Crítica: “Guardiões da Galáxia Vol. 3” é o filme que a Marvel precisava

Matheus Martins

Aguardado desde antes do final de Vingadores: Ultimato, Guardiões da Galáxia 3 finalmente chegou aos cinemas seis anos após a estreia do segundo filme ao qual dá sequência. O longa, dirigido por James Gunn, que agora é responsável pela reestruturação do DCEU, é a despedida do diretor para o grupo de heróis de destaque entre tantos fãs antes que ele foque em outros projetos concorrentes da Marvel, como Superman Legacy.

Os útlimos da Marvel não têm agradado o público da forma como deveria. Projetos como Thor: Amor e Trovão e Homem-Formiga e a Vespa: Quantumania foram rechaçados pela crítica especializada que não fico nenhum pouco otimista com onde o final da Fase 4 da Marvel deixou, e muito menos o começo da Quinta Fase.

Será que toda essa repercussão ruim afetou a recepção de uma saga de filmes tão elogiada dentro do universo da Marvel? Nós do Pixels já conferimos o filme e temos a nossa própria opinião sobre ele no texto abaixo. Confira:

Chris Pratt retorna como o Senhor das Estrelas no aguardado Guardiões da Galáxia Vol. 3

Um dos pontos mais bem elogiados de Guardiões, é que ele retorna o filme exatamente do ponto onde ele deveria parar : com Quill sofrendo pela perda de Gamora depois dos eventos de Vingadores: Guerra Infinita. Como já conhecemos bem, o filme tem uma habilidade marcante de tratar de assunto sérios (mesmo algo como o luto) de forma humorística, através de piadas e diálogos entre os personagens, algo que faz parte do DNA da Marvel depois de tantos anos de filme. No entanto, aqui Gunn decide mostrar que a perda de Gamora não afetou apenas Quill, como todo o grupo também; existe um debate sobre quem deve consolar o personagem e qual a forma mais adequada de fazer isso. O peso dessa perda é sentido juntamenta com a música Creep do Radiohead, que casa perfeitamente com o clima.

Logo depois disso, o filme apresenta seu conflito sem se demorar muito: Adam Warlock chega e ataca Rocket, colocando a vida do guaxinim rapidamente em perigo. Há uma correria dos membros dos guardiões em ajudá-lo, Adam vai embora e é aí que o filme realmente começa a chegar ao cerne da sua aventura: ao passo em que Peter, Gamora (a do passado), Nebulosa, Groot, Drax, Mantis e companhia se reúnem para salvar o querido guaxinim, aprendemos mais sobre o passado de Rocket; ele foi fruto de uma série de experimentos do inescrupuloso Alto Evolucionário, que usava animais como cobaias de seus projetos tão ambiciosos.

Comparado a Kang, esse “novo” vilão adaptado dos quadrinhos possui uma presença que dispensa elogios. O mistério acerca de quem ele é, suas motivações, planos e crueldades (que não são poucas) são apresentados sem cerimônia, e personalizados com a atuação de Chukwudi Iwuji, que já tinha dado as caras num projeto anterior de Gunn, O Pacificador. É um filme bastante tocante para quem gosta de animais e detesta a crueldade feita a eles na vida real.

Existe uma explicação presente no filme que, particularmente, já havia me incomodado em filmes anteriores dos Guardiões: a linguagem de Groot. O personagem, que se comunica apenas por uma frase, e sua capacidade de se comunicar com os outros integrantes do grupo sempre foi vista como uma presunção do roteiro em querer elaborar diálogos para o personagem vivido por Vin Diesel. No entanto, vemos finalmente a conclusão de como se dá essa explicação, através do roteiro e através de Gamora, uma conclusão bastante satisfatória para a questão.

O filme, apesar de carregar uma intensa carga de comédia funciona surpreendentemente bem, sem cair no pecado de outras produções da Marvel que se inclinam nessa espécie de recurso para conseguir o entusiasmo do público. As piadas são boas, fazem sentido, se entrosam e se intercalam entre os personagens e a narrativa em si, se tornando um emaranhado de curtição e escrita auto-referencial. Outro elogio está na música que é bem usada desde o começo com Creep do Radiohead a Dog Days Are Over de Florence and the Machine que conclui a viagem de Gunn – e que baita viagem!

Não fiquei tão ligado nas cenas de ação, mas elas com certeza foram impactantes desde a chegada de Adam Warlock em Lugar Nenhum. O personagem, que é de uma raça altamente poderosa no universo Marvel, mostra essa força enquanto ataca um personagem bastante querido para o grupo de heróis. Qualquer sequência de luta que vem depois é tão contagiantes quanto as piadas, quanto as emoções que cenas tristes nos fazem sentir, quanto o nosso desejo de ver o grupo de mercenários galácticos se darem bem. Nós torcemos para que tudo dê certo, e muito embora não tenhamos certeza de que vai ficar, continuamos na torcida que cada plano elaborado tenha êxito.

Em meio ao clima que a Marvel se encontrava no começo do ano, Guardiões da Galáxia Vol. 3 era o filme que ela precisava para alavancar sua boa fama – uma essência que, após tantos projetos paralelos, tentativas mal-sucedidas (Morbius e Thor: Amor e Trovão, estou falando com você), estava perdida e quase deteriorada.

Concluindo, o filme é a despedida que uma saga tão destacada dentro do MCU precisava para abafar o que era ruim e preservar o que era bom antes do diretor manter as rédeas do outro universo cinemático de heróis tão conhecido pelos entusiastas de quadrinhos queriam.

Filme: Guardiões da Galáxia Vol. 3

Direção: James Gunn

Elenco: Chris Pratt, Zoe Saldana, Will Poulter, Karen Gillan, Chukwudi Iwuji, Bradley Cooper, Vin Diesel, Dave Bautista, Pom Klementieff, Maria Bakalova

Nota: 10

Guardiões da Galáxia Vol. 3 está em cartaz nos cinemas brasileiros.

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