Graças a Unreal Engine 4, Kingdom Hearts 3 será uma máquina de fazer dinheiro para a Disney

Redator Pixel

A Square Enix continua divulgando trailers de Kingdom Hearts 3 e eu me senti obrigado a declarar: Kingdom Hearts 3 tem chances de ser um dos games que mais vai lucrar em todo o universo dos videogames dos últimos tempos™.

A essa altura do campeonato, quem joga videogame ou acompanha o Nacionais já deve ter ouvido falar do game, que ganhou destaque em três conferências durante a E3 2018. Produzido pela Square Enix em parceria com ninguém menos que a Disney, Kingdom Hearts 3 continua a história da franquia iniciada em 2005 no PS2, que ganhou fama por trazer mundos com personagens do estúdio de cinema e também dos jogos Final Fantasy.

Especula-se que o jogo está em desenvolvimento há uns 10 anos e, após adiamentos e muita demora, finalmente será lançado em 25 de janeiro de 2019. Até lá, porém, a Square Enix tem bastante tempo para lançar um caminhão de trailers. Um dos mais recentes veio durante a Tokyo Game Show e mostrou o gameplay com Big Hero 6.

O que me faz acreditar no sucesso comercial acima do normal de Kingdom Hearts 3 são dois fatores principais: a participação ativa da Disney e a Unreal Engine 4, motor gráfico em que o jogo está sendo feito.

O primeiro ponto é claro: se a casa do Mickey está envolvida, a chance de dar certo é grande. Uma prova disso é a própria franquia da Square Enix. Apesar do nome do próximo jogo ser Kingdom Hearts 3, mais de 10 títulos já foram lançados na série de jogos, com cerca de 24 milhões de cópias vendidas até o ano passado.

Além de carregar o nome da famosa franquia que já é conhecida por misturar personagens da Disney e Final Fantasy, o Ás na manga de Kingdom Hearts 3 é a Unreal Engine 4.

A importância da Unreal Engine para Kingdom Hearts 3

Quando teve seu primeiro trailer apresentado na E3 2013, Kingdom Hearts 3 estava sendo feito na Luminous, o motor gráfico próprio da Square Enix e responsável pelo visual dos games anteriores. O vídeo mostrava que o jogo seguiria o mesmo padrão gráfico de seus antecessores, mas com grandes melhorias na aparência. Como Final Fantasy XV comprova, a Luminous não é um motor gráfico fraco.

Em 2014, porém, o diretor de Kingdom Hearts 3, Tetsuya Nomura, revelou que o jogo abandonaria a tecnologia da Square Enix para ser desenvolvido dentro da Unreal Engine 4, o motor gráfico da Epic Games. A mudança, segundo um dos desenvolvedores, não causou tantos atrasos no andamento do jogo e parecia “a coisa certa a se fazer”.

A Square Enix começou a usar a Unreal
Engine 4 para fazer Kingdom Hearts 3 em 2014

Agora em 2018, podemos dizer que sim, realmente foi a coisa certa a se fazer. Até hoje não está claro se a Disney meteu o dedo no desenvolvimento de Kingdom Hearts 3 e pediu pela mudança para a UE4, que estava em plena ascensão em 2014 e já impressionava pelos gráficos realistas em 3D. Ainda assim, atualmente está bem claro que o conglomerado de mídia vai se beneficiar muito graças a mudança.

O motor gráfico da Epic Games consegue simular, e em alguns casos até superar, as animações do grande estúdio de cinema, como podemos ver nos trailers divulgados até agora. O resultado disso é que Kingdom Hearts 3 se torna praticamente um filme animado da Disney totalmente jogável.

O game será o primeiro da franquia a trazer mundos inspirados em filmes da Pixar e animações bem recentes já foram confirmadas, incluindo o já citado Big Hero 6 e Frozen, um dos maiores sucessos atuais da Disney. Personagens de outrora também retornam de cara nova, incluindo a turma de Piratas do Caribe e Ariel, a Pequena Sereia, que protagoniza uma das invocações mais bonitas apresentadas até agora.

Os avanços da Unreal Engine 4

Além de conseguir simular graficamente os filmes da Disney para tornar Kingdom Hearts 3 uma animação jogável, a Unreal Engine 4 também cresceu muito desde que foi adotada como motor gráfico do game.

Graças ao sucesso de Fortnite, a Epic Games vale atualmente mais de US$ 8,5 bilhões e a Unreal Engine 4 já é um dos principais motores gráficos do mercado, sendo utilizado por produtoras independentes, que dão vida a jogos como Hellblade, e também por grandes estúdios, em projetos apoiados por gigantes como a Activision (Remaster de Spyro) e a própria pela Square Enix (Life is Strange).

A onda de sucesso da Epic e o “boom” dos jogos de battle royale garantiu ainda mais suporte e avanços para o motor gráfico, desde melhorias de otimização até novas ferramentas para serem utilizadas nos games.

O crescimento da Epic Games graças a
Fortnite pode beneficiar Kingdom Hearts 3

Recentemente, a Nvidia também anunciou junto com a Epic Games novidades sobre a tecnologia de Ray Tracing para a Unreal Engine 4, incluindo renderização em tempo real nos jogos, o que garante efeitos de iluminação tão bons quanto os vistos em filmes animados.

Graças a mudança feita em 2014, todos esses avanços feitos na Unreal Engine 4 podem ser aproveitados pela Square Enix no desenvolvimento de Kingdom Hearts 3. E mesmo que não vejamos o uso de coisas recentes como o Ray Tracing em Kingdom Hearts 3, existe a possibilidade da adoção da tecnologia futuramente, principalmente se o game um dia acabar chegando ao PC, como rolou com Final Fantasy.

O que pode dar (um pouco) errado?

Enfim, com gráficos potentes e a presença confirmada de mundos que vão desde clássicos como Toy Story até animações recentes como Frozen, só existe um fator que pode acabar diminuindo um pouco dos ganhos de Kingdom Hearts 3: a história complicada da franquia.

axel lea kingdom hearts 3
Achou que era o Axel? Achou errado. Esse aí é o Lea

Como já mencionado acima, mais de 10 títulos com o nome Kingdom Hearts já foram lançados e, mesmo com um compilado trazendo o que mais importa para o PS4, ainda assim é difícil acompanhar todos os acontecimentos da franquia.

Em Kingdom Hearts 3 nós teremos Sora, Pateta e Donald fazendo o que fazem nos jogos principais da série, salvando o mundo de Heartless e ficando cada vez mais fortes para enfrentarem uma ameaça maior. Outros personagens conhecidos da lore do jogo também estão de volta, incluindo Kairi, a Organização XIII e Riku (vezes dois).

A promessa do novo jogo é que finalmente teremos a batalha final contra Xehanort, o principal vilão de toda a franquia. Para quem já acompanha a saga, com certeza o desfecho da história será um presente, resta saber se a Square Enix vai tentar deixar a narrativa mais explicada para não assustar quem está chegando agora a esse universo.

Um bom exemplo para isso é The Witcher 3: Wild Hunt, que entrega um gameplay maneiro e uma narrativa tão boa que até mesmo quem nunca teve contato com a série acaba se apaixonando pelo jogo e seus personagens. Se a Square Enix conseguir esse feito, com certeza teremos um game que será sucesso de crítica, público e angariação de fundos para os acionistas da Disney.

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