Crítica: “Besouro Azul” renova a DC com ação e humor ao máximo

Matheus Martins

Desde que havia sido anunciado, Besouro Azul foi um dos futuros lançamentos da DC mais promissores da DC. Promovido para adaptar um personagem já conhecido dos quadrinhos e animação, a trama foca em Jaime Reyes (Xolo Maridueña), um jovem que entra em contato com o Escaravelho – uma tecnologia mágica que lhe dá uma armadura ultramente poderosa.

Nós do Pixel Nerd já assistimos essa nova edição da DC e temos a nossa crítica para o filme. Confira:

Há um consenso geral entre os críticos que essa não é uma boa época para filmes de super-heróis, muito menos da filmes de super-heróis da concorrente da Marvel. Tirando Guardiões da Galáxia, as últimas entradas focadas em universos de superes têm desapontado bastante com a medida desesperada de juntar humor a uma trama séria.

De alguma forma, Besouro Azul consegue escapar desse espectro de uma forma admirável. Tudo no filme soa como novo e fresco, com ideias originais e uma ótima representatividade latina.

Na semana passada, outra produção de um diretor latino fez sucesso, Vermelho, Branco e Sangue Azul, e é engraçado observar o quanto as duas produções são distintas uma da outra em gênero e proposta. Uma fala de Matthew López, diretor do filme, foi a de que ele queria mostrar boa representação de famílias latinas na televisão. Ficamos felizes em dizer que, tanto em Vermelho, Branco e Sangue Azul, como em Besouro Azul, esse elemento é bem construído.

A história de Besouro Azul começa quando o jovem Jaime volta para sua cidade natal formado e descobre que sua grande família está com riscos de perder a casa. A partir daí, sua prioridade é encontrar uma oportunidade de emprego que salve tanto o seu futuro quanto o dos seus entes queridos.

Ao trabalhar como empregado para uma empresa ricaça, a Kord, seu destino acaba cruzado com o de Jennifer Kord, personagem vivida pela esplêndida Bruna Marquezine. Jenny é herdeira da Kord, e não quer vê-la caindo nas mãos da tirana Victoria (Susan Saradon). Então, como uma forma de impedí-la, Jenny envia uma arma super-poderosa nas mãos de Jaime, que acaba por abrir o objeto após a pressão da sua família.

É importante observar o quanto o filme consegue dar destaque para cada um dos seus personagens, inclusive a família de Jaime. Ao invés de colocá-los como pano de fundo, vemos cada Reyes ganhar um protagonismo distinto, que destaca suas personalidades e cenas de uma forma bem distribuida. A menção honrosa vai a Nana de Jaime, que consegue ser engraçada sem um texto muito expositivo sobre o seu passado.

O tio também é uma presença efervescente e maluca, e não tinha como não ser, já que é interpretado por George Lopez, aclamado ator latino.

Com uma grande divulgação em cima de seu nome, é claro que a Jenny de Marquezine viraria tópico aqui. A atriz, formada em produções nacionais aqui no Brasil, entrega uma atuação digna dos elogios que vem recebendo, sabendo estar preocupada quando está preocupada, triste quando se emociona, uma girl boss sob controle de si mesma. É só lá para o ápice do final, quando compartilha tela com Saradon que a atuação fica um pouco desleixada, mas a atriz soube entregar atuação de primeira.

Dá para sentir a influência de Gunn em uma cena onde vemos um solo de guitarra, mas boa parte do que agrada no filme são seus detalhes visuais e gráficos. É um filme cheio de propulsores de energia, de asas deltas rasgando o céu e armaduras bem elaboradas. As lutas coreografadas, onde também vemos Jaime demonstrar um bom equilíbro com as armas que usa, provavelmente tem relação com Xolo – o ator, afinal de contas, saiu da série Cobra Kai, que é entende muito bem disso.

O arco dos vilões, Victoria e Carapax, não consegue serem igualmente bem desenvolvidos. Victoria fica muito apaga, tida como esse clichê de empresária louca por poder e destruição. Por um lado, Carapax recebe um arco de redenção até que moderado. É bem melhor que o Ikki de Os Cavaleiros do Zodíaco: Saint Seiya – O Começo, isso pode ser dito.

De forma bem engraçada, para quem for fã de referências, espere por duas produções da SBT que marcaram a infância de muita gente terem sacadas bem legais no filme.

Besouro Azul é um filme que consegue combinar seu humor sem se conter e ainda assim entregar uma ação frenética, uma aventura alucinante, uma diversão que vale o ingresso de qualquer um.

Não se sabe bem onde o longa terá importância no novo e reestruturado DCEU de James Gunn e Peter Safran, mas mal podemos esperar por vê-los novamente.

Filme: Besouro Azul

Direção: Angel Manuel Soto

Elenco: Xolo Maridueña, Bruna Marquezine, George Lopez, Belissa Escobedo, Susan Saradon, Raoul Trujillo, Adriana Barraza.

Nota: 10,00

Besouro Azul está em cartaz nos cinemas.

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