Crítica: “O Clube dos Leitores Assassinos” brinca com o gênero slasher

Matheus Martins

O Clube dos Leitores Assassinos é o mais novo filme de terror da Netflix, um slasher baseado em uma obra de Carlos García Miranda, que também aparece aqui no roteiro.

Quem já cansou de assistir aos filmes de Pânico sabe qual a premissa aqui. Um assassino, geralmente mascarado, vai atrás de um bando de adolescentes com segredos em busca de vingança por algo que aconteceu no passado.

Embora não seja nada que reinvente essa premissa, existem algumas mudanças relevantes. A primeira é que a temática de fãs apaixonados por filmes é trocada por cultos obcecados por livros. Um clube de leituras de amigos se vê nessa trama brincando com as Tropes presentes em histórias do mesmo gênero. A mais atrativa, e assustadora do momento, é a de um palhaço com uma rede social que persegue e assusta pessoas aleatórias nas ruas.

Após uma cena de introdução, conhecemos Ángela (Veki Velilla), uma jovem escritora ambiciosa que adquiriu certa fama com a repercussão de uma história publicada anteriormente. A gangue de escritores que acompanha são seu namorado Nando (Iván Pellicer), seu melhor amigo, Sebastian (Álvaro Mel), as garotas Sara (Ane Rot), Virgínia (Priscilla Delgado), Eva (María Cerezuela) e os meninos Koldo (Hamza Zaidi) e Rai (Carlos Alcaide).

O grupo se vê em uma situação de emergência quando Ángela é assedia pelo seu professor, mas não pode prestar queixa por conta de sua fama dentro da faculdade. Então, em busca de vingança, os oito se reúnem para dar um susto de forma a ensinar a ele uma lição. Porém, as coisas dão errado quando Cruzado acaba realmente morto e um estranho passa a escrever a morte dele em uma “fanfiction” com cada sangue derramado.

Depois de infinitas ameaças, joguinhos e muito sangue derramado, descobrimos que a trama de O Clube dos Leitores Assassinos é mais um daqueles filmes com tramas escondidas. É uma história óbvia, porém dentro do que se propõe e não busca arriscar em plots mirabolantes para chocar os telespectadores. Tudo tem começo, meio e fim, e todas as pistas estão bem na nossa cara para que possamos juntar as peças que faltam.

Já na composição em si, o filme não exige tanto, com atuações medianas e um roteiro pastelão. Fica clara a inclinação ao legado de Wes Craven, onde temos a final girl, o namorado suspeito, o passado sombrio que precisa ser deslanchado para uma melhor compreensão do público. Dá até para dizer que o filme faz algumas referências dentro do texto também, de forma bem moderada, encaixando o clichê batido ao enredo conveniente.

Se você estiver procurando um filme que divirta e traga um pouco de emoção, mesmo que só por uma meia horinha, o novo slasher da Netflix atende bem a essa proposta, sendo uma viagem simplista que não vai confundir a cabeça de ninguém, nem muito menos frustrar.

Filme: O Clube de Leitores Assassinos

Direção: Carlos Alonso Ojea

Elenco: Veki Velilla, Ane Rot, Álvaro Mel, Priscilla Delgado, Iván Pellicer, Carlos Alcaide, María Cerezuela, Hamza Zaidi.

Nota: 6,00

O Clube dos Leitores Assassinos está disponível na Netflix.

Deixe um comentário