Os 10 Melhores Diretores da Atualidade e seus filmes de sucesso!

Matheus Martins

A gente sabe que criar uma obra não é fácil. E que criar uma obra que faça sucesso, renda milhões de lucros e ainda caia nas graças da crítica e da audiência é uma tarefa mais árdua ainda. São os diretores, responsáveis por cada mínimo detalhe que ocorre no set durante os bastidores da produção, que têm essa missão e que ajudam a história a tomar gosto para que o produto saia ainda melhor que o planejado.

Alguns renomados, outros um tanto ousados e outros, claro, sempre afastados de seus cargos por “divergências criativas” com as grandes companhias e estúdios de filmes que controlam o grande monopólio do mundo pop cultural.

Hoje vamos conhecer alguns dos melhores trabalhadores do ramo e seus maiores sucessos!

1. Guillerme Del Toro

O mexicano fez seu nome na indústria ao produzir filmes que foram verdadeiros colírios para a sétima arte. O Labirinto do Fauno, Hellboy e Hellboy II, além de Blade 2 são apenas alguns títulos para citar, mas o que realmente impressiona o trabalho do diretor é a sua forma de se comunicar com cada obra, sempre na linha tênue entre o horror e o fascínio – temas favoritos do cineasta que deram identidade a suas obras.

Enquanto em Labirinto do Fauno temos a jovem conhecendo criaturas, impressionada e assustada na mesma medida em Hellboy II e Blade 2 vemos Dell Toro sendo capaz de trazer toda a atmosfera que combina com a brutalidade que as duas personagens precisam para respirar. O diretor sempre trabalha em  equilíbrio coma história que lhe é dada, respeitando o enredo e o transformando em um verdadeiro carretel de obras de arte.

Recentemente, ele ganhou o Oscar por A Forma da Água, estreado em 2017, que conta a linda história de amor bem produzida entre uma zeladora de um laboratório de experiências secretas do governo e uma criatura aquática. O filme foi aclamado pela crítica e levou diversos prêmios para casa.

2. Zack Snyder

Quem não conhece Zack Snyder talvez nunca tenha ouvido falar; ou melhor, visto qualquer um dos seus famosos filmes com sequência em câmera lenta, de pouca iluminação que sempre trazem os lados sombrios de algum super-herói conhecido pelo público (Homem de Aço, eu estou falando com você!). Enquanto a Marvel segue focada na linha do carisma para ganhar nas bilheterias, Snyder faz uma completa curva em adentrar seus universos a fundo, explorando a verossimilhança das personagens com o nosso mundo e trazendo mais facetas jamais esperadas.

Foi com essa forma original de contar histórias que Zack Snyder ganhou grande destaque no primeiro trimestre do ano passado quando uma legião de fãs – ao descobrirem sobre uma versão corte de Liga da Justiça de quatro horas– moveram as redes sociais e pressionaram a Warner para liberar o longa produzido de Snyder. O filme preencheu as plataformas de streaming e comoveu os corações dos famigerados DCnautas com uma história bem mais fiel, efeitos visuais de tirar o fôlego e vários elementos que o fracasso de 2017 (?) não conseguiu comportar, como a introdução de Darkseid e uma visão apocalíptica do Batman.

Logo após o feito, o diretor também conseguiu entrar para o catálogo da Netflix com Army of The Dead, um filme sobre ladrões e zumbis que chegou a plataforma no mesmo ano.

3. Chloé Zhao

A cineasta chinesa tem chamado bastante atenção em Hollywood, mas não apenas por ser a primeira mulher não-branca a ganhar diversas premiações e ser nomeada a categorias que envolvem direção e montagem de longas. Chloé na verdade criou uma imagem sua no cenário independente, colocando a mão na edição de seus filmes independentes que retratam sempre o lado real humano – fato que foi levado a sério com a descoberta de que Chloé utiliza não-atores para contar suas histórias, como o peão de rodeio Brady Jandreay e alguns dos moradores de Pine Ridge; terra onde seu primeiro filme é passado.

Suas obras Song My Brother Taught Me e Domando o Destino estrearam em festivais de sucesso, concorreram a prêmios e tiveram bastante notoriedade. Notoriedade tanta que chamou atenção de Frances McDormand, quem comprou os direitos da história que inspirou o vencedor do Oscar em 2020 de Melhor Filme, Melhor Atriz (para Frances) e Melhor Direção.

Mas a mulher tem história. Além de ter cursado a escola de ciências sociais, ela também teve como professor o grande Spike Lee e trabalhou bastante por anos em outras áreas para conseguir seus sonhos.

Seu trabalho em Nomadland foi bastante aclamado, mas o título de sucesso mais recente fica com Eternos – filme que abre a quarta fase de super-heróis da Marvel que conta com Angelina Jolie, Richard Madden e Kit Harington no elenco com uma história mais séria e madura da franquia. Essa habilidade de Chloé de flertar com diferentes estilos de filme a tornam uma das maiores diretoras da atualidade.

4. James Gunn

Quando o assunto é ter alguém na produção de filmes que entende como escrever super-heróis, a Marvel e DC compartilham o talento de Gunn em suas histórias. O diretor tem no currículo os dois primeiros filmes de Os Guardiões da Galáxia e ainda conta com seu nome no terceiro que tem estreia prevista para 2023.

Em seu trabalho, James gosta de tocar no fundo da alma da direção com rocks clássicos que traduzem suas cenas e transformam aqueles noventa minutos de tela em uma adorável história gostosa de se assistir.

Recentemente, seu maior sucesso no ano passado foi o longa O Esquadrão Suicida, a continuação do arco de anti-heróis da DC – que, diga-se de passagem fez jus ao fracasso de 2016 – apostando em cenas de humor e ação com Idris Elba e John Cena. Para os fãs, a sequência salvou a franquia.

Atualmente, a série O Pacificador, spin-off de Esquadrão Suicida tem dado o que falar por carregar a mesma atmosfera do sucesso de 2021 e pelo personagem Vigilante que tem ficado bastante popular na bolha nerd.

5. Robert Eggers

Às vezes, uma obra diferente chama nossa atenção não apenas pelo seu gênero ou fim, cenas ou enredo, mas pela forma como ela é feita. Seu roteiro pode ser escorrido ou rápido demais; no fim das contas não importa. Se é bem feito, com detalhes pensados para um público que gosta de ser desafiado a interpretar as coisas que assiste, é decerto que o conteúdo vai alugar um triplex em nossas cabeças quando pensarmos em um filme que se destaque da maioria.

O novato do horror psicológico, Robert Eggers, pode parecer só um calouro por ter apenas quatro obras no seu currículo, mas seu trabalho como cineasta está dando uma pincelada na forma como enxergamos o horror.

A Bruxa de 2015, com Anya Taylor-Joy é um exemplo de que o terror não precisa ser recheado de cortes das mesmas criaturas escondidas nas trevas esperando para pular na nossa frente. Na verdade, é esconder o verdadeiro horror que Eggers toma como arma secreta, mostrando a verdadeira face do mal quando já é tarde demais para detê-la.

O Farol com William Dafoe e Robert Pattinson é uma lenta viagem pelas águas nebulosas da confusão – coisa que torna o longa em preto e branco angustiante para quem não está acostumado a ser desafiado quando senta diante das telonas. No minuto em que a loucura é percebida como elemento-chave pela audiência, a transição  de um suspense para um milagre da sétima arte explode diante dos nossos olhos.

Prometendo ser um dos maiores nomes das indústrias nos próximos anos, Robert assina a direção de The Northman que estreará em abril desse ano e definirá os próximos passos do diretor.

https://youtu.be/aJoGdiyvdYs

6. James Wan

Se de um lado temos o mestre do horror e terror nos livros com Stephen King, James Wan talvez ganhe a categoria de mestre do terror da última década. O roteirista, cineasta e produtor inclusive já foi elogiado pelo escritor com seu último sucesso, Maligno que conta a história de uma mulher assombrada por cenas de assassinatos que acontecem enquanto ela tem as visões. O filme foi chamado de brilhante.

E não é para menos. Só no seu currículo, James tem o aterrorizador Jogos Mortais, Sobrenatural e a franquia de sucesso Invocação do Mal. Em um campo diferente de trabalho ele também é responsável pelo filme solo do Aquaman, herói aquático da DC.

Em suas histórias, o diretor demonstra uma familiaridade com o gênero terror, sempre envolvendo as narrativas em uma estrada onde o protagonista precisa voltar para o passado para desvendar o mistério. Essa dualidade entre horror e visitas frequentes a memory lane se tornou uma marca registrada de Wan quando ele coloca Lorraine Warren em busca do passado para expulsar os demônios que assombram uma família ou Elise Rainier procurando uma chave no além que explique as atormentações de criaturas malignas que cruzam o seu caminho.

7. Scott Derrickson

Muitas vezes escrever ou produzir um bom filme não quer dizer que ele vá ser visto com bons olhos por todos os profissionais envolvidos antes que ele coloque os pés para fora do estúdio. As grandes distribuidoras, controladas por empresários que se preocupam com o retorno financeiro de seus lançamentos, irão barrar o seu projeto independente de ele ser ousado, mas principalmente por ser arriscado.

É com essa premissa que Scott Derrickson, diretor de O Exorcismo de Emily Rose e O Dia em Que A Terra Parou foi afastado da produção do aguardado Doutor Estranho: No Multiverso da Loucura, cedendo o lugar a Sam Reimi. Mas se engana quem acha que Derrickson guardou qualquer rancor da Marvel. O cineasta elogiou Reimi e disse que o Studio acertou na boa escolha, chamando Sam de uma “Lenda Viva”.

Esse mar calmo, no entanto, tem uma explicação. Segundo o roteirista Robert C. Cargill (que também deixou a direção do novo filme do Dr. Stranger), a decisão teve grande do motivo a vontade de Scott de dar vida a uma obra do autor Joe Hill, O Telefone Preto que estreará esse ano e por estar tão envolvido no projeto se afastou com agrado do futuro sucesso da Marvel.

O filme traz de volta o diretor às suas origens com um terror de paralisar a audiência com crianças sendo raptadas e um homem mascarado assombrando pela vizinhança. Quando trouxe aos cinemas A Entidade ficou claro que um horror-suspense com toques de ocultismo era mais a cara do diretor, tanto que pela ciência o título ganhou o pódio de filme mais assustador do mundo.

Em relação a escrita, Derrickson escreve bem, trabalhando na história de suas personagens de uma maneira que nos acostumemos com elas e entendemos suas motivações e escolhas um tanto duvidosas; como a do romancista Ethan que resolve esconder da família inteira que eles estão morando em uma casa onde ocorreu os assassinatos em que está trabalhando ou a crença férrea de Richard Moore que acaba por matar Emily Rose ao invés de salva-la.

Esses desvios de suas personagens as levam a caminhos ruins, muitas vezes sem volta, que retratam bem parte da natureza humana juntando assim ficção e realidade uma barreira trêmula de diferença, o que torna Scott Derrickson um dos melhores.

8. Jon Watts

Mas saber escrever, produzir ou até ousar em uma produção que pode não ganhar os olhos de todos não são as únicas coisas que tornam um diretor bom. Saber escolher seus movimentos, ou quem sabe até o protagonista de um filme pode ajudar a definir a sua carreira ou até salva-la.

Não é que com Clown nós não conhecêssemos Jon Watts, mas foi com a trilogia do terceiro Homem-Aranha nos cinemas que viemos a aprender seu nome. O responsável por dirigir Homem-Aranha de Volta ao Lar, Homem-Aranha Longe de Casa e, o sucesso de bilheteria, Homem-Aranha Sem Volta Para Casa com certeza entrou para essa lista quando decidiu escalar Tom Holland para o papel de Peter Parker.

As habilidades acrobatas do ator fizeram um verdadeiro jus aos efeitos, melhorando o produto final e dando a ele mais vivacidade. E se a atuação de Holland parece pouca, foi graças a Watts que conseguiu guiar a história do herói de uma maneira totalmente nova que nos trouxe para esse momento de agora.

Para começar com a trilogia, ele investiu em uma versão completamente diferente dos aranhas de Tobey Maguire e Andrew Garfield, apostando em uma história onde ele não descobre seus poderes, mas já os têm, com grande auxílio do empresário e herói Tony Stark. Na continuação passada anos após o estalo do vilão Thanos, ele repete o feito dando ao público um Homem-Aranha mais incerto sobre o próprio futuro com a morte do seu mentor e fecha a história de Parker com ele finalmente entendendo a responsabilidade de seus poderes e abrindo mão de sua felicidade por um bem maior.

Todos os três capítulos poderiam ser consequência de uma fórmula aprovada pela Marvel, mas a verdade revelada Jon é que a trilogia conta a sua própria história como diretor através da lente do herói que não quer estragar tudo, que constantemente se sente inseguro ao buscar a todos (nós, o mundo fictício de Parker) um final feliz. Agora com a confirmação de uma nova trilogia com Tom Holland, só esperamos que Watts possa retornar para contar os próximos capítulos da sua trajetória.

9. Ari Aster

Para os fãs de cult, existe um novo sub-gênero de horror que vem crescendo nos últimos anos que não se incomoda em dar explicações e que se limita a deixar a simbologia por trás do filme falar mais alto que o próprio enredo. E para esses mesmos fãs, existe Ari Aster, o diretor do inesquecível e traumatizante Midsommar: O Mal Não Espera A Noite.

Dono de assinaturas em filmes como Hereditário, que é igualmente perturbador e sanguinário em momentos do filme, o diretor vem pavimentando o caminho de outros produtores que buscam surpreender o público; embora, no caso de Aster, o objetivo principal aqui é incomodar: nós não queremos ver uma mãe perder sua filha (de  um modo horrível) e o marido suscetivamente para então ser possuída e acabar devotada a uma entidade demoníaca que se apossou do filho; com certeza não queremos ver uma ex-namorada se aliar a uma seita sueca e ser cúmplice da morte do namorado e dos amigos dele. Mas é isso que Ari nós dá, proporcionando o tipo de choque que não sabíamos que estávamos precisando até tê-lo.

Atualmente, o diretor está trabalhando em um projeto com o já conhecido Joaquim Phoenix intitulado Disappointment Blvd. (Alameda da Decepção, traduzido para o português e não se sabe muito sobre o projeto além de quem é um horror cômico, então já podemos preparar o estômago e a mente.

10. Sam Raimi

Antes mesmo de Jon Watts sentir a insegurança de ficar a cargo da trilogia do Miranha do jeito que o trabalho pode dar, Sam Raimi já tomava o bastão com o primeiro longa do herói da Marvel. A fórmula do diretor que misturava ação e humor de uma maneira equilibrada deu certo, rendendo boas críticas a versão live action até pelo menos o seu segundo filme. O terceiro filme foi um fracasso, embora mais tarde o erro fosse corrigido com a grande homenagem ao seu legado fosse trabalhado em Homem-Aranha Sem Volta Para Casa.

Mas não é só dessa trilogia que o diretor e da tor viveu em seus anos majestosos. Isto porque ele quem dirigiu Evil Dead, uma saga de horror sobre um grupo de amigos que invocam a morte e trazem a vida diversos monstros que precisam lutar contra ou acabarão como eles.

O diretor procura atualmente estrear um novo capítulo para a franquia em 2022 e atualmente assumiu as filmagens já encerradas do aguardado Doutor Estranho: Multiverso da Loucura.