O que é um hacker e o que é hackear?

Matheus Martins

Um hacker é um indivíduo que se dedica a conhecer e modificar os aspectos mais internos de dispositivos, programas e redes de computadores. Existem diferentes tipos de hackers, alguns usam seus conhecimentos para fins ilegais ou maliciosos, como invadir sistemas, roubar dados ou vandalizar. Esses são chamados de crackers. 

Outros usam seus conhecimentos para fins legítimos ou benéficos, como criar software livre, testar a segurança de sistemas ou participar de projetos colaborativos. Esses são chamados de hackers éticos ou white hack.

 O termo hacker é mais usado para se referir a pessoas que lidam com sistemas de computação, mas também pode ser aplicado a outras áreas do conhecimento, como biologia, música, arte, etc. Nesses casos, um hacker seria alguém que usa sua criatividade e habilidade para criar soluções inovadoras ou originais.

No entanto, nem todo mundo que burla uma regra é um hacker, pois isso depende da intenção, da ética e do resultado da ação. Por exemplo, um estudante que cola na prova não é um hacker, mas um trapaceiro. Um hacker seria alguém que desenvolve um método novo e eficiente de estudar ou aprender.

É por isso que existem os “Life Hack’s”. Os life hacks são dicas ou truques que facilitam ou melhoram algum aspecto da vida cotidiana, como organizar a casa, economizar dinheiro, cozinhar, etc. Eles são inspirados na cultura hacker, que valoriza a criatividade, a eficiência e a autonomia.

Existem vários canais de YouTube que ensinam esses truques para diferentes áreas, como organização, finanças, estudo, etc.

Qual a definição de hackear?

Hackear significa ‘realizar uma ação de forma não convencional’, ou seja, o hacker desdobra e altera determinadas ‘regras’, por meio de loops ou brechas, para conseguir alcançar seu objetivo. 

Hackear também é a ação de identificar e explorar vulnerabilidades em um sistema de computador ou rede, geralmente para obter acesso não autorizado a dados pessoais ou organizacionais. 

Há diferentes técnicas para hackear, como engenharia social, hacking de senhas, infectando dispositivos com malware, explorando redes sem fio desprotegidas, obtendo acesso via backdoor e espiando e-mails.

Tipos de Hackers

Os hackers podem ter diferentes motivações. Alguns são movidos pela curiosidade intelectual e buscam entender e explorar os sistemas para ampliar seus conhecimentos. Esses são conhecidos como hackers éticos ou hackers do chapéu branco. Eles trabalham para empresas, organizações ou agências governamentais, ajudando a identificar e corrigir falhas de segurança.

Por outro lado, existem os hackers do chapéu cinza, que realizam atividades que podem ser tanto benéficas quanto maliciosas. Eles podem invadir sistemas sem permissão, mas, em geral, informam os proprietários sobre as vulnerabilidades encontradas.

Já os hackers do chapéu preto têm intenções maliciosas e usam suas habilidades para cometer crimes cibernéticos, como roubo de informações, fraude, sabotagem ou extorsão.

Nem todos os hackers são criminosos, já que existem comunidades de hackers que se dedicam ao compartilhamento de conhecimento e à melhoria da segurança cibernética. A ética e a intenção por trás das atividades de um hacker determinam se suas ações são legais ou ilegais.

Qual a penalidade para hackers em países?

A penalidade para hackers em países varia de acordo com a legislação e a gravidade do crime cometido. No Brasil, por exemplo, os crimes digitais são tipificados pela Lei 12.737/2012, conhecida como Lei Carolina Dieckmann, e pela Lei 12.965/2014, conhecida como “Marco Civil da Internet”.

A origem da Lei Carolina Dieckmann está relacionada a um episódio de vazamento de fotos íntimas da atriz que deu nome à lei. Em 2012, a atriz teve seu computador pessoal invadido e seus arquivos roubados, causando a publicação de imagens suas na internet sem sua autorização.

Esse caso gerou uma grande repercussão e mobilização para a criação de uma legislação que tipificasse os crimes de invasão de dispositivos informáticos e obtenção de dados pessoais. 

O Projeto de Lei 2793/2011, apresentado pelo deputado Paulo Teixeira (PT-SP), foi aprovado em regime de urgência e sancionado pela então presidente Dilma Rousseff em 30 de novembro de 2012, alterando o Código Penal Brasileiro e criando a Lei 12.737/2012, popularmente conhecida como Lei Carolina Dieckmann.

A lei é considerada um marco inicial para a proteção dos dados pessoais dos cidadãos contra os criminosos virtuais, mas também recebe críticas por ter penas muito baixas para seus infratores.

Os crimes menos graves, como “invasão de dispositivo informático”, podem ser punidos com prisão de três meses a um ano e multa. 

Já os crimes mais graves, como roubo de informações sigilosas ou pessoais, podem ter penas maiores e até extradição para outros países. 

O Brasil é um dos países mais visados para grandes ataques hackers, principalmente por sua população ativa na internet e pela impunidade dos criminosos.

Em qual país a penalidade para hackers é grave?

Segundo um levantamento feito pelo advogado Solano de Camargo, sócio do Lee, Brock e Camargo Advogados (LBCA) e especialista em direito digital, o Brasil tem penas muito brandas para crimes digitais, como invasão de dispositivos informáticos, roubo de dados pessoais ou interrupção de serviços de utilidade pública. 

A Lei Carolina Dieckmann prevê punição de três meses a um ano para hackers, enquanto a Lei dos Crimes Cibernéticos prevê penas de um a três anos para crimes mais graves. 

Em comparação, outros países têm penas mais severas para crimes cibernéticos, como os Estados Unidos (até 20 anos de prisão), a Coreia do Sul (até 10 anos de prisão), o Reino Unido (até 5 anos de prisão), a França, a Alemanha e a Itália (de 3 a 5 anos de prisão).

Essas diferenças refletem o entendimento do risco coletivo que as atividades criminosas na internet representam para a segurança, a privacidade e a economia dos países.

Hacker físico existe?

O hacking não está restrito apenas ao mundo virtual. Às vezes, o termo “hackear” também pode ser usado para descrever ações que envolvem modificar ou adaptar algo de uma maneira criativa e não convencional. Nesse contexto mais amplo, o hacking pode ocorrer em diversas áreas, como eletrônica, engenharia, ciência, arte, entre outros.

Por exemplo, alguém pode “hackear” um dispositivo eletrônico para modificar suas funcionalidades, ou um cientista pode “hackear” um experimento para encontrar soluções inovadoras. Uma pessoa também pode arrombar a fechadura de uma porta com um grampo e isso poderia ser considerado um hack.

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