Operadora espionou milhões de norte-americanos, diz investigação

Matheus Martins

De acordo com uma publicação do Wired, foi revelado um programa de serviço secreto de vigilância governamental administrado pelas forças governamentais dos EUA e executado por uma operadora de telecomunicações, a AT&T.

O meio de comunicação analisou documentos policiais vazados, dentre eles um memorando da Casa Branca e uma carta enviada pelo senador norte-americano Ron Wyden ao Departamento de Justiça (DOJ).

De acordo com os detalhes da investigação, as autoridades federais, estaduais e locais de aplicação da lei têm vigiado milhões de cidadões norte-americanos há mais de uma decada através do programa Data Analytical Services (DAS). O programa supostamente registra chamadas de criminosos, mas também de suas famílias, amigos de suas famílias e inúmeras outras pessoas, mesmo aquelas não são suspeitas de atividade criminosa.

Anteriormente chamado de “Hemipshere” o programa captura dados de chamadas com a ajuda da AT&T, uma das maiores operadoras dos Estados Unidos. A Casa Branca teria investido US$ 6 milhões de dólares para que quaisquer chamadas telefônicas da operadora fossem gravadas e fornecidas ao gabinete do Presidente.

Em defesa das aparências do estado, Kim Hart, porta-voz da AT&T, defendeu que a empresa é obrigada a cumprir as solitações legais das agências de lei do país. No entanto, não existe nenhuma lei vigente que permite que a operadora armazene dados de chamadas de americanos durante anos para realizar tal feito.

Embora o DAS seja administrado por um programa dedicado ao tráfico de drogas, um arquivo vazado do Centro Regional de Inteligência do Norte da Califórnia (NCRIC) mostra que as agências policiais locais, como as de Daly City e Oakland, solicitaram dados do DAS para casos não resolvidos aparentemente não relacionados a drogas.

O relatório cita casos em que a polícia solicitou dados do DAS para identificar suspeitos, bem como vítimas e seus amigos próximos. Em documentos onde a lei era aplicada, foi revelado que funcionários de vários setores do Serviço Portal dos EUA e do Departamento de Correções de Nova York receberam treinamento do DAS.

Supostamente, o financiamento do programa foi suspenso em 2013, no qual o Presidente Obama cumpria o mandato da presidência, mesma época em que o The New York Times havia exposto detalhes do programa para o mundo.

No entanto, assim que o ex-presidente Donald Trump assumiu o posto, o programa foi retomado até ser novamente interrompido abruptamente em 2021. De acordo com o memorando em mãos pela Wired o financiamento do programa da AT&T voltou após Joe Biden assumir o cargo mais alto.

Deixe um comentário