O texto pode conter spoilers de Devil May Cry 5, então siga por sua conta e risco
A Capcom presentou os gamers em 2019 com um de seus melhores jogos de hack and slash feitos até hoje: Devil May Cry 5.
Assim como os títulos anteriores da franquia, o novo game traz altas doses de adrenaline e, claro, muito estilo.
Além de introduzir novos personagens carismáticos e mecânicas que tornam a jogabilidade mais customizável, o cerne da franquia continua ali, trazendo um mar de pancadaria que vai acender o fogo da nostalgia no coração dos jogadores.
Mas entre dizimar seres sobrenaturais com espadas em forma de moto e salvar a humanidade, temos uma história que consegue colar toda a insanidade de Devil May Cry 5 e mostrar que, em algumas situações, é mais fácil brigar com demônios do que lidar com a família.
Devil May Cry 5: Essa família é muito unida🎶
A história de Devil May Cry 5 acompanha o jovem Nero em busca do monstro que roubou seu braço superpoderoso e fez uma árvore demoníaca gigante crescer em Red Grave City.
Nesta jornada, ele se depara com o experiente caçador Dante e seu novo cliente, um cara chamado misterioso chamado V, na busca pelo mesmo algoz.
Apesar de todo esse rolê, a narrativa, na verdade, é só mais um capítulo bem convencional na história da família iniciada pelo lendário guerreiro Sparda e sua esposa Eva.
Com o desenrolar dos acontecimentos, descobrimos que toda a treta foi gerada por Vergil, o pai de Nero e irmão gêmeo de Dante.
Para quem jogou tudo que já saiu na franquia principal, com certeza o desfecho foi um prato cheio, e mesmo para quem teve pouco contato com o mundo de Dante, a treta familiar disfarçada de apocalipse é um bom enredo para fazer a pancadaria continuar.
Demônios da vida real
Para mim, porém, a parte mais interessante disso tudo não está na história, mas no que fica implícito em tudo isso:
Nós jogamos com um bando de caras que literalmente podem acabar com os maiores males que assolaram a humanidade, mas não tem maturidade suficiente para sentar e trocar uma ideia num almoço de família.
Apesar do foco de toda a franquia ser descer a lenha no que aparece em sua frente da forma mais maneira e alucinante possível, é possível rolar alguma identificação com a galera badass de Devil May Cry 5.
A nova personagem Nico, por exemplo, é a mais humana de toda essa gente louca e e com certeza você vai achar algum ponto de identificação com ela.
Mas, olhando apenas para o núcleo de cabelo branco, também dá pra dizer que a metade humana dos filhos de Sparda fica bem evidente quando o assunto é família.
Conheça o Palácio Sangrento, primeiro
DLC grátis de Devil May Cry 5
Não é difícil encontrar uma pessoa que já tenha brigado com o irmão ou irmã por um motivo besta, ou filhos que não concordam com o posicionamento dos país.
De fato, isso já rolou até mesmo comigo, que sou uma pessoa bem de boas nesse aspecto.
Logo, mesmo com essa roupagem demoníaca, o problema todo por trás da franquia é bem comum: uma família nada funcional tentando conviver com suas diferenças.
No final das contas, aquele treta calorosa no almoço de domingo não é tão distante do que rola em Devil May Cry 5.
A diferença é que você discute por política, futebol e tals, enquanto os filhos de Sparda tem um arsenal demoníaco para tentar resolver seus problemas, já que diálogo não é muito o forte deles.
Quem sabe eles até aprendam a debater numa boa nos próximos games, afinal, essa franquia sabe como surpreender.
Vendo por esse lado, não é nada difícil ver Devil May Cry 5 como uma alegoria bem trabalhada para que você dê uma de Nero, aprenda a colocar a cabeça no lugar e tente pregar a paz no ambiente familiar com argumentos – no caso dele, um braço demoníaco.
Pena que não existem contadores de estilo na vida real…
Devil May Cry 5 pode ser jogado no PC, PS4 e Xbox One.
Se você ainda não conhece essa obra, vale a pena conferir, mesmo que para isso seja necessário pedir dinheiro para seus pais.