Nos últimos anos, o cinema tem sido palco de diversas produções que revisitam obras clássicas de diferentes meios, como livros, quadrinhos, desenhos e animações.
Essas produções são chamadas de adaptações, pois transpõem a história original para um novo formato, mantendo ou modificando alguns aspectos da narrativa, dos personagens e do estilo.
Um dos formatos mais populares para as adaptações é o live-action, que consiste em usar pessoas reais ou efeitos especiais para dar vida aos personagens que antes eram representados de outra forma.
Mas afinal, qual a diferença entre live-action e adaptação?
Live-action é um tipo de produção cinematográfica que utiliza pessoas reais ou efeitos especiais para dar vida aos personagens que antes eram desenhos, animações ou outras formas de arte.
Já a Adaptação é um processo de transposição de uma obra de um meio para outro, como de um livro para um filme, mantendo ou alterando alguns elementos da história original.
A diferença entre live-action e adaptação é que o primeiro se refere ao formato do filme, enquanto o segundo se refere à origem do filme. Um live-action pode ser uma adaptação de uma obra pré-existente, como Malévola (2014), que é uma versão em live-action da animação A Bela Adormecida (1959) da Disney, ou pode ser uma obra original, como Mary Poppins (1964), que foi o primeiro live-action registrado.
Uma adaptação pode ser feita em live-action ou em animação, dependendo da escolha dos produtores.
Qual é a diferença entre adaptação e remake?
Adaptação e remake são dois tipos de transposição de uma obra de um meio para outro, como de um livro para um filme, ou de um jogo para um filme. A diferença entre eles é que na adaptação há uma maior liberdade criativa para alterar elementos da história original, como o enredo, os personagens, o estilo e o contexto, enquanto no remake há uma maior fidelidade à obra original, mantendo-se o roteiro e o enredo básicos, mas com novos atores, efeitos ou recursos.
Por exemplo, O Senhor dos Anéis (2001-2003) é uma adaptação dos livros de J.R.R. Tolkien, pois há mudanças na ordem dos acontecimentos, na personalidade de alguns personagens e na inclusão ou exclusão de algumas cenas. Já Psicose (1998) é um remake do filme de Alfred Hitchcock de 1960, pois segue o mesmo roteiro e as mesmas cenas, apenas com atores diferentes e em cores.
Uma adaptação tem que ter compromisso com a atualidade?
Não necessariamente uma adaptação precisa ter compromisso com a atualidade, pois isso depende dos objetivos e intenções dos criadores envolvidos no processo. O nível de fidelidade à obra original e a decisão de situar a história em um determinado contexto temporal podem variar amplamente.
Em algumas adaptações, os criadores optam por atualizar a história, ajustando-a para refletir os tempos contemporâneos e os valores da sociedade atual. Isso pode envolver a inclusão de elementos modernos, atualização dos diálogos, alterações na ambientação, ou até mesmo mudanças na trama para torná-la mais relevante para o público contemporâneo.
Essas atualizações podem ajudar a atrair uma nova audiência e tornar a história mais acessível. Por outro lado, há adaptações que se esforçam para permanecer fiéis ao material original, buscando capturar o espírito e a essência da obra original sem fazer alterações significativas para se adequar aos tempos atuais. Essas adaptações podem ser ambientadas no período em que a história original foi criada, preservando o contexto histórico e cultural da obra original.
A decisão de manter uma adaptação atualizada ou fiel ao material original depende da visão criativa dos envolvidos no projeto e dos objetivos que desejam alcançar com a adaptação.
Um live action sempre precisa ter atores reais interpretando personagens?
Não. Embora o termo “live-action” geralmente se refira a produções em que os personagens são interpretados por atores reais, há casos em que outras técnicas são usadas em conjunto com atores reais.
Por exemplo, em algumas produções live-action, é comum o uso de efeitos visuais (VFX) para criar personagens ou elementos que não podem ser facilmente representados por atores reais. Nesses casos, os atores interagem com elementos ou personagens gerados por computador (CGI) durante as filmagens, e os efeitos visuais são adicionados posteriormente na pós-produção.
Um exemplo disso são as adaptações de filmes de super-heróis, como os da Marvel e da DC, em que os personagens com poderes especiais são representados por meio de CGI. Além disso, existem produções que misturam atores reais com animação, como feito em A Pequena Sereia que estreou nesse ano.
O filme “Who Framed Roger Rabbit” é um live-action que exempla isso ao combinar atores reais com personagens animados. Nesse caso, os atores interagem com personagens animados durante as filmagens, que são posteriormente combinados na pós-produção.
Por que algumas pessoas não gostam de live-actions?
Algumas possíveis razões pelas quais algumas pessoas não gostam de live-actions pode ter a ver com uma preferência a versão original da obra, seja em desenho, animação ou outra forma de arte, e a falta de atração pela representação em live-action, que pode mudar alguns aspectos da história e dos personagens.
Elas acham que os live-actions são uma forma de explorar a nostalgia do público e de lucrar com obras já consagradas, sem oferecer muita inovação ou criatividade. Com o uso da representatividade em mídias atuais, algumas pessoas podem escolher não se identificar com os atores escolhidos para interpretar personagem X ou Y, que não correspondem às suas expectativas do seu imaginário.
Por que algumas pessoas não gostam de adaptações ou remakes?
Nostalgia e apreço pelo original: Muitas pessoas têm um apego emocional às obras originais, seja um livro, um filme, um jogo de vídeo ou qualquer outra mídia. Elas podem ter uma conexão especial com a versão original e sentir que uma adaptação não consegue capturar a mesma magia ou qualidade.
Outro fator que explica esse afastamento são as mudanças na história ou personagens. Quando uma obra é adaptada ou refeita, é comum que ocorram alterações na trama, nos personagens ou em outros elementos da história. Mas isso pode frustrar fãs que esperam uma fidelidade estrita ao material original. Alterações significativas podem ser vistas como uma falta de respeito ou compreensão pela obra original.
Além disso, existe o medo de ver a história já conhecida sendo estragada. Para alguns fãs, a ideia de uma adaptação ou remake é preocupante, pois eles temem que a nova versão possa prejudicar a reputação ou a qualidade da obra original.
Isso acaba por fazer com que muitos apontem os dedos para as corporações por trás dos projetos e as acusem de falta de originalidade e criatividade. De tempos em tempos, a indústria do entretenimento tem sido criticada por sua tendência a reciclar ideias antigas em vez de buscar novos conceitos originais.
Alguns críticos podem enxergar adaptações e remakes como exemplos dessa falta de originalidade, sentindo que os estúdios estão evitando riscos criativos e confiando em marcas estabelecidas para garantir o sucesso financeiro.