O terror que apenas assustava deixou seus dias gloriosos para dar vida a um pós-terror – o que algumas pessoas chamam de “horror” elevado, que continua sendo o velho e clássico terror, mas com uma pegada psicológica e fenomenal que subverte o gênero.
A título de exemplo, a produtora de filmes independentes A24 é um grande exemplo disso, e uma das mais responsáveis por instaurar o medo do estranho, daquilo que não se entende e – uma vez descoberto – pode causar ainda mais terror.
Mas ela não foi a única.
Em 2018, o cineasta Mike Flanagan trouxe para a Netflix um projeto que se assemelha a esse tipo de terror, mas sem a velha confusão que deixa finais em abertos e utiliza da simbologia para atrair os entusiastas do horror. A Maldição da Residência Hill se apresentou como essa série de terror sobre fantasmas e casas amaldiçoadas, tal como os romances clássicos de autores da década de 70, 60, 50… e por aí vai.
O velho puxar de correntes. A mulher andando no corredor. As figuras borradas no canto inferior da tela sendo trazidas à luz para assustar. Tudo isso são elementos que faziam parte do gênero desde 1973, com filmes como o O Exorcista e, de tempos em tempos, vimos o cinema e a televisão tentar replicar esse efeito em diversas tentativas. Mas é incrível observar como apenas usando do drama familiar e um pouco do trauma familiar também, o diretor consegue contar uma história coesa que tem começo, meio e fim bem fechadinhos, sem precisar apelar para a covardia de afrontar o público.
O diretor faz o mesmo com outras de suas séries e filmes para o catálogo da Netflix, como Mansão Bly, Missa da Meia-Noite, Clube da Meia-Noite, Hush – A Morte Ouve, Jogo Perigoso e o mais recente A Queda da Casa de Usher.
Em todas essas produções, o terror parece pela primeira vez algo realmente saído de um filme de terror, com monstros sem olhos, fantasmas e criaturas rastejantes, aparições que pertubam a visão e nos fazem escondê-la atrás das mãos para não levar um susto da tela, e uma ampla variedade de criaturas que não cometem o erro de filmes como Invocação do Mal, e tem suas histórias contadas e suas motivações presentes na narrativa que a cercam.
Em A Maldição, o diretor se apoia na literatura clássica para dar vida a histórias atuais e novas que se enlaçam em realidades e não-realidades, sem apelar para um mau desconhecido e o bem comum e próspero da humanidade.
Se você gostou do trabalho do diretor ou já assistiu a qualquer filme ou série dele, é hora de aproveitar todo o legado que ele deixa na Netflix conferindo seus maiores filmes e séries. Para ajudar, separamos um artigo com os 6 maiores do momento.