Crítica: “Invasão Secreta” tem final amargo

Matheus Martins

Depois de cinco episódios que oscilaram entre uma narrativa vagarosa e potente, Invasão Secreta chega ao fim da sua primeira temporada eclodindo a guerra entre os skrulls de Gravik e Nick Fury e seus aliados. Após perder grandes amigos na luta contra os rebeldes alienígenas, Nick se move para confrontar o vilão em um embate final.

O episódio começa com Nick demonstrando estar mais do que preparado para lutar contra os inimigos, sendo astuto e inteligente ao pensar um passo a frente de todos que tentam pegá-lo. Emborao a luta contra Gravik seja um dos momentos mais esperados e construídos ao longo da série, é G’iah, a filha de Talos, que enfrenta o vilão. Disfarçada, ela decide vingar a morte do pai ao se tornar um super-skrull com os poderes da Capitã Marvel.

Nick e Sonya, por outro lado, se movem para fechar o cerco sob os skrulls restantes e organizarem a bagunça que a invasão causou aos Estados Unidos.

Um dos movimentos mais decisivos da série, além da derrota de Gravik, é a revelação de que Rhodes é um skrull há mais tempo do que achávamos. Desde Guerra Civil, o personagem não deu as caras na Marvel e perdeu vários eventos importantes como a morte de Tony e Natasha, e a nomeação de Sam como o novo Capitão América. Bastante falado essa semana, a mudança significativa é um dos pontos pelos quais torciamos que a série demonstrasse, já que inspirada em um arco tão importante para as HQs, deveria ao menos ter um laço com o resto do caos que a Fase 5 do MCU prometeu.

No caso da história de Gravik, no entanto, o final foi um pouco decepcionante e meio sem sal. Não que a vingança de G’iah através de um forte CGI tivesse sido o problema, mas do jeito que a série havia construído a revelação do um vingador no final para acabar sendo apenas Rhodes, descarta completa a importância de Carol Denvers tanto na história quanto para o roteiro. E ter essa aparição reduzida a um mero poder da personagem de Emilia Clarke, foi muito brochante, mesmo com a explicação de que a atriz talvez não pudesse aparecer por questões de orçamento.

A série também se apressa em desenrolar narrativas e conflitos de uma forma muito atoa. Mesmo com G’iah sendo uma parte importante do confronto entre Gravik porque um mero humano não poderia derrotá-lo, dava para colocar o personagem de Kingsley Ben-Adir enfrentando a atuação de Samuel L. Jackson de uma forma que soasse sincera e agradável. No entanto, a série termina o arco do personagem sem dar uma conclusão, sem combater as questões levantadas pela sua vingança e ele é definido como esse “vilão louco” que acaba sucumbindo ao poder e sendo vítima dele no fim das contas.

Como uma série de investigação que tem essa necessidade de ser discreta e sucinta, era esperado que ao menos fechasse de uma forma em contraste com a linha que vinha seguindo desde o episódio 2. Embora tenha falhado nessa ideia, é preciso dar crédito ao quanto mesmo tendo um final não tão satisfatório assim, sua relevância e universo sofram desse caso onde mesmo sendo mediana, ainda possua o poder de ser interessante para o desenrolar do MCU e para todas as coisas que ele pode oferecer.

Em um contexto geral, Invasão Secreta é realmente uma série bem fechadinha. Seu começo é bagunçado, seu desenvolvimento entre os episódios escala a ação e a violência e muito bem, mas seu final é tão disperso quanto do jeito que começou. Fica apenas a torcida para que, caso a série não tenha uma segunda temporada, outras produções com a mesma pegada e proposta sejam capazes de superar o final amargo que a produção teve.

Série: Invasão Secreta

Direção: Ali Selim

Elenco: Samuel L. Jackson, Emilia Clarke, Colbie Smulders, Kingsley Ben-Adir, Ben Mendelsohn, Olivia Colman, Martin Freeman, Dermot Mulroney e Killian Scott

Nota: 7,00

A primeira temporada completa de Invasão Secreta está disponível no Disney Plus.

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