Jogar videogame é uma atividade divertida e praticada em todo mundo, o produto que mais gera receita na indústria de entretenimento. Mas por que jogamos?
Todo ano são lançados dezenas de games de alto investimento e também milhares de jogos feitos pela indústria de desenvolvimento independente (estúdios pequenos e pessoas que desenvolvem sozinhas).
Nossa conversa sobre o assunto está no fim desta página
Mas será que tem gente pra jogar todos esses jogos?
Videogame dá dinheiro
Os jogos superam em muito os outros produtos da indústria de entretenimento.
O gráfico acima foi compartilhado pela Ubisoft em estimativa com grupos de análise mencionados na imagem acima.
Ele mostra que o videogame é o que dá mais lucro quando o assunto é entretenimento, onde de fato o dinheiro está.
Outros serviços de TV encaram os jogos como adversários comerciais.
Reed Hastings, CEO da Netflix, chegou a dizer certa vez que seu maior concorrente é Fortnite e não HBO, Disney ou outro serviço de streaming como a Amazon.
Isso porque as pessoas se ocupam jogando. E aqui incluímos os games de celular, que alavancaram as vendas na última década.
Só os jogos movimentaram US$ 134 bilhões ao redor do mundo em 2018
O streaming, assistir séries e filmes em casa, por exemplo, fica bem atrás dos videogames, até mesmo da indústria do cinema e livros. Netflix and chill só aparece em sexto lugar.
Por que jogamos videogame?
Estamos acostumados a entrar no mundo dos jogos, seja para dar uns tiros em uma guerra de mentirinha ou até mesmo para passar um tempo no banheiro.
Mas, enquanto milhões de pessoas fazem isso todos dias, poucas pessoas se perguntam por que jogamos videogame?
Especialistas estudam a influência dos jogos no dia a dia, se incitam comportamento violento, se deixam pessoas mais preguiçosas, mas queremos saber. Por que fazemos tanto isso?
Scott Rigby, Ph.D em psicologia social pela Universidade de Rochester conseguiu algumas respostas para essa necessidade.
Ele estudou dados fornecidos por Activision, Warner Bros e Activision, gigantes da área.
A conclusão é de que temos diversas necessidades psicológicas que precisam ser atendidas, elas são muito diversas e jogar videogame consegue atender a muitas delas de uma só vez.
Você pode ler mais sobre o estudo no Gameinformer (em inglês). Abaixo eu listo as três principais mencionadas no artigo.
As necessidades psicológicas que os jogos atendem
Necessidades psicológicas que os jogos suprem de acordo com o estudo de Rigby:
Competência: necessidade de sentir que é competente de executar uma ação.
As pessoas gostam de se sentir bem-sucedidas, sentir que estão progredindo em algo e aumentando seu conhecimento.
Sempre que desbloqueamos uma arma nova, mudamos de dificuldade, ganhamos level, nos sentimos recompensados, esse sentimento é um resultado da necessidade de “competência”.
Autonomia: necessidade de se sentir independente.
A necessidade de autonomia também ajuda a explicar por que não gostamos de manipulação, descobrir que estamos sendo manipulados vai na contramão disso.
Temos a natureza de lutar contra situações que tentam nos controlar. Por este motivo a prisão é uma punição tão agoniante e algo utilizado mesmo na educação infantil.
Isso também ajuda a explicar por que algumas pessoas são viciadas em jogos de mundo aberto e com uma grande infinidade de escolhas.
Relacionamento/Conexão: nós gostamos de sentir que estamos nos conectando com pessoas, contribuindo com a sociedade e de que importamos para os outros.
Essa necessidade também pode ser suprida em relações virtuais, por experiências indiretas, histórias e situações vividas no mundo dos jogos.
Apesar disso, a relação social que os jogos oferecem atualmente consegue suprir bem esta necessidade.
Videogames são recompensadores como trabalhos
Se você joga videogame, seja ele retro, de PlayStation 2, caro ou barato, ele tem uma característica. Um objetivo, um problema que precisa ser resolvido.
O objetivo principal do jogo é sempre colocado de uma forma que seja recompensadora.
Seja salvar o mundo ou mover uma carta no Paciência Spider, você está resolvendo um problema, um desafio que foi proposto.
Cada vez mais sociologistas assumem essa abordagem de estudo do efeito dos videogames na nossa vida.
Em vez de enxergamos os videogames como momento de simples relaxamento, eles são trabalho na grande realidade.