Quando teve seu primeiro teaser divulgado durante a D23 em julho desse ano, muitos ainda estavam céticos com o anúncio de Lobisomem na Noite, primeiro especial de Halloween programado para ser lançado no Disney+ no dia 7 de outubro de 2022.
Seja pelos últimos lançamentos que decepcionaram o público com expectativas demais (Doutor Estranho: Multiverso da Loucura) ou por aqueles que tiveram um teor menos sério (Thor: Amor e Trovão) que não agradou a todos, não é de hoje que os marvetes aprenderam a temer as próximas produções depois de Vingadores: Guerra Infinita e Vingadores: Ultimato.
Preconceitos a parte, com a chegada da Fase 4 da Marvel que foi (e ainda é!) um misto de filmes e séries no catálogo que pretendem expandir o MCU, o que era expectativa virou um medo de ver cada produção adaptada dos quadrinhos para a tevê ser “estragada” pela direção de Kevin Feige.
Até que chegou outubro e a Marvel lançou Lobisomem na Noite, um projeto dirigido por Michael Giacchino estrelando Gael García Bernal (Tempo) que destoou de todos os seus lançamentos até agora. E de uma forma muito boa.
Lobisomem na Noite é muito bom!
Baseado em alguns arcos de histórias diferentes do Universo Marvel dos quadrinhos, Lobisomem na Noite começa com uma reunião sombria entre caçadores de monstros reunidos no Templo Bloodstone em uma espécie de memorial que honra o líder do grupo, Ulysses Bloodstone.
Em meio a cerimônia, cada um deles são convidados em uma disputa mortal pela Pedra de Sangue, amuleto que ficará com o ganhador da competição quando um deles conseguir executar uma criatura presa nas propriedades do Templo.
Antes da noite realmente começar, Elsa Bloodstone, filha reclusa de Ulysses, confronta sua madrasta e convidados para pegar de volta a jóia que era, antes da sua partida, um direito seu de herança.
O especial tem pelo menos 50 minutos de duração e consegue incluir ação, humor ácido, terror e horror em intervalos de tempo que não parecem soar apressados em momento algum.
O jump-scare é um elemento recorrente nas cenas de tensão, mas qualquer defeito que possa ser localizado ali é neutralizado com a cena de transformação do lobisomem e o famoso frame da batalha final que vem repercutindo pelas redes por aí.
As atuações estão ótimas, desde Leonardo Lam e Kirk R Thatcher que protagonizam papéis pequenos, como Harriet Sansom Harris, Gael García Bernal e Laura Donnelly que tomam conta dos personagens grandes do longa.
A decisão de incorporar o filme com um clima de anos 50 (provocando falhas nas imagens em duas cenas) está de parabéns junto da escrita que não é nem preguiçosa, muito menos arrastada.
Pareceu sim por um momento que os criadores não souberam decidir se queriam entregar um filme mais voltado para o horror para a comédia (com os dois elementos se encontrando um dentro do outro no decorrer da trama), mas tudo faz sentido no final.
No geral, a história é um projeto ousado e que abre portas para a chegada de vários personagens ainda não apresentados do universo, como’ o Super Nova por exemplo.
Mas tudo bem, será que todos esses pontos positivos fazem do especial o melhor filme da Fase 4 da marvel?
Embora a Marvel tenha se saído bem até agora com produções como WandaVision, What If…, Falcão e o Soldado Invernal e Loki, desde o lançamento de Hawkeye, série do Gavião-Arqueiro que introduz Kate Bishop, os fãs vem reclamando de todas as séries do Disney+ sendo lançadas até agora que envolvam pautas raciais ou de representatividade.
Por essa razão, é um pouco difícil colocar na balança se o sucesso do filme de Giacchino se dá por ele ser um alívio em meio a conteúdos considerados “desperdícios” ou por realmente ser bom.
Com o lançamento de Pantera Negra: Wakanda Forever no fim do ano, provavelmente o ranking sofrerá algum tipo de modificação a tempo de entrarmos na Fase 5 no começo do ano que vem.
As “Histórias-Origens” de Lobisomem na Noite
Isso pode confundir um pouco algumas mentes, mas Lobisomem na Noite não é baseado em um painel específico das HQs e sim uma junção de histórias conhecidas do universo publicadas entre os anos 1959 e 2001.
A primeira aparição é de Jack Russel (anteriormente chamado Jacob Russoff), um homem nativo da Tansilvânia que possui na sua família a maldição do lobisomem devido a um confronto do seu antepassado com o lendário Drácula.
No longa, o personagem é interpretado pelo ator Gael García Benal e entra para a reunião de caçadores com a missão de salvar seu melhor amigo Ted, o Homem-Coisa.
A segunda é de Elsa Bloodstone, que, apesar de vir bem depois da história-origem de outros personagens, é filha de Ulysses Bloodstone, caçador de monstros que foi introduzido pela primeira vez em Strange Tales #73.
Assim como no longa, Elsa precisa liderar o Clã de Caçadores de uma forma diferente da conduzida pelo seu pai e para isso entra na competição pela Pedra de Sangue.
Qual a importância de Lobisomem na Noite para o MCU agora?
Bem, para quem não “deu um google” logo depois de acompanhar o especial do Disney+, nos quadrinhos Jack Russel/Lobisomem já foi rival do Cavaleiro da Lua que agora tem uma série só dele no catálogo.
Além disso, Elsa já teve um relacionamento com Deadpool, Ted fez parte dos Thunderbolts (outra produção anunciada na D23) e Ulysses morreu na edição nº 8 de Rampaging Hulk.
Aliás, se formos analisar as escrituras enigmáticas que aparecem no Templo logo no começo do filme, podemos passar a tarde inteira teorizando e chegar a conclusão que a Marvel lentamente está preparando o terreno para essas personagens compartilharem várias aventuras juntos.
Lobisomem na Noite está disponível no catálogo do Disney+.