Pânico: Todas as aberturas da franquia ranqueadas da pior a melhor

Matheus Martins

As aberturas da franquia Pânico são um patrimônio cultural da indústria pop há anos. Tudo começa com um telefone tocando, um estranho perguntando sobre filmes de terror para, só então, começar a carnificina e o horror proporcionados pelo assassino.

Todos os cinco filmes da franquia já contaram com as mais diversas aberturas de todo tipo, cada uma delas distintas e com legados diferentes no cinema. E hoje, nós do Pixel Nerd, em homenagem ao legado de Craven resolvemos elencar todas elas em uma lista curta com cada cena mais icônica que a outra.

Confira abaixo nosso ranking:

5º Lugar – Pânico 3 (Pior)

Em Pânico 3 (2000), os fãs da franquia já estavam acostumados com o estilo de abertura. Um estranho liga para alguém (geralmente sua primeira vítima) e a conduz para uma série de perguntas até se revelar como um assassino sedento que as colocou em um joguinho sádico.

No terceiro filme, foi a vez de Cotton receber a chamada. O rapaz já havia sido acusado de matar a mãe de Sidney, Maureen Prescott no primeiro filme, e desde então estava sobrevivendo na sombra da fama de sua vida que foi adaptada para os cinemas. Então, em uma noite, voltando de carro para sua casa, Cotton recebe a ligação do que parece ser uma jovem fã interessada nele.

Ledo engano. Era o assassino que não demora a ameaçá-lo usando da namorada do rapaz como isca.

Apesar de um pouco agoniante, essa abertura não é tão chocante por vários motivos. O primeiro deles era a dublagem da época, que não ajudou em nada ao gerar empatia pelo ator Liev Schreiber. Não só a voz do Ghostfacer mudava toda hora, como foi uma tremenda burrice perceber que Cotton poderia simplesmente virar o carro na avenida para alguma delegacia e denunciar quem o estava atormentando. Quer dizer, o rapaz tinha um histórico com assassinos, e até lidou com eles. Ele não podia ser só um poco mais esperto?

No fim, sua morte, assim como a abertura, se dividiu entre ele e sua namorada – algo que meio que quebrou um elemento tão triunfal e presente nos filmes anteriores.

4º Lugar – Pânico 4 – (A Menos Pior)

Em Pânico 4, as coisas são menos entediantes e decepcionantes. Começamos o filme com uma sequência que pode soar confusa para a audiência se ela não assistiu os filmes anteriores. Isso porque o quarto capítulo da saga abre com várias cenas de abertura de “Facada”, a franquia de filmes inspirados na vida de Sidney dentro do universo de Pânico.

A entrada abre com a presença de ilustres atrizes, desde Lucy Hale, Kristen Bell e Anna Paquin em várias cenas de introdução dos filmes, em uma linguagem bastante meta que diz respeito ao filme e a própria franquia.

Quando a brincadeira acaba, sentimos a mudança na atmosfera quando o verdadeiro Ghostface daquela geração entra em cena e mata duas vítimas com uma tacada só. A entrada não é só assustadora, como também digna – afinal de contas, essa foi a última cena de abertura que leva a assinatura de Craven nos cinemas. Além disso, vimos como pode funcionar ter duas pessoas na cena de abertura sem estragar os aspectos que fazem Pânico ser Pânico.

Viu como se faz, Cotton?

3º Lugar – Pânico 5 (Inovadora)

O primeiro título da nova leva de filmes de Pânico agradou por vários aspectos. Um deles é como Matt e Tyler conseguiram manter a essência dos filmes anteriores sem se distanciar muito da história original e isso se deve a decisão de manter os sobreviventes da franquia principal nessa sequência.

Mas a jogada mais ousada foi fazer com que a vítima de abertura sobrevivesse. Tara deveria ter morrido depois de Ghostface ouví-la matracar sobre Babadook, mas não foi isso que aconteceu. A jovem sobreviveu e virou alvo central de um novo assassino com novas regras.

Embora não tenha sido a melhor cena de abertura, com certeza o filme deixou sua marca e explorou sem medo um elemento que, até então, era muito sagrado dos outros filmes.

2º Lugar – Pânico 2 (A Melhor)

Para ganhar o título de melhor abertura, muitos aspectos devem ser acertados, afinal de contas, as regras também existem nessa categoria. E uma delas é como o filme pode conversar com seu público logo nos primeiros minutos em que é rolado na tela. E aqui, Pânico 2 (1997) faz isso de forma formidável.

A sacada de colocar Jada Pinkett Smith para citar o fato de que atrizes e atores afro-americanos não serem escalados em massa para papéis em filmes do mesmo gênero foi uma coisa genial que reverberou até os dias de hoje na indústria. Mas se engana quem acha que foi apenas isso.

A cena de abertura em que vemos Maureen (Jada) gritar e morrer ensanguentada em um cinema lotado de pessoas é uma das coisas que sempre vão morar na memória dos fãs da franquia, com direito a todo o horror que um filme do gênero pode apresentar.

1º Lugar – Pânico (A Melhor de Todas)

No topo do ranking, nada melhor do que colocar aquela cena de abertura que desbanca todas as outras não por ser a melhor, mas porque sem ela, nada do que conhecemos de Pânico hoje teria existido. Se Casey Becker (Drew Berrymore) não tivesse atendido o telefone naquela fatídica noite de 1996, as pessoas nunca conheceriam o melhor slasher de Craven e isso é uma verdade.

Afinal de contas, foi essa cena de abertura quem fundou o suspense criado por um aparelho de telefone que serviria de inspiração para tantos filmes de horror que viriam pela frente. O terror, o suspense, os jogos sádicos e a menção a Sexta-Feira 13 – todos esses fatores foram não só inovadores, foram excelentes, bem interpretados e bastante críveis. Um estranho te ligando no meio da noite? Isso poderia acontecer com qualquer um! As chances de ser um assassino pronto para começar a maior carnificina já vista de todos os tempos? Sem chances!

Até então, tudo que se conhecíamos de assassinos da época se baseavam em figuras assustadoras, porém silenciosas, com uma raiva braba por arrancar mulheres ao meio pelo puro bel-prazer dos jovens norte-americanos da época. E vemos como Wes foi bem diferente na abordagem quando Casey é encontrada, ainda com roupas, e sem a famosa exposição desnecessária sobre um filme que não é sobre garotas nuas.

Por essas características, o clássico Pânico (1996) ganha o primeiro lugar de todas as aberturas da franquia. Resta esperar agora para saber o que os próximos filmes tem a oferecer para atualizar a lista e revisar nossos conceitos!