Crítica | “O Assassino” filme da Netflix com atriz brasileira Sophie Charlotte

Matheus Martins

Atualizado em:

A Netflix acaba de lançar em seu catálogo o filme “O Assassino”, longa elogiado do diretor David Fincher e alvo de cinco minutos de ovacionação que confundiram o cineasta. O título une ação frenética com um suspense aterrador.

Fincher é o mesmo diretor do elogiado Garota Exemplar e foi muito aguardado por parte do público brasileiro, especialmente pela escalação o da atriz Sophie Charlotte no elenco.

Nós do Pixels já conferimos o filme e temos a nossa própria opinião sobre ele. Confira:

Em O Assassino, entramos no mundo meticuloso de um executor que narra cada passo que está dando em sua missão. Com seu alvo bem na mira e se rendendo ao ócio e ao tédio, o assassino espera pelo momento em que irá puxar o gatilho com muita preparação. Porém, tudo dá errado quando ele erra o alvo e precisa fugir às pressas da cidade onde esteve.

Sem nunca ter lidado com um erro antes, vemos pela primeira vez o executor lidar com as consequências do seu ato. Quando ele retorna para casa, sua namorada está ferida e seu lar invadido. Seus contratantes estão agindo de forma estranha e somente resta ao assassino juntar as peças do que aconteceu para entender a caçada final. E essa investigação promete uma trilha de corpos pela frente.

Uma das coisas que Fincher sempre soube trabalhar bem foi a tensão. Não aquela que é reservada apenas para uma cena, mas a construção da tensão em si que faz com que roemos nossas unhas, fiquemos tensos na cadeira, não saibamos o que vamos esperar da próxima cena. É um grande jogo de não saber o que esperar de um ser tão frio e calculista, de não poder trabalhar com as certezas que o personagem tem a todo momento.

Particularmente, amo a escrita com que o filme se desenrola e é um motivo para ter gostado de O Assasssino um pouco mais. Ele carrega aquela narrativa incisiva que remete aos dias de Garota Exemplar muito bem, pintando mais um personagem de cabeça complexa que toca as miríades de ser um humano, de tentar restaurar a sua humanidade ao passo que precisa agir frio como uma máquina planejando cada passo.

Talvez quem goste mais daquela ação direta de filmes explosivos pode se sentir um pouco cansado no começo. Mas é como dito sobre o suspense: ele cresce de forma gradual, toma espaço para existir. Quando finalmente chega até nós, vem todo carregado daquela sede que o personagem tem de agir, do seu senso de preservação humana que não o deixa desistir ou se entregar nos braços da morte.

Todos esses detalhes são entregues ao lado da atuação de Michael Fassbender, que está exemplar no papel do assassino calculista e frio sem soar clichê ou caricato. Ele entrega apenas com um olhar a sensação que está sentindo, as emoções e pensamentos que passam pela sya cabeça. Mesmo quando precisa ficar muito parado ou a todo vapor enquanto está em movimento, sua técnica continua primorosa e não se perde em momento algum.

O Assassino é mais uma canetada de Fincher que traz mais uma personagem com um filme cheio de identidade própria e pincelar de uma trama tensa do começo ao fim.

Filme: O Assassino

Direção: David Fincher

Elenco: Michael Fassbender, Sophie Charlotte, Tilda Swinton, Kerry O’Malley, Charles Parnell, Arliss Howard.

Nota: 10,00

‘O Assassino’ está disponível na Netflix.

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