Critica | “Rebel Moon” é a opera espacial de Zack Snyder

Matheus Martins

O mais novo filme Rebel Moon, de Zack Snyder, chegou na Netflix. Muito aguardado, a produção é um sci-fi com inspirações em Star Wars que fala sobre uma pequena colônia galáctica ameaçada pelo Mundo-Mãe. É então esperado que Kora (Sofia Boutella) seja a única esperança do mundo contra o exército de Balisarius.

Em meio a críticas e expectativas do público, o filme terá uma continuação confirmada para o dia 19 de abril e um corte de diretor, que é meio que a marca registrada de Snyder nos últimos anos.

O filme finalmente está disponível na Netflix e nós conferimos para poder avaliar se ele é bom ou não. Confira abaixo a nossa crítica!

Em Rebel Moon, vemos o retorno e novo trunfo de Snyder em forma de aventura espacial – para todos os efeitos, a sua própria ópera no espaço – super promovida pela Netflix bastante e bem promovida na CCXP. Na história, uma colônia espacial responsável por minério e sem nenhum excedentes é ameaçada com a chegada dos soldados do Mundo Mãe, um território que só aumenta seu poderio pela galáxia conforme coloniza ainda mais povos conquistando tudo.

No cerne dessa narrativa, temos Kora (Boutella), que passa a perceber os sinais de problema antes de todo mundo e antes de Gunnar (Michiel Huisman), um dos fazendeiros de Veldt, que entra em conflito com Atticus Noble (Ed Skrein) e coloca em risco a terra pacífica em que sempre viveram. Sem escolhas quando o pai da comunidade é morto, Kora parte com Gunnar para recrutar uma série de rebeldes que podem servir de barricada para parar as forças de Noble no curso de dez semanas inteiras.

No fim das contas, Rebel Moon é uma aventura com muita ação e uma trama gigante que promete muitos elementos, porém com nada aproveitável. Partimos pelo espaço de Snyder sem saber como ele funciona, que dimensão ele tem, se a aventura é passada no espaço ou em terra. Embora o filme comece com um frame da sombra uma nave percorrendo uma terra seja algo a ser louvado, na prática vemos o diretor não encontrar nada além de shots bonitos e orfãos que não entram em contraste com a história clichê dos “salvadores” de toda história de herói.

As apresentações de personagens, conceitos, locais e até um bar com seres diferentes que já está batido no gênero são passadas de forma tão rápida e rasa que custamos a acreditar que essa é a mesma mente por trás do live-action de Watchmen de 2009.

Todo mundo sabe que um filme de ação não depende apenas de tiros, bomba e sangue jorrando do exército inimigo para ser funcional. Dito isso, parece que qualquer chance do filme ter alguma substância se esvai nos tiros de laser de fumaça com que as armas de Rebel Moon tiram quando são disparadas. Não que sangue seja necessário, mas parece que a todo tempo o diretor quer esconder os buracos de perfuração para surfar em uma onda diferente.

Outro ponto que incomoda em Rebel Moon é algo que pode ser ouvido muito nestas últimas semanas: o excesso de slow motion. Parece que é realmente preciso demonstrar um homem caindo ou desperdiçar o tempo que poderia ter sido usado em desenvolvimento focando em um figurante sendo derrotado.

Com a inspiração no filme Os Sete Samurais de Akira Kurosawa, o longa se torna um amontoado de inspirações de outras produções, com o diferencial que não deu muito certo. O que é decepcionante já que sendo um dos projetos prometidos para o fim de ano, ele prometia um filme de proporções épicas. Seria tão demais ter um produto na Netflix que não fosse uma sombra do que ele realmente poderia ser, dos destaques, filosofias e conceitos com que fosse trabalhado. O que é uma pena já que um filme com rebelde no nome seria ótimo para trabalhar o conceito de liberdade.

No fim das contas, Rebel Moon troca da prateleira de promessas de 2023 para uma lista de filmes clichês incapazes de serem esquecidos, porém de uma forma decepcionante para quem vem acompanhando o trabalho de Snyder nos últimos anos e esperava por mais.

Filme: Rebel Moon

Direção: Zack Snyder

Elenco: Sofia Boutella, Michiel Huisman, Charlie Hunnam, Ed Skrein, Ray Fisher, Anthony Hopkins, Staz Nair, Djimon Hounson, Alfonso Herrera, Bae Doona, Charlotte Maggi, Corey Stoll, Fra Fee.

Nota: 5,00

Rebel Moon – Parte 1: A Menina do Fogo está disponível na Netflix.

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