Depois do lançamento de Pânico VI, mais pessoas puderam conhecer a franquia criada por Wes Craven em 1996. A revitalização trouxe para a saga mais frescor, e de alguma forma fez com que os filmes fossem tão aclamados quanto aqueles do horror elevado; um subgênero do terror que vem crescendo em massa nos últimos anos.

Você já deve ter ouvido falar de títulos como Hereditário, Corra!, Pearl, certo? Isso é o horror elevado. É um terror como qualquer outro, mas carregado de suspense e filosofias próprias, que subverte o gênero e reiventa regras já estabelecidas do que pode ou não pode ser assustador.

Deve ser um pouco contraditório ter os últimos filmes de Pânico dentro dessa categoria, já que eles geralmente usam a mesma fórmula e possuem um conjunto de cenas bem previsíveis. Telefone tocando, alguém vai morrer, sempre alguém de quem não se desconfia.

Boa parte da culpa disso pode ser colocada no gênero slasher em si, que não só tem a capacidade de proporcionar terror, mas até um humor ironizado ou até mesmo uma metalinguagem – este último conceito, inclusive, é algo que Pânico sabe dominar muito bem.

Agora, para quem já conhece os filmes, ou assistiu aos dois primeiros e ainda não conferiram os outros quatro da franquia, pode ser muito confuso tentar entender porque Samantha (Melissa Barrera) e Tara (Jenna Ortega) Carpenter são os rostos dessa nova leva de filmes. Neste artigo, você irá descobrir como a dupla está ligada ao assassino mascarado, e como provavelmente elas sempre farão parte da mitologia de Pânico.

Por que o Ghostface vai atrás das irmãs Carpenter?

Diferente de Sidney, Sam e Tara não estão atreladas ao Ghostface original. Pelo menos, uma delas; Sam Carpenter é a filha biológica de Billy Loomis (Skeet Ulrich), namorado de Sidney do colegial, assassino e um dos responsáveis por começar o banho de sangue em Woodsboro.

A mãe de Sam e Billy se conheceram por volta do tempo em que Billy e Sidney eram namorados. Mas, com o fato dos dois terem dado um tempo após a morte da mãe dela, é rumorizado que por volta de algum período deste ano, Samantha foi concebida.

Vinte e seis anos depois, Sam ressurge em Woodsboro pela primeira vez após a descoberta de que Billy era seu pai. Antes disso, a jovem havia se metido com drogas e causado problemas na pacata cidade como uma forma de neutralizar o remorso após separar os pais.

No quinto filme da franquia, Sam explica a todos nós como ela é responsável pelos pais terem se separado. Quando era adolescente, Sam estava mexendo em caixas antigas de sua mãe e procurando por memórias sobre o romance de seus pais. Em meio a esse ataque xereta, a jovem descobriu o diário de sua mãe.

Não é explicado exatamente de quando as entradas constam, mas foi graças ao conteúdo contido nele que Sam descobriu que seu pai não era o seu pai biológico. Após ouvir isso, Sam confronta a mãe e seu pai acaba escutando, resultando assim na separação dos Carpenters.

Anos após esse acontecimento, vemos que a separação deixou Sam traumatizada, ao ponto de se afastar de Tara e deixar a irmã para trás. É então, num dia ensolorado como qualquer outro, que a jovem descobre que Tara sofreu uma tentativa de homícidio. E não para por aí: o agressor de sua irmã usava uma máscara.

Ligando os pontos do fato de Billy ser seu pai biológico, Sam arruma as malas e parte para Woodsboro com seu namorado, Richie. Nos é revelado que além de saber que Billy era seu pai, Sam tem visões com ele onde imagina que ele a está incentivando a dar o troco em quem machucou sua irmã, matando primeiro qualquer um que tentar matar as duas.

No hospital, Sam revela a Tara toda a informação que já contamos sobre a sua origem e Tara, em um ataque de fúria, expulsa a irmã do seu quarto. Sabendo que o assassino a atraiu para Woodsboro para começar sua própria fanfiction dos filmes de Facada, Sam e os outros sobreviventes correm para descobrir a identidade do Ghostface.

Ao estilo Jill e Charlie (assassinos de Pânico 4), Amber Freeman e Richie Kirsch armaram um plano para atrair as irmãs para um joguinho sádico desenvolvido por anos. Richie, um fã da franquia Facada, queria honrar os filmes que haviam perdido a essência e estava disposto a se aproximar da filha de Billy Loomis para isso. Já Amber, outra fã, teve o infortúnio de acabar morando na mesma casa de Stu.

Bastou para que os dois se conhecessem dm um fórum no Reddit para darem início o plano maquiavélico contra as Carpenters.

A motivação dos personagens nesse primeiro filme é menos sobre o passado das personagens, como foi com Sidney. Richie e Amber queriam atacar os responsáveis pela franquia Facada após a morte de Ronan, e consequentemente viram em Sam e Tara uma solução doentia para o problema.

Família Kirsch

Após o ataque em Woodsboro, seguimos as Carpenters até Nova York, onde elas estão tentando começar do zero depois de tudo que aconteceu. Nessa bagagem, Chad e Mindy acompanham uma galeria de novos personagens com os quais as duas estão tentando se conectar: Quinn, Anika, Ethan e o namorado secreto de Sam, Danny.

Apesar de ter desmascarado Richie como o Ghostface, Sam acaba sendo acusada por uma teoria da conspiração online que acredita que ela é a responsável por tudo e de ter jogado a culpa em Amber e Richie. Ser a filha de Billy Loomis parece ter sido o problema, e ela não tem o mesmo apoio que Sidney teve nos quatro primeiros filmes da franquia.

Como se não bastasse tudo isso, a relação entre Sam e Tara começa a balancear uma vez que Tara não aceita a postura superprotetora da irmã à despeito dos últimos acontecimentos. Por essa razão, elas se metem em brigas que ameaçam furar a bolha da relação entre irmãs.

Mas não demora até que um novo Ghostface surja e comece um novo jogo sanguinário.

Aqui, o filme tem dois grupos de assassinos: aqueles que apoiavam o plano de Amber e Richie e queriam seguir seus passos, e aqueles que querem vingar a morte dele. O primeiro grupo, formado por dois jovens próximos a Tara, são rapidamente executados e tirados de fora da cena, exigindo assim uma investigação da polícia pelo Xerife Bailey, pai de Quinn, e Kirby, sobrevivente do quarto filme da franquia.

Pânico VI é o primeiro filme a relembrar os outros assassinos da franquia, isso porque este novo assasino está deixando máscaras de outros assassinos nos locais onde ataca, como se estivesse montando um quebra-cabeça. Desconfiada e sem saber em quem acreditar, Sam e o “Quarteto Top” tentam estar um passo a frente do assassino antes que o terceiro ato aconteça.

Apesar do esforço de um grande grupo de sobreviventes, sangue é derramado e os assassinos conseguem encurrar as irmãs Carpenters mesmo dentro de um trem em movimento ou em uma loja de conveniências. É tudo mais violento, e a revelação de quem são os assassinos explica bem o nível de perigo que ambas correram.

Acontece que Ethan, Queen e o Xerife Bailey na verdade são, respectivamente, irmão, irmã e pai de Richie. O trio, movido por uma sede de vingança após Richie ser morto por Sam, seguiram as irmãs Carpenters até Nova York e colocaram em ação um plano maquiavélico. Queen e Ethan fingiram ser colegas de quarto convenientes e Bailey um pai preocupado que perdeu sua filha; na realidade, quando o Ghostface ataca Queen no apartamento, nunca a vimos realmente ferida até que ela caia no meio do grupo “ensanguentada”.

Forjando a própria morte, a jovem, o pai e o irmão conseguiram vantagem e mexer com a cabeça do grupo de sobreviventes até o ato final. Bailey, após saber a forma brutal como Richie foi morto, concluiu que Sam não era uma sobrevivente, mas uma assassina assim como seu pai, e resolveu vingar a morte do filho.

Em um confronto com as irmãs Carpenters, o trio leva a pior, sendo liquidado um a um durante um dos maiores banhos de sangue da franquia. Sam, Tara, Mindy, Chad, Gale e Kirby sobrevivem e continuam a manter o legado da nova leva de filmes.

Como os dois filmes anteriores, Pânico VII deve seguir o modelo de Pânico 3, e concluir o arco das irmãs Carpenters nessa nova franquia. As teorias do que pode motivar um novo assassino a perseguir elas vão desde o passado não explorado dos pais de ambas as irmãs até a teoria mais amada pelos fãs: a de que Stu, parceiro de Billy, nunca realmente esteve morto, e está apenas esperando a hora perfeita para aparecer.