rapaz de trinta anos que acaba sendo selecionado para um Júri, mas sem saber que ele é falso e que todos ao seu redor são atores.

Checamos todos os 8 episódios da série para compartilhar nossa experiência a assistindo.

Esta simples série que mais parece uma pegadinha prolongada tem tudo para ser a melhor série do ano. Com uma pegada genial, Jury Duty se afasta do esteriótipo do humor para entregar a quem está assistindo um senso de comunidade jamais visto antes.

Tudo começa quando Marsden (interpretando a si mesmo) força o Juíz do caso a isolar todos os membros do jurí após uma situação com paparazzis. Por seis dias, o grupo é “forçado” a se relacionar e interagir uns com os outros da maneira mais cômica do mundo.

Ronald é o grande alvo dessa história, um líder nato e compreensivo que segue a narrativa sem saber dela. O rapaz ri dos absurdos, perdoa seus companheiros de cadeira pelos erros mais bobos, dá conselhos e procura ter uma visão mais ampla no mar de absurdos que os outros proporcionam.

Os atores comprometidos em seus papéis (muito talentosos, por sinal) praticam a tática do improviso de uma forma natural e muito incrível. Cada personagem é como uma árdua batalha que testa esses indivíduos a darem camadas a pessoas tão reais quanto eu e você. E funciona!

Sem apelar para um propósito ou um herói, assistir a Jury Duty é como ver um filme de comédia, mas sem as suas engrenagens e em sua mais pura forma. Tem personagem cômico, personagem arrogante, o enredo certo para as situações mais bizarras e até um fim bem emocionante que promete arrancar lágrimas para quem for dado a chorar com séries de tv.

Cada episódio é muito viciante, e mesmo aqueles que se passam no mesmo dia são muito eficientes e tão bem escritos que é muito fácil você esquecer que tudo se trata de dramaturgia experimental requentada com improviso. O engraçado é observar o quão denso alguns personagens interagem entre si, mesmo quando não estão na presença de Ronald, como é o caso de um advogado dormindo no corredor mesmo com a ausência de pessoas.

No fim das contas, acabamos como Ronald, encantados e desacreditados com tudo que testemunhamos. Não somente uma série de comédia bem feita, mas um experimento visionário e inventivo que muda aa regras do humor usando todo o potencial da casualidade.

É impossível negar o prazer que os atores no elenco tiveram em seus envolvimentos no projeto, já que boa parte dele não diz respeito só a índole de Ronald (que é pura), mas também a eles como artistas e suas competências em continuarem seus disfarces.

Jury Duty é uma série bem humanista e muito natural que te transporta para a saga de uma família que é construída diante de nossos olhos, e que com certeza devia ter levado mais premiações no Emmy do que meras indicações.

Série: Judy Duty

Direção: Jake Szymanski

Elenco: Ronald Gladden, James Marsden, Edy Modica, Ishmel Sahid, Rashida “Sheedz”, Mekki Leeper, Kirk Fox, Alan Barinholtz, Ross Kimball, Maria Russel, Cassandra Blair, Susan Berger, Ron Song, Pramod Kumar, Kerry O’Neill.

Nota: 10,00

Deixe um comentário