Crítica: “O Protetor 3: Capítulo Final” acaba pedindo mais

Matheus Martins

Assim como John Wick, a franquia O Protetor caminhou um longo caminhob sob a figura de uma estrela famosa dos filmes de ação dos anos 90 que busca vingança contra uma legião de criminosos. Robert McCall – com dois ‘c’ e dois ‘l’ – o ex-agente ganha seu mais novo filme com o subtítulo “Capítulo Final”, onde o personagem conclui sua história de vez e dá um último aceno para a audiência do seu papel de justiceiro.

Robert (Denzel Washington) se achega na Sicília, Itália, onde acredita ter achado seu lugar de vez. Porém, ao descobrir que as pessoas com quais se importa estão sob o domínio da Máfia Italiana, é só uma questão de tempo para que ele sinta que deve intervir nos planos da criminalidade local.

O novo filme conta com a participação de Dakota Fanning, com quem Denzel contracenou em Chamas da Vingança (2004). Aqui, Dakota é Acteur, uma agente da CIA escolhida a dedo por Robert para solucionar o caso.

O filme acerta seu tom logo nos primeiros minutos, com uma sequência de violência de tirar o fôlego seguida por outra sequência ainda mais graficamente sanguinária. Robert é um assassino nato, com experiência no modus operandi de analisar antes de atacar e de quebrar depois se perguntar.

Após um primeiro ato cheio de sangue, o filme transborda um senso de comunidade graciosa que envolve Robert dentro da história como esse nobre forasteiro, atencioso, misterioso, apreensivo. É tudo uma fachada para a verdadeira história que o roteiro de Richard Wenk conta em outros filmes: sangue será derramado por um justiceiro que veio para equilibrar o jogo entre comunidade x crime.

Embora esse seja um senhor clichê de filmes de ação, a atuação de Denzel continua trazendo aquele olhar perturbador de quem é atormentado pela ideia de ver pessoas inocentes sofrendo, o sorriso cínico de quem sabe que ganhou a guerra antes mesmo de começa-lá, a conversa fiada sobre fatos e curiosidades para humanizar uma máquina de assassinato. Todos esses elementos são trabalhados em tela com expressões gélidas de escárnio a seriedade.

Como dito em algumas reviews iniciais, é um filme mais contido em sua ação – e que também tem muita ausência dela. Não vá assistir Protetor 3 esperando cenas de perseguição, explosões – somente a de terroristas – e todo o arsenal que filmes do gênero entregam. É um filme mais visceral na violência, onde McCall se apresenta com sua versão mais cruel do modelo “anjo vingador”.

A atuação de Fanning não traz tantos milagres, apesar do espaço que o filme dá para os coadjuvantes terem desenvolvimento. A atriz aparece em cenas chaves e em uma ponta final que pelo menos explica sua participação ali. Porém, podemos parar com as colagens de fotos claramente editadas para representar uma família? Existem outras formas bem mais naturais de explorar a natureza de certos personagens.

Mas o que carece de participação para a personagem de Fanning ganha forma na atuação do elenco de apoio, visto que esse é um filme onde os criminosos ganham destaque, arcos e um desenvolvimento que, apesar de bem fraco, serve ao seu propósito. Vingança é a palavra escolhida para definir cada um deles.

O climáx do filme só começa mesmo após uma hora de duração, que passa bem rápido e nos faz querer correr logo para o final. Embora o jeito como a direção de Antoine Fuqua tenha escolhido seguir por um desfecho que não segue o tlm do resto de O Protetor 3, é bom reconhecer que ele não tenta ser inventivo de uma maneira arriscada.

No fim das contas, O Protetor 3 acaba nos dando aquele gostinho de que pode entregar mais e que a franquia não acabou por aí – o que não achamos difícil de acontecer.

O Protetor: Capítulo Final chega aos cinemas no dia 5 de outubro.

Deixe um comentário