A indústria de games do nosso país está cada vez mais movimentada e, para dar mais espaço e visibilidade para as produções feitas por aqui, criamos o quadro Jogo Brasileiro, feito especialmente para divulgar, jogar e analisar produções feitas por estúdios tupiniquins.
O estreante da nova fase é ninguém menos que Sword Legacy Omen, que pode ser considerado um lançamento de grande porte em comparação a outros games indies feitos no Brasil. Produzido por dois estúdios brasileiros, o Firecast e a Fableware, o jogo chamou a atenção da Team17, famosa por Worms, que é a publisher responsável pelo título.
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Sword Legacy Omen mistura diversos conceitos já conhecidos para trazer uma experiência única. A história se baseia na lenda de Excalibur e traz personagens conhecidos como Rei Uther e o mago Merlin, mas se passa em um universo narrativo inédito.
O jogador incorpora o guerreiro Uther em uma jornada por Broken Britannia em busca da princesa Igraine. Durante seu caminho, ele encontra diferentes parceiros que montam a sua diversificada equipe de batalha.
Combata e explore
Na parte do gameplay, o jogo tem como base a jogabilidade de um RPG tático, mas tem como diferencial a mecânica de exploração, o que permite andar pelo cenário e encontrar itens e segredos escondidos.
O combate segue o “arroz com feijão” dos RPGs táticos e pode se tornar viciante depois de um tempo, mesmo sendo um pouco complicado para quem está iniciando e não tem muita familiaridade com o gênero.
Os personagens controláveis têm diferentes sets de habilidades e o jogo conta com algumas variações dependendo da missão para “obrigar” o jogador a fortalecer toda a galera. Isso é feito, na maioria das vezes, por um sistema de recomendação e missões que dão pontos extras.
Os personagens podem enlouquecer no calor do combate
Outro ponto que merece atenção é a imprevisibilidade dos combates: mesmo se você dominar todos os personagens, a parte emocional pode acabar te colocando em desvantagem. Ao ver um companheiro ser morto ou ferido gravemente, os personagens podem “enlouquecer” e tomar decisões sozinhos, o que pode derrubar uma estratégia. É uma mecânica que dá muita raiva, mas funciona para diversificar o gameplay.
Um livro jogável
Como se trata de um RPG tático para PC com visão isométrica (de cima), o jogo dispensa gráficos realistas. Ainda assim, a direção de arte merece aplausos, pois conseguiu transformar a parte narrativa do game em um conto medieval em forma de videogame.
Sword Legacy Omen se baseia em traços que lembram desenhos da Disney, mas com um tom obscuro e sanguinário. Como descreveu o diretor de narrativa Arthur Protásio ao IGN, é o “Disney Go Wrong”.
As cenas principais de história são dubladas em inglês e contam com desenhos feitos em um livro. Já as cutscenes secundárias apresentam diálogos que aprofundam a relação entre os personagens. Nesta parte, o jogo não traz vozes, mas o estilo de figuras paradas e texto dá uma sensação de que o jogador está dentro de um livro interativo que possui batalhas jogáveis.
A ausência de dublagem nesta parte pode acabar desagradando alguns jogadores, mas é uma decisão plausível se levarmos em conta que o título não é uma produção de grande orçamento. Outro ponto do áudio são as transições de batalha, que se tornam repetitivas com o tempo.
No final das contas, esta parte uma questão de equilíbrio. Enquanto Sword Legacy Omen traz uma arte acima da média e pouca dublagem, o point-and-click Lamplight City, por outro lado, capricha na atuação com vozes, mas traz uma arte que é modesta e segue um padrão já existente.
Sword Legacy Omen está disponível na Steam por R$ 36,99. Para quem sente saudade de RPGs táticos de turno, é um jogo que vale bastante a pena.