Destination Primus Vita é o game episódico que mistura Mass Effect com Telltale | Jogo Indie

Redator Pixel

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Os fãs de jogos do gênero adventure tomaram uma grande pancada com o fechamento da Telltale Games recentemente, mas games independentes como Destination Primus Vita mostram que ainda existe muito espaço para ser explorado neste segmento.

Lançado em agosto na Steam, o game episódico é o primeiro projeto do estúdio independente Epsilon Games, que tem só um ano de vida. A produtora é formada por uma galera que já trabalhou em grandes empresas como a Ubisoft, mas resolveu apostar em uma ideia independente e bem ambiciosa: um universo de ficção científica com games e quadrinhos.

Dividido em seis episódios, Destination Primus Vita conta a história de uma tripulação que está indo para Primus Vita, um planeta que pode ser a salvação da raça humana após alienígenas roubarem a água da Terra e forçarem a população a se reinventar para sobreviver.

Cada capítulo acompanha a história de um dos personagens da nave, começando pela engenheira Austin. O jogo se passa em 3044 e a tecnologia é tão avançada que todo o gameplay rola dentro da cabeça da personagem, que está num sono criogênico especial que serve como treinamento para o habitat de Primus Vita.

https://www.youtube.com/watch?v=TABUvBx_MGs

Muitas histórias

Assim como outros jogos episódicos baseados em escolha, o principal destaque de Destination Primus Vita é o roteiro. A equipe que escreveu o jogo dá muitos detalhes sobre o estado da Terra durante a viagem mental de Austin, mas também de forma mais sutil, por meio de diálogos, ou então em colecionáveis.

Um exemplo interessante disso são os documentos descrevendo relatos de incêndios, que se tornaram um dos principais inimigos da humanidade, afinal, apagar fogo em um mundo com água escassa não é algo simples.

O roteiro é o grande forte do game

O universo de Primus Vita é tão grande que todo o game, segundo a produtora, se passará dentro da nave, com o jogador assumindo um personagem por vez nos episódios. A jogada é ousada, pois não centraliza a narrativa em apenas uma pessoa, mas também abre a possibilidade de mostrar diversas camadas dos protagonistas.

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No primeiro episódio nós já temos um gostinho disso, pois vemos todo o mundo do game e o relacionamento da tripulação pelos olhos de Austin, que é uma pessoa mais reservada e tímida. O segundo episódio vai acompanhar a hibernação do biólogo Hayao, que além de contar sua jornada em uma Terra com recursos escassos, também mostrará a viagem até Primus Vita por um ângulo bem diferente.

Puzzles e escolhas

Na questão de gameplay, Primus Vita tenta inovar ao trazer uma estética que lembra Mass Effect com jogabilidade em primeira pessoa, o que dá mais imersão ao jogo, porém, acaba tirando um pouco do foco de Austin. Ao meu ver, o papel da perspectiva em primeira pessoa é colocar o jogador como protagonista, enquanto a visão em terceira pessoa deixa claro que você está controlando um personagem.

Apesar desse detalhe, que é algo que não interfere tanto na experiência com a história, a visão em primeira pessoa ajuda na exploração e nos puzzles, dando uma sensação de você está jogando algo tipo The Witness, mas no espaço.

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As escolhas e gameplay narrativo, que são o foco do game, se destacam pelo roteiro bem trabalhado e que evolui exponencialmente com o andar da narrativa. A cada novo personagem que você encontra, mais interessante fica a história.

Toda a parte de escolhas está ligada ao seu relacionamento com os outros personagens. O jogo gira em torno da tripulação viajando no espaço indo rumo ao desconhecido e quanto mais você conhece sobre as pessoas e tenta entendê-las, melhor será sua relação com elas.

A história e os personagens ganham
novas camadas no decorrer do jogo 

Segundo o sistema de hibernação da nave, nós só descobriremos o desfecho das escolhas quando a nave chegar a Primus Vita, ou seja, no final do último episódio. O primeiro capítulo do game traz uma baita narrativa pessoal sobre Austin, mas acaba não trazendo um grande desfecho relacionado ao que o jogador decidiu durante o gameplay. Logo, parece que teremos que esperar essa viagem acabar para termos um veredito sobre o plot twist da história como um todo. Apesar disso, a jornada pessoal de Austin segura muito bem o começo da narrativa.

Quem deve jogar Destination Primus Vita?

Se você é fã de jogos ao estilo Mass Effect, com universo de ficção científica bem elaborado, Destination Primus Vita é um game para você ficar de olho. Para quem curte adventures como Life is Strange ou jogos da Telltale, o primeiro projeto da Epsilon Games com certeza vai agradar.

O jogo possui alguns probleminhas de otimização, como a interface que não se adapta ao controle, o que pode gerar confusão na hora de resolver puzzles jogando num joystick, e a visão em primeira pessoa pode acabar cansando o jogador.

Destination Primus Vita não tem legendas em português

Essas coisas ainda podem ser contornadas durante o gameplay, mas a principal barreira de Destination Primus Vita é o idioma. Assim como Lamplight City, o jogo não possui localização em português, o que pode acabar afastando milhares de jogadores brasileiros de sua narrativa.

Se você manja de inglês, vale a pena dar uma chance para o game, que tem seu primeiro episódio custando apenas R$ 15,99. Se você curtir a narrativa, a desenvolvedora também faz minicontos gratuito inspirados no universo do jogo e publica quadrinhos expandindo o universo de Primus Vita no seu site. Se você gosta de boas histórias,  aí está um universo cheio de conteúdo para ser explorado!

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