Crítica | “Percy Jackson e os Olimpianos” 1×06: A Ida De Uma Zebra Para Las Vegas

Matheus Martins

Na reta final para acabar Percy Jackson e os Olimpianos, a série do Disney Plus avança para seus últimos capítulos com a missão de Percy, Annabeth e Grover se tornando cada vez mais perigosa conforme o grupo se encontra com mais deuses e criaturas.

Enviados para Las Vegas, o trio fica encarregado de encontrar Hermes, o pai de Luke, no Cassino Lótus para conseguir a passagem até o submundo, o reino de Hades, que é quem supostamente deve estar com o RAIO MESTRE de Zeus. Porém, a missão está cheia de armadilhas, sátiros sem memória alguma e um deus capaz de manipular o tempo.

Já assistimos o novo episódio e temos a nossa crítica à respeito dele logo abaixo. Confira!

No episódio sete, voltamos ao ponto onde o último terminou: as desconfianças de Grover à respeito de quem roubou o raio mestre. Ao longo dos minutos iniciais, descobrimos que o sátiro desconfia de Clarisse, a filha de Ares. Suspeita que, podendo ou não estar certa, ganha fundamento com a investigação do sátiro enquanto Percy e Annabeth estavam no Túnel do Amor. Agora munidos da certeza que a semideusa é a culpada, o grupo se adianta para chegar até Hermes depois de contatar Luke.

Diferente do filme, temos uma visão do Hotel Cassino Lótus bem diferente: sem garçonetes oferecendo flores de lótus a todo tempo, há pouco destaque para o ambiente, e sim para a missão em si, o que poderia ser um problema não fosse às últimas declarações de Riordan sobre o que o filme “ruim” estragou da obra dele, deixando assim subtendido que a série tem um foco maior em adaptar as histórias do livro, e tornar aquela sequência famosa de cenas com Poker Face de Lady Gaga um sonho esquecido.

Assim como desde o segundo episódio, a série separa a narrativa novamente em duas, dando a Grover ainda mais narrativa; o personagem se encontra com o sátiro Augustus – uma grande inspiração para os outros da espécie do rapaz, que estão em busca há anos do Deus Pã. Sem memória, o sátiro coloca Grover em uma jornada de esquecimento que pode ser bastante perigosa para a missão. Ao mesmo tempo, Percy e Annabeth tentam convencer Hermes a enviá-los para o submundo, algo que desperta lembranças envolvendo Annabeth – uma leve preparação para o plot das próximas temporadas, principalmente a que irá adaptar A Maldição do Titã.

Apesar das queixas de que os inimigos e desafios da série estão diminuídos, muito dessa crítica vem acompanhado da comparação feita com o filme da primeira adaptação de Riordan, onde tudo era maior e mais exagerado, assim como a inteligência de alguns personagens. Exemplo: Annabeth, o arquétipo da inteligência, come uma flor de lótus sem sequer questionar, enquanto que na série não vimos isso acontecer em momento algum. O feitiço que prende o tempo e o desejo acontece pelo ar, assim como nos livros. Apesar disso, o adendo da história é a presença de um deus no episódio, algo que está formando um padrão: é sempre um deus, um monstro, uma figura importante da mitologia grega, o que é condizente com a proposta da série.

Entendo as reclamações sobre a facilidade com que os personagens atravessam as missões, mas acho que seria muito mais irritante acompanhar Percy, Annabeth e Grover demorando dois episódios para sair de um cassino e o roteiro que seria usado para alongar esse arco estragaria completamente a escrita decente que a série está tendo. Por essa razão, o episódio é mais dinâmico, brincando com fatos previamente já estabelecidos e jogando uma luz para referências que serão importantes para o plot final da traição – e, também, para novas temporadas.

Com direito a comédia, aventura, escrita leve e várias referências, aos poucos a série adquire um DNA próprio, uma tática que é parecida dos livros onde o universo é apresentado e construído, para que no segundo e no terceiro livro a história seja trabalhada de forma mais efusiva e fluída, dando espaço o suficiente para o grande plot que toma da conta da primeira saga Olimpiana de Riordan.

Foi um bom episódio, que mais uma vez beirou a linha da adaptação com elementos originais com direito a uma surpresa no final que promete deixar as coisas mais imprevisíveis e cada vez mais interessante.

Série: Percy Jackson e os Olimpianos

Direção:  Anders Engstrom, Jet Wilkinson e James Bobin.

Elenco: Walker Scobell, Leah Jeffries, Aryan Simhadri, Charlie Bushnell, Lance Reddick, Jessica Parker Kennedy, Suzanne Cryer.

Nota: 8,00.

Novos episódios de Percy Jackson e os Olimpianos estreiam toda terça-feira às 23h no Disney Plus.

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