Resident Evil: do pior ao melhor segundo o Metacritic

Matheus Martins

Para jogos de terror, assustar pode ser a primeira coisa que vem em mente quando pensamos nos motivos do gênero fazer tanto sucesso entre fãs de videogame. Mas para a franquia Resident Evil, os meros sustos presentes em games do mesmo nicho não passam de detalhes dentro do legado criado pelo jogo de horror lançado há mais de 25 anos atrás.

A história sobre as consequências de uma arma biológica criada pelos gananciosos diretores da Organização Umbrella, rendeu diversas animações HQs, livros e uma saga de filmes bastante questionável pelos fãs e que não acompanham canonicamente a cronologia da franquia original.

Para os críticos, a linha de jogos survivor horror tem uma qualificação extremamente boa seja pela inovação de impacto causada por Resident Evil 4 até as raízes natural de jogo em primeira pessoam não deixando de fora também aqueles que pecaram ao longo da trajetória. Pensando nisso, nós do Pixel Nerd, resolvemos elencar todos eles, do pior ao melhor segundo as notas do Metacritic! Confira abaixo:

Umbrella Corps – Nota: 38

PlayStation 4, 2016

também para PC (2016)

O pior jogo de toda a franquia é Umbrella Corps, lançado em 2016 e disponibilizado para PS4. Além de ruim, genérico, terrível dentre todos os nomes que ganhou em seus reviews, o game foi acusado de oferecer aos fãs bem pouco conteúdo a ambos os adoradores de jogos de tiro em primeira pessoa e admiradores de RE, sendo bem descrito como um “spin-off pobre”.

Com um amontoado de ideias interessantes, o título não conseguiu apagar as falhas técnicas do zombie shooter tático que mais pareceu uma tentativa apelativa de capitalizar em cima do apetite comumente visto em títulos da e-Sports.

Resident Evil Survivors – Nota: 38

PlayStation, 2000

Primeiro game a ser feito para não fazer parte da série principal, Resident Evil Survivors teve uma estreia agridoce cheia de tropeços que levaram a sua péssima avaliação. E com um motivo talvez um pouco até compreensivo: o game não foi desenvolvido pela sua produtora original, a Capcom, mas pela forasteira Tose Software.

Como se não bastasse isso, o título deveria ter sido acompanhado em seu lançamento no ano de 2000 por uma Light Gun (Pistola de Luz), bastante famosa para alguns jogos de PS1 aqui no Brasil, mas a versão norte-americana do jogo barrou a disponibilidade do console, resultando em um gameplay nada impressionante.

Revisores também ressaltaram a falta de storytelling e a conexão com o jogo original, falhas que foram mais do que o suficiente para a compreensão da sua nota baixa nessa lista.

Resident Evil 6 – Nota: 67

Xbox 360, 2012

também disponível para PlayStation 3 (2012), PC (2013), PlayStation 4 (2016), Xbox One (2016), Switch (2019)

Resident Evil 6 foi o primeiro jogo da franquia canônica a não receber uma boa recepção de críticos de jogos, carenciando de reviews positivas que seriam bastante necessárias para formalizar a nova trilogia de sucesso inovadora estreada em 2005, com Resident Evil 4.

Apresentando um novo estilo arcade, o game introduziu o horde-fighting (luta contra NPCs em bandos ou multidões) que, apesar de ser totalmente inovador e divertido, pareceu um pouco demais. Os revisores contestaram o caráter enxuto do jogo e a inconsistência entre diferentes pontos de vista que apenas acabaram por se bagunçar dentro linha temporal de acontecimentos dentro do game.

Para alguns, RE6 sentiu como um FPS genérico ao invés de um survival horror com um grande legado pela frente.

Resident Evil 3 (Remake) – Nota: 79

PlayStation 4, 2020

também para PC (2020), Xbox One (2020)

Apesar de ter vindo a esse mundo durante a fase inicial de uma crise pandêmica, o remake do jogo de 1999 obteve ótimas críticas durante a sua apresentação. Seus takes altamente modernos, auxiliados pela tecnologia RE Engine, uma remasterização de músicas e falas clássicas, além da reimaginação de lugares e easter-eggs que recheiam cada canto do novo jogo. Isso sem falar do gráfico e da jogabilidade altamente melhorada cheia de movimentos e ações a ala FPS dignos de honraria.

Porém, apesar de ter avaliações positivas, elas vieram em um número bem menor do que as reviews do jogo original, não conseguindo atingir o feito do sucesso de RE2 dentro da comunidade Resident Evil. Além de ser descrito como “muito curto” o game também tomou a liberdade criativa de inovar até demais, deixando uma parcela dos fãs do antigo clássico insatisfeitos.

Resident Evil 5 – Nota: 83

Xbox 360, 2009

também para PC (2009), PlayStation 3 (2009), PlayStation 4 (2016), Xbox One (2016), Switch (2019)

Resident Evil 5 marcou a franquia com uma estreia de sucesso ao entrar nos consoles de sétima geração (Xbox 360, PS3). O jogo que segue a jogabilidade FPS de tiro introduzida pelo aclamado Resident Evil 4, traz em sua expansão Lost In Nightmares (2010) a morte da icônica personagem da saga original, Jill Valentine, acontecimento que perdura até hoje na memória dos fãs como um fantasma.

Seus pontos marcantes são a jogabilidade intensa, as lutas incríveis (os Boss incríveis) e a introdução do primeiro jogo de co-op da série, características que demarcaram o sucesso do seu antecessor e se fez primordial para a venda dos jogos, que alcançou e mantém até hoje a melhor venda de jogos da franquia.

No entanto, a controvérsia sobre o jogo se passar na África pode ter manchado o jogo de uma maneira inesquecível para alguns fãs. Muitos não ficaram agradados com a apropriação cultural e muitas liberdades criativas tomada pelo criador da série que pouco se importou com a riqueza de detalhes do continente.

Resident Evil Village – Nota: 84

PlayStation 5 (2021)

também para PC (2021), PlayStation 4 (2021), Xbox Series X/S (2021), Xbox One (2021)

Mais recente adição a coleção de jogos de sucesso, Resident Evil Village ganha facilmente seu próprio nicho dentro da comunidade gamer, além de honrar de uma forma completamente nova a franquia com elementos que fogem de tudo que resumiu RE nos últimos anos a um RE básico.

A começar pela sua magnânima vilã, Lady Dimitrescu. A personagem é o que muitos poderiam chamar de personagem “redonda” com várias e múltiplas facetas, além de de uma vilania que certamente consegue pisar em cima do holofote diante de tantos vilões icônicos ao longo dos anos. Sua relação com as filhas, com a vilã “key” do novo capítulo (Mãe Miranda) além da digníssima atuação de voz são um conjunto de elementos que a farão entrar na história, seja para a popularidade no reddit ou diante dos famigerados memes espalhados pelas redes sociais.

O jogo também acerta na introdução de criaturas míticas que parecem saídas de um folclore: no elencamento temos de tudo, desde lycans, vampiros, a zumbis e bruxas e toda uma pegada que remete a Transylvania. O game também acerta na junção do novo e do velho, continuando a história do protagonista introduzindo em Resident Evil 7, Ethan Winters e o já conhecido e favorito de todos os tempos, Chris Redfield.

Apesar das reclamações a respeito do desfecho do jogo e de como alguns componentes do game se unem ao decorrer do gameplay, o título certamente fica para a memória, merecendo seu lugar entre os melhores dessa lista.

Resident Evil 7: biohazard – Nota: 86

PlayStation 4, 2017

também para PC (2017), Xbox One (2017), Switch (Japan only: 2018)

Com um sub-título que deveria pertencer ao seu primeiro jogo da franquia – mas barrado por questões da época do lançamento em 1996 -, Resident Evil 7: biohazard foi a reintrodução de um estilo jogabilidade ao mesmo tempo velha e nova, o horror em primeira pessoa.

Com uma sequência “puzzle” na solução dos seus problemas, a introdução de Ethan Winters veio com um storytelling totalmente crível e realista que realmente separa o sétimo capítulo da antiga trilogia de sucesso, os jogos RE4, RE5 e o nem tanto suscetível ao título, RE6.

Essa mudança de fórmula deu uma guinada dos jogos de ação, provando que um “survivor horror” de sucesso não precisa ficar preso a mesmice e sempre terá a oportunidade de se reinventar com o tempo.

Resident Evil (1996) – Nota: 91

PlayStation, 1996

também para PC (1997), Saturn (1997)

Todo mundo ama um clássico.

É claro que, para esse clássico ganhar tanta adoração, ele deve vir acompanhado de um motivo e o motive que acompanha o Resident Evil original, apesar da existência do seu remake, é uma série de fatores e recordes quebrados que fazem os fãs da franquia irem as lágrimas toda vez que pensam isso. Para a sorte deles, os críticos de videogames não pensam tão diferente assim.

Apesar de não ser o primeiro jogo de “survivor horror” criado no mundinho game (títulos já alcançados por Alone in the Dark e Sweet Home) a vinda de Resident Evil se não em sua época de estreia, pelo menos ao longo dos anos, virou um verdadeiro burburinho universal na comunidade gamer por estabelecer algo novo em sentidos de jogabilidade exploração, puzzle, ação, sustos genuínos e zumbis, tudo em um só pacote.

Vaiado pela crítica por conter diálogos nonsense (que, de um ponto de vista, para a época, eram bastante toleráveis) o game que originou todo o legado que ainda permanece consistente depois de mais de 25 anos, definitivamente consegue falar mais alto que todas essas vozes.

Resident Evil 2 (Remake) – Nota: 91

PlayStation 4, 2019

também para PC (2019), Xbox One (2019)

Mas, se ser um clássico não for característica suficiente para receber todo o amor de uma fã base, talvez os desenvolvedores possam fazer a mágica de retornar as origens sem pisar em ovos ao trazer o velho com uma mecânica totalmente nova.

Foi dessa forma que ao apresentar o remake Resident Evil 2 com toda uma remasterização que a franquia encontrou uma maneira de permanecer viva no coração dos fãs da franquia, ao mesmo passo em que apresentou aos milleniums toda a glória dos anos de ouro com êxito.

Nessa nova versão do jogo de 1998, temos jogabilidade elevada ao nível máximo, saindo da mera melhoria de gráficos e pisando sem medo na reimaginação do game original. O remake modernalizou quase todos os aspectos do título RE2 com uma imersão surpreendentemente diferente mesmo para quem estava familiarizado; câmeras não fixadas em um só lugar, campanhas distintas para cada personagem, atuação de voz agradável – isso só para apresentar alguns fatores.

O item dessa lista é um daqueles casos onde o remake ultrapassa o original com tanta experiência rica e um “budget” de aparência cara, valorizando tanta a experiência Resident Evil que se torna um item imperdível para a coleção.

Resident Evil Code: Veronica – Nota: 94

Dreamcast, 2000

Alguns títulos saem tão melhor do que o esperado que, apesar de uma franquia seguir uma numeração, seus lugares se fazem por direito quando os famigerados “spin-off” se saem melhor do que um jogo enumerado deveria.

É o caso de Resident Evil Code: Veronica, game desenvolvido pela Dreamcast e lançado no ano de 2000. O jogo, além de expandir o universo explorado em Raccon City durante o gameplay de RE3, contém um interessante storytelling linear, apresentando personagens e situações críveis, além da introdução de uma história de origem solo que interliga vilões de outras temporadas sem correr muitos riscos.

Mesmo para a época de publicação, o jogo foi classificado como um “must own” (deve-se obter) da coleção e não é para menos: gráficos ambientados em tecnologia de ponta 3D-realtime, ângulos de câmera em tempo real dinâmicos, inclusão de personagens favoritos da saga (vide Chris e Claire Redfield) se tornando tão querido que é quase considerado um quarto jogo canônico dentro da cronologia.

Seu único defeito foi a venda fraca comparada ao jogo original, fato que conseguiu facilmente ser ultrapassado quando o jogo ganhou a classificação de um dos melhores games de sucesso da Sega.

Resident Evil 4 – Nota: 99

GameCube (2005)
também em PlayStation 2 (2005), PC (2007), Wii (2007)
remasterizado em HD para PlayStation 3 (2011), Xbox 360 (2011), PC (2014), PlayStation 4 (2016), Xbox One (2016), Switch (2019)

O melhor jogo de toda a franquia é, sem sombra de dúvidas, Resident Evil 4. O game foi pioneiro em introduzir um estilo de jogo de ação de tiro combinado a vários elementos que o tornaram bastante distinto de tudo que a saga já viu; além de reverberar parte desse sucesso em outros games que se sentiram inspirados.

Isso porque o melhor jogo da época da franquia é também o jogo de estilo “survivor horror” com maior pontualidade no Metacritic, além de fazer parte da exclusiva lista dos 30 Melhores Jogos de Qualquer Gênero presente no site.

O game incorporou elementos de FPS em terceira pessoa, introduziu o estilo “ponto de vista do ombro” onde o jogador pode olhar a ameaça vindo ao seu encontro, com uma ação frenética de bater a pulsação ao mesmo tempo em que inspira os players.

E por falar em inspiração, sua função híbrida fez com que até as concorrentes naquele tempo, Alone in the Dark e Silent Hill corressem para abraçar a mesma abordagem tamanha sua relevância reverberou diante de outros jogos.

Não só no campo da jogabilidade R4 fez sucesso, como também vendeu 10 milhões de cópias mundiais, coletou numerosos prêmios e deu ínicio a uma das melhores trilogias memoráveis da franquia que até hoje mora no coração dos fãs. É de fazer chorar mesmo!

E você? Qual o melhor e o pior Resident Evil na sua opinião? Deixe o seu rank abaixo para sabermos!