Na primeira vez que joguei Vampyr vi que algo estava diferente na Dontnod. O estúdio por trás de Life is Strange fez um game muito fora do seu padrão que ficou mundialmente conhecido. Agora, ao jogar Call of Cthulhu, da Cyanide, percebi o que aconteceu: o olhar da Focus Home para jogos single-player.
A publisher francesa que patrocinou a concepção de Vampyr se juntou com o estúdio Cyanide, também da França, para criar uma adaptação oficial do RPG Call of Cthulhu. O resultado disso é um RPG narrativo envolto de terror e mistério com mecânicas que vão agradar os fãs da história de Jonathan Reid.
O caso da Ilha Darkwater
Call of Cthulhu mostra suas intenções logo nos primeiros minutos de gameplay. A aventura já começa com você dentro de uma caverna escura com restos de animais marinhos, numa ambientação tão rebuscada que é quase possível sentir o cheiro das entranhas das baleias. Ao explorar o local para achar uma saída, o jogador encontra um culto de encapuzados e, ao ser atingido, acorda em seu escritório.
O protagonista da história é Edward Pierce, um investigador que sobreviveu à Primeira Guerra Mundial e tenta sobreviver resolvendo casos de polícia. Mergulhado no alcoolismo e com sua licença de detetive à beira da morte, ele aceita um trabalho na ilha Darkwater. O objetivo: desvendar a misteriosa morte de uma família nobre.
Apesar de carregar o nome do monstro mais famoso das histórias de H.P. Lovecraft, o jogo não se destaca pelo terror nas suas primeiras horas, mas tem como ponto forte o nível de detalhes no ambiente obscuro e bem lovecraftiano.
Os locais que podem ser investigados e caras mais importantes para a história ganharam mais atenção dos desenvolvedores. A maioria dos habitantes da ilha, por outro lado, parecem variantes do Neri Neto mais velho e com diferentes configurações de barba.
https://www.youtube.com/watch?v=6loYlY54CHg
Grande foco na investigação
O jogo também mostra seu brilho nas mecânicas de detetive. Call of Cthulhu abraça esse lado em suas mecânicas de RPG, que consistem em aumentar habilidades como força, eloquência, visão e investigação. Dependendo do investimento de experiência feito pelo jogador, a experiência é diferente.
Quem colocar mais pontos em força, por exemplo, terá mais chances de se dar bem saindo de uma situação brigando. Por outro lado, os jogadores que fizerem um Edward Pierce mais eloquente terão um palavrado aprimorado e conseguirão resolver os entraves com outros personagens na base do papo.
O jogo também dá bastante ênfase para o ocultismo, que está ligado às crenças do povo que mora na ilha, além da sanidade mental do próprio jogador, um fator importante para a história. Segundo a Cyanide, quanto mais o jogador se aprofundar nas investigações, mais chances de manter-se nos eixos e conseguir um “final melhor” para a narrativa.
O game também conta com um modo especial que permite reconstituir cenas. A funcionalidade tem um potencial similar ao que vemos neste trailer de Twin Mirror, mas de forma mais simplificada. É uma ótima jogada para personificar processos que normalmente acontecem mentalmente.
Similaridade com Vampyr
https://www.youtube.com/watch?v=H9Fv95ySoKk
Para quem curtiu Vampyr, principalmente a parte narrativa, terá uma boa experiência com Call of Cthulhu. Além do dublador do protagonista de ambos os jogos ser o mesmo (Anthony Howell), o jogo compartilha com algumas técnicas que deixam a experiência com os games similar em alguns momentos.
Quando joguei Vampyr, os dois pontos que me deixaram infeliz com o game foram o combate e o mapa muito aberto, que tornava a experiência monótona e cansativa. Como o foco de Call of Cthulhu é a história e boa parte da ação se passa dentro de uma mansão, o gameplay é mais linear.
Para quem é fã alucinado de H.P. Lovecraft, o jogo vale a pena como tentativa pelo seu conteúdo, afinal, não é todo dia que vemos uma adaptação oficial de Call of Cthulhu. Para quem gosta de games focados em história, a experiência também pode agradar, mas não espere algo que vai fazer você borrar as calças de medo. Vivemos em um mundo onde monstros cósmicos não são tão aterrorizantes, mas estar na pele de um detetive à beira do desemprego e alucinando é uma parada assombrosa.
Além disso, o game também mostra o interesse a visão da Focus Home Interactive em jogos single-player. Para o ano que vem, a empresa já anunciou A Plague Tale: Innocence, mais um projeto focado na narrativa e que ganhou um trailer na Gamescom.
Call of Cthulhu está disponível para PC, PS4 e Xbox One. O jogo está custando R$ 110 na Steam, mas pode ser adquirido na Nuuvem por R$ 80 graças a uma promoção. Seguindo os padrões desse tipo de game, não deve demorar para descontos maiores aparecerem. Vampyr, por exemplo, está saindo por R$ 87 graças a Steam Sale.
https://www.youtube.com/watch?v=wYA7gvg0-hM
Seu PC aguenta?
Requisitos Mínimos | Call of Cthulhu
Requer um processador e sistema operacional de 64 bits
SO: Windows 7/8/10 (64 bits)
Processador: Intel Core i5-3450 (3.1 GHz)/AMD FX-6300 (3.5 GHz)
Memória: 8 GB de RAM
Placa de vídeo: 2 GB, GeForce GTX 660/Radeon HD 7870
Armazenamento: 13 GB de espaço disponível
Requisitos Recomendados | Call of Cthulhu
Requer um processador e sistema operacional de 64 bits
SO: Windows 7/8/10 (64 bits)
Processador: Intel Core i7-3820 (3.6 GHz)/AMD FX-8370 (4.0 GHz)
Memória: 8 GB de RAM
Placa de vídeo: 4 GB, GeForce GTX 970/Radeon R9 390
Armazenamento: 13 GB de espaço disponível
Confira mais informações no site da Focus Home.