Por que dizem que o 5G dá câncer?

Redator Pixel

A tecnologia de rede de dados 4G é um sucesso e caminha para a 5G, uma evolução que promete mais velocidade e estabilidade com uma série de outras vantagens também.

Essencialmente, ela é igual a 4G, apenas com algumas melhorias.

Mas, enquanto muita gente se prepara para receber o 5G, tem outras protestando e afirmando que ele dá câncer.

Aqui no Brasil, dois deputados estaduais chegaram a criar um PL, projeto de lei, para proibir a tecnogloia em Santa Catarina.

Neste artigo explico de onde veio essa discussão de que o 5G dá câncer e para que direção ela caminha.

Afinal 5G dá câncer?

Atualmente a rede de dados para aparelho mobiles é fundamental para o meio corporativo e até mesmo para o lazer das pessoas.

Se o 5G for capaz de causar mal aos seres vivos, como apontam algumas pessoas, não milhões, mas bilhões de pessoas estariam em risco.

Afinal, o 5G dá câncer?

Segundo estimativa, já existe mais de 5 bilhões de usuários únicos com um smartphone.

E essas pessoas, caso utilizem o celular em um lugar com rede de comunicação, podem ser afetadas. Pelo menos é que dizem as pessoas contra o 5G.

Em tempos de terra plana, tudo é possível, mas não quer dizer que o caso não mereça atenção. Esssa é, na verdade, a maneira mais cautelosa de sobreviver.

O que alguns grupos de pessoas contra o 5g estão dizendo, é que as ondas eletromagnéticas chamadas de milimétricas poderão causar: infertilidade, austimo, auzheimer e, o mais falado aqui no Brasil, câncer.

Quando essa teoria começou?

O principais rumores começaram em 2018, quando um post no Facebook se tornou viral.

Uma morte misteriosa de 300 pássaros na Holanda foi compartilhada pela internet dizendo que testes do 5G causaram a morte das aves.

Isso deu força para o movimento na época, mas o que fez com que isso bombasse de verdade foi a ação de um ufólogo chamado John Kuhles.

Esse homem vive rodeado das teorias das conspirações.

Ele fundou o grupo  “Stop5G” em 2018, grupo esse que já tem mais de 20 mil pessoas.

Em uma de suas declarações mais absurdas, chegou a dizer que os incêndios florestais que aconteceram na Califórnia em 2018, foram uma punição da Elite Dominante ao estado, as pessoas da elite puniram ao Estado por não conseguir lançar o 5G.

Existem estudos que comprovam o efeito prejudicial do 5G?

Para fortalecer em âmbito internacional, John Kuhles criou grupos de “Stop5G” também em outros lugares, como Reino Unido, que já tem mais de 13 mil pessoas.

E agora ele está movimentando o pessoal por meio de hashtags, e mobilizando já fisicamente as pessoas para prepará-las de impedir a implantação do 5G.

O papel da televisão sensacionalista

Para ajudar a situação, redes de televisão do exterior tiveram uma abordagem prejudicial ao assunto e ajudou a espalhar de maneira negativa, aproveitando-se do assunto com o pior ângulo possível.

Esse tipo de abordagem é bastante comum em programas de televisão, do tipo que utiliza helicóptero para sobrevoar favela e é o primeiro a chegar com as câmeras quando alguém é feito refém em público.

Você sabe do tipo de programa que estou falando.

A forma como propagam o assunto lembra a série incrível da Netflix chamada “Bandidos na TV”, que retrata como a violência e o medo podem gerar audiência.

A TV, sobretudo Russa e Norte Americana, forçou a barra dizendo que o 5G fazia mal.

E por mais que a internet seja incrível, o alcance da Televisão ainda é supremo e tem um impacto avassalador.

Essa era a pequena faísca necessária para reunir todas as pessoas ávidas por teorias da conspiração, do tipo que acha que o governo controla nossa mente através da água tratada.

Com a televisão, você consegue chegar em pessoas que não têm internet e gostaria de saber do assunto.

Assim, os primeiros pequenos blogs sobre o assunto surgiram e agora há milhares de pessoas querendo impedir o 5G e dizendo que ele dá câncer.

A onde do “Stop5G” se espalhou pelo mundo, não ficou reservado aos Estados Unidos, chegou até mesmo aqui no Brasil. Dois deputados de Santa Catarina, Nilso Berlanda e Marcius Machado, apresentaram um projeto de Lei para proibir testes de 5G no Brasil.

Não dá para saber até onde essa conversa vai, mas um deles, Nilso Berlanda, que ajudou a construir o projeto, já pulou fora.

Mas o 5G dá câncer mesmo?

A Qualcomm, uma das principais responsáveis pelo 5G, diz que não há, ATÉ HOJE, evidências que indiquem que as ondas utilizadas no 4G ou 5G causam de fato câncer.

E, enquanto não há estudos que apontem que o 5G dá câncer, outros números indicam fortemente que não há qualquer relação entre a tecnologia e a doença.

De 1990 até 2016, cresceu em 500% o número de pessoas com acesso a smartphone.

Já o número de pessoas diagnosticadas cresceu 34% para esse período.

Enquanto algumas pessoas podem interpretar esse dado dizendo que o crescimento no número de pessoas com celular também gerou um número maior de pessoas com câncer.

Outras vão conseguir interpretar corretamente e perceber que os diagnósticos de câncer foram evoluindo, até chegar ao ponto em que temos meio muito mais eficazes de descobrir se alguém tem ou não câncer.

Atualmente, os diagnósticos são muito mais precisos e é por isso que cresceu a taxa. As pessoas começaram a descobrir o câncer.

Sendo que o aumento foi de 34% no número de diagnosticados, enquanto cresceu em 500% o número de pessoas com esmarpthones.

O portal Wired explicou muito bem uma certa confusão que está sendo criada na cabeça de algumas pessoas.

Muitas confundem os tipos de ondas invisíveis, colocando as ondas de raio X como sendo o mesmo tipo de ondas de rádio.

O que pode fazer sentido para algumas pessoas, já que ambas são invisíveis, mas do ponto de vista experimental, ou seja, científico, não faz nenhum sentido.

Ondas de raio x conseguem alterar nossa estrutura de DNA e causam, comprovadamente com infinitos testes laboratoriais ao longo desses anos, problemas graves de saúde por longos períodos de exposição.

Já as ondas utilizadas pelo 5G, não há qualquer indício de que possam causar mal.

Mas algo que faz parte da maneira como a ciência funciona, pode intrigar muita gente.

Mesmo sem achar indícios de que causam mal hoje, algum dia podemos descobrir algum malefício que hoje não somos capazes de detectar.

No entanto, a OMS junto à Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer (IARC, na sigla em inglês) classificaram toda radiação de radiofrequência (da qual os sinais de celular fazem parte) como “possivelmente cancerígena”.

Ela foi inserida nesta categoria porque “há evidências que não chegam a ser conclusivas de que a exposição pode causar câncer em seres humanos”.

Comer legumes em conserva e usar talco em pó, por exemplo, é classificado com o mesmo nível de risco.

Já a ingestão de bebidas alcoólicas e o consumo de carnes processadas é colocado numa categoria de risco maior.

Ao que tudo indica, um churrasco tem mais chance de dar câncer do que utilizar o 5G.

https://g1.globo.com/economia/tecnologia/noticia/2019/07/15/a-radiacao-da-tecnologia-5g-faz-mal-a-saude.ghtml?fbclid=IwAR0Ck0-c5102mqeNEmTJDqr0nVWhmJVqEZF1Q8NzeGJ2a_bPBomjvH7LODI
https://www.snopes.com/fact-check/5g-cellular-test-birds/