Filmes de terror já são muito bons quando se transformar em uma franquia, mas se tornam ainda melhores quando ganham uma sequência. O espaço dado em capítulos dá a oportunidade dessas histórias assustadoras terem uma expansão em suas mitologias, personagens e estilos de criação.
É o caso de Chucky, série inspirada na saga de filmes do boneco assassino criado por Don Mancini. A produção traz um brinquedo possuído pelo espiríto de Charles Lee Ray, um inescrupulosos assassino em uma forma que pode aparentar inofensiva, mas que é capaz de começar uma verdadeira contagem de corpos por onde passa.
Começando a história em Hackensack, um subúrbio nos Estados Unidos, a série já passou por um cenário diferente, como um orfanato católico, e agora se dirige até a Casa Branca nos Estados Unidos.
A primeira missão de Chucky é se infiltrar em lares “aparentemente” perfeitos e corromper crianças e indivíduos para que eles comecem a desejarem matar também.
Para isso, Chucky reúne uma série de bonecos diferentes da sua linha “Good Guy” (Cara Bacana), com diferentes personalidades e elementos, objetivos, origem e missão. Cada Chucky é mais sádico que o anterior e está começando a se espalhar pelos Estados Unidos, como um vírus.
No cerne desse enredo, se apresenta o jovem Jake Wheeler, um adolescente interessado em artes perturbadoras. Afeiçoado por Chucky, Jake acaba levando o boneco para a sua casa, sem perceber que o plano de Charles era se infiltrar em sua família e convencê-lo a matar pessoas.
Eventualmente, Jake resiste ao plano do boneco e se ali aos jovens Devon e Lexy numa luta contra os planos do diabólico assassino, o que custa a vida de vários familiares do trio, que passa a engatar numa missão de parar o número máximo de Chucky’s de continuarem cometendo crimes.
A série é completamente consciente da bizarrice que apresenta, sem tentar se levar a sério ou apresentar uma trama muito irrealista. As aberturas são um dos elementos mais interessantes, pois conversam com o tema do episódio de uma maneira bem condizente.
É claro que não é uma série perfeita – o clichê da menina popular loira que adora fazer bullying com outros personagens é levado a sério até demais, com direito a arco de redenção e tudo. Apesar disso, dá para notar a paixão com que Mancini traz representatividade em outros núcleos da trama.
Para quem é fã legítimo dos filmes, essa é uma série especialmente feita para quem sempre procurou uma continuação para os enredos inacabados das “peças-soltas” que a franquia se transformou ao longo dos anos. E quando digo especialmente, é porque o protagonismo é a chave principal para a entrega do fan-service que é feita aqui.
Existe uma coisa que a direção de Chucky está fazendo que pode ser um pouco inusitada para quem está acompanhando, e é uma sacada humorística de Don Mancini ao reescalar o ator Devon Sawa em diferentes papéis a cada temporada, onde ele sempre acaba morto de alguma forma. A ideia é fazer uma sátira ao costume de Ryan Murphy de usar a mesma tática com atores em sua série American Horror Story.
Apesar de ser distribuída pela USA Network e na Hulu nos Estados Unidos, Chucky está disponível no Star Plus.