Percy Jackson e os Olimpianos: primeiras impressões da série adaptada dos livros de Rick Riordan

Matheus Martins

Na manhã desta quarta-feira, o Disney Plus liberou os dois primeiros episódios de Percy Jackson e os Olimpianos, nova série focada nos livros de Rick Riordan estrelada por Walker Scobell (Projeto Adam) como Percy Jackson, um garoto que descobre ser um semi-deus em meio a guerra entre deuses e criaturas mitológicas.

Em produção há anos, a série veio para adaptar com mais fidelidade a história que os dois filmes estrelados por Logan Lerman (Hunters) não conseguiu, já que o universo dos livros possui acontecimentos bem mais expansivos e uma série de novos personagens.

Nós do Pixel Nerd já conferimos os dois primeiros episódios da série e temos a nossa opinião sobre essa mais nova adaptação. Confira:

Reprodução: Disney Plus

Uma aventura voltada para adolescentes com proporções dramáticas promete ser tudo para quem é fã dos mais de dez livros presentes na saga de Rick Riordan. A série do Disney Plus, há muito trabalhada por anos contou com o toque de Riordan e sua esposa, Becky Riordan. Sendo assim, desde o início, a dupla especificou uma série de diferenças em relação aos filmes que fracassaram. Uma delas era que queria um elenco mais jovem, já que Percy tem entre 12 e 16 anos nos eventos do livro.

Na adaptação feita por Lerman, o personagem começou com 15 e 16 anos. Com a escalação de Scobell, fica claro as diferenças e mais respeito à fidelidade da obra.

Para quem conhece os livros, uma atmosfera de aventura e surpresa enchem as páginas com muita diversão alucinante. Tendo em vista que Percy sempre está vivendo uma nova missão, os sentimentos e o drama à respeito dessas personagens é sempre deixado para os terceiris atos dos livros. Já na série, ao que tudo indica o drama estará mais em peso aqui, com direito a muitos paralelos envolvendo bullying, honestidade e a tristeza envolvendo o coração e os sentimentos dos jovens semi-deuses que não são permitidos entrar em contato com seus pais (Inclusive, um arco em particular que já está sendo trabalhado e não pode ganhar spoiler).

Porém, com a bela atuação de Scobell, Riordan parece ter encontradi a oportunidade perfeita de unir o humor do ator à personalidade irônica e astuta que Percy tem nos livros. Estamos falando aqui de dois poros: um garoto que reproduziu o monólogo de Deadpool de cabeça e o outro que peitou o Deus da Guerra, Ares, com a simples frase, “Com medo?”.

Dito isso, nossas primeiras impressões da série vem com um saldo positivo. Ficou claro que algumas mudanças vieram para modernizar a história, como algumas cenas e falas alteradas para fazer o enredo andar de forma melhor. Por isso, o famigerado primeiro ataque que Percy sofre logo no episódio um é diluído, mas não de graça: aprendemos sobre a Névoa, que tem grande peso no universo criado por Riordan, e como ela afeta os humanos em eventos escondidos pelos deuses.

E caso isso não seja o suficiente, aqui temos um maior destaque para personagens secundários, com um direito a vermos o ponto de vista narrativo de Grover, que nunca foi demonstrado nos livros, já que estamos a tempo todo seguindo a narrativa em primeira pessoa de Percy. A minha teoria é que lá para o final, com Annabeth sendo a terceira parcela do trio de protagonistas, a filha de Athena também ganhe momentos próprios que não a reduzam a um mero interesse amoroso de Percy.

Rodei algumas vezes em páginas de redes sociais para estudar algumas das reações às mudanças de personagens, como Clarisse ser muito incisiva, ou Gabe ser um cara divertido quando nos livros é um pouco mais problemático. A dica para essas críticas é encarar a série como uma reeleitura e aproveitar as surpresas e maneiras peculiares como a galeria enxuta de vilões e aliados pode proporcionar tanto para quem já é fã desse universo como para quem está começando a entrar em contato agora.

Sendo um fã da saga de livros que leu ardentemente os mais de dez livros de Riordan, posso dizer que a série está trazendo muito mais do que o esperado. Em um mundo onde as mídias compram direitos de universos literários pensando no dinheiro e impacto nos cinemas, ver esse estilo sucinto e mágico com que a Disney está levando uma das histórias que me acompanhou durante a adolescência para o formato do streaming é lindo e emocionante, ao mesmo tempo me deixa com uma ânsia por muito mais. Faz com que uma série de perguntas rondem minha cabeça: O que mais o orçamento de uma produção da Walt Disney pode proporcionar em termos de grandeza? Como será quando vermos Nico, as já referenciadas cartas de Mitomagia? Como será quando vermos as três irmãs do Oráculo enviarem Percy a cada missão?

A resposta para estas, e tantas outras perguntas, veremos nas semanas seguintes.

Percy Jackson e os Olimpianos está disponível no Disney Plus com dois episódios.

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