Crítica | “Wonka” é musical sobre os perigos do capitalismo

Matheus Martins

Chegando logo ao final do mês de estreias do cinema, Wonka é o mais novo filme da Warner Bros estrelando o ator Timothée Chamalet no papel do lendário Willy Wonka, o famoso chocolateiro da Fantástica Fábrica de Chocolate.

A produção é mais um projeto, dessa vez inovador, que reimagina de uma maneira diferente o que os outros longas de 1971 e 2005. Nessa reinvenção, Wonka é um jovem ambicioso bem longe da versão dona da maior Fábrica de Chocolate. O filme também é diferente, visto que dessa vez não temos as versões das crianças que precisam correr atrás do bilhete premiado que permite que elas a grande empresa do renomado Wonka.

Nós do Pixel Nerd já conferimos o filme no cinema e temos a nossa crítica à respeito dele. Veja abaixo!

Embora seja um mundo de fantasia, cheio de cores e muita música – mas muita música mesmo – espere por um efeito quase mais ou menos parecido com o feito de Barbie, já que por trás dessa história inocente sobre chocolate o diretor Paul King fala sobre algo bem mais intrínseco, como a sociedade e seus problemas. Apesar de tudo, é um filme sobre sonhos e como eles podem construir algo e serem destruídos pelas mãos dos detentotres de comércio.

Nessa versão de 2023, Wonka é um jovem determinado a construir seu próprio negócio e procura nesta nova cidade a oportunidade para ascender. Ele já começa perfeitamente: suas buscas nos últimos anos, ele vem criando uma série de chocolates impressionantes que além de saborosos, são capazes de fazer coisas sobrehumanas, além de tornar os sentimentos das pessoas bem mais prazerosos.

O que o atrapalha: os donos de outros negócios da cidade que não veem bem essa coragem e determinação do jovem. Decididos a acabarem com Wonka antes que ele voe alto, eles se aliam as autoridades da cidade para sabotar Wonka e impedí-lo.

Apesar de ser uma premissa tão simples, por trás da fantasia, dos números musicais surpreendentes e do malabarismo do roteiro, isso é o pano de fundo para uma história sobre como a fera do capitalismo é capaz de qualquer coisa para não deixar que o talento sobreponha o faturamento.

Nessa jornada, Wonka não está sozinho. Logo ali, em uma pensão próxima da cidade, a proprietária coloca diversas pessoas que vieram a cidade com o mesmo objetivo sob um contrato injusto que explora a todos. É neste local que Wonka é colocado após ficar falido, e onde também faz amizade com Noodle, uma jovem pela qual Willy vai ensinar muita coisa e que irá ajudá-lo nessa trajetória de vencer os chefões do negócio.

O filme é muito bom em manter essa essência sonhadora do personagem, com direito a um quê de inocência. É o mesmo personagem manipulador e cheio de segredos do filme original, porém dessa vez usando seus dons para o bem e bem disposto a trazer esperança de volta para a cidade controlada pelos donos dos negócios.

Filme: Wonka

Direção: Paul King

Elenco: Timothée Chalamet, Hugh Grant, Rowan Atkinson, Sally Hawkins, Olivia Colman, Calah Lane.

Nota: 9,00.

Wonka está em cartaz nos cinemas.

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