A rivalidade entre o diretor Martin Scorsese e a Marvel já dura há anos, com direito a alfinetadas do ator Tom Holland. O cineasta de oitenta anos nunca escondeu seu desprezo por filmes de super-heróis e fez questão de demonstrar isso após o sucesso do gênero.

E a richa voltou a ser assunto nesta segunda-feira (25) após uma entrevista dada para a GQ Magazine, onde Scorsese aponta um futuro sombrio para o conceito de cinema daqui alguns anos:

O perigo é o que isso está fazendo com a nossa cultura. Porque agora haverá gerações que pensarão que os filmes são apenas isso. Temos que revidar mais forte. E isso precisa começar de baixo, precisa começar com os próprios cineastas. Temos que atingir [o público] de todos os lados e não desistir. Vamos ver o que você tem. Vá lá e faça. Reinvente. Não reclame, mas é verdade, nós precisamos salvar o cinema.

O diretor ainda aproveitou para cutucar as gigantes do streaming alegando que, embora alguns diretores façam realmente um trabalho digno de qualidade, uma vez que o público consome a produção, retira ela da sua mente rapidamente para o próximo produto.

Embora Scorsese tenha um ponto em se preocupar com o futuro que a situação atual da indústria, muitos apontam que essa é uma tentativa dele de se colocar na boca do povo a tempo do seu próximo filme, Assassinos da Lua das Flores, chegar aos cinemas.

O diretor teria feito o mesmo em 2019, quando seu filme O Irlândes estava prestes a lançar.

O novo filme de Martin Scorsese chega aos cinemas no dia 20 de outubro e é estrelado por Leonardo DiCaprio, Robert De Niro e Jesse Plemons. O filme é baseado no best-seller homônimo do escritor David Grann e também em uma história real. A trama se passa em 1920, na região norte-americana de Oklahoma, onde misteriosos assassinatos acontecem na tribo indígena de Osage, uma terra rica em petróleo.

O caso foi investigado pelo FBI, a agência que tinha acabado de ser criada na época. O filme é uma adaptação do livro de Grann, que aborda o surgimento da Bureau of Investigation, conhecida atualmente como o FBI.