Os furacões são fenômenos tropicais poderosos que se formam principalmente sobre águas quentes dos oceanos. Eles requerem certas condições específicas para se desenvolverem, e essas condições geralmente não são encontradas no Brasil.
Existem alguns fatores-chave que contribuem para a formação de furacões, como temperatura da água acima de 26 graus Celsius, atmosfera estável, umidade e ventos favoráveis em várias altitudes. Embora o Brasil possua uma extensa linha costeira e esteja situado em uma região tropical, outros fatores limitam a formação de furacões na região.
Um desses fatores é a temperatura da água. As águas ao longo da costa brasileira, especialmente na região sul e sudeste, são relativamente mais frias do que as águas do Caribe e do Golfo do México, onde muitos furacões se formam. A temperatura do mar é um fator crucial para fornecer a energia necessária para a formação e intensificação dos furacões.
Além disso, a presença da Cordilheira dos Andes no oeste do Brasil cria uma barreira física que dificulta a entrada de sistemas tropicais vindos do Oceano Pacífico. Essa barreira pode ajudar a reduzir a probabilidade de formação de furacões na costa brasileira.
O único furacão registrado no Brasil foi o Catarina, que atingiu o litoral de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul em março de 2004. Foi o primeiro furacão registrado na bacia do Atlântico Sul e também o único furacão conhecido a atingir o Brasil.
O furacão Catarina se formou em 24 de março de 2004, próximo à costa do estado de Santa Catarina, no sul do Brasil. Ele se desenvolveu a partir de uma área de baixa pressão que se fortaleceu rapidamente devido às condições atmosféricas favoráveis, como a temperatura quente da superfície do mar.
Inicialmente, o sistema foi classificado como uma depressão tropical e, em seguida, se intensificou para uma tempestade tropical. À medida que continuou a se fortalecer, o Catarina alcançou a intensidade de um furacão de categoria 1 na escala de furacões Saffir-Simpson.
O furacão Catarina seguiu em direção ao sul do Brasil, causando impacto principalmente na região costeira de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul. Houve relatos de chuvas intensas, ventos fortes e danos significativos, incluindo a destruição de casas, inundações e deslizamentos de terra. Algumas áreas ficaram isoladas e houve interrupção no fornecimento de energia elétrica.
Apesar de ter sido um fenômeno notável, o furacão Catarina foi relativamente pequeno em termos de tamanho e duração em comparação com os furacões mais comuns no Oceano Atlântico. Ele se dissipou rapidamente após atingir a costa brasileira.
Devido à sua raridade e localização fora da rota tradicional de furacões, o furacão Catarina despertou grande interesse e estudos entre os cientistas e meteorologistas para compreender melhor os padrões climáticos e a formação de furacões no Atlântico Sul.
Ele se formou a partir de um ciclone extratropical que ganhou características tropicais e alcançou ventos de até 180 km/h. O furacão causou muita destruição e morte por onde passou: foram 11 mortos, 518 feridos e 33 mil desabrigados, além de um prejuízo de 470 milhões de dólares. Mais de 14 municípios decretaram estado de calamidade pública.
É possível que Santa Catarina aconteça de novo?
Segundo alguns especialistas, é possível que o Brasil tenha mais furacões no futuro, principalmente se for confirmado o aquecimento global e a temperatura média do Atlântico subir. No entanto, isso ainda é uma hipótese e não uma certeza. O Brasil apresenta condições mínimas para a ocorrência de furacões e eles são muito raros na região sul do Atlântico. O furacão Catarina foi um caso excepcional e incomum que surpreendeu os meteorologistas.
Os especialistas dizem que o risco de furacões no Brasil é mínimo, pois as condições climáticas e geográficas do país não são favoráveis para a formação desses fenômenos. Eles afirmam que os furacões precisam de águas quentes, pouco cisalhamento do vento e uma perturbação pré-existente para se desenvolverem, e que esses fatores são raros na região sul do Atlântico. Além disso, eles explicam que a linha do Equador funciona como uma barreira natural que impede que os furacões formados no Caribe ou no Atlântico Norte atinjam o Brasil.